ABORDAGENS CORPORAIS - BIOENERGÉTICA, BIODINÂMICA REICHIANA
Por: Fernanda Alcantara • 9/6/2017 • Trabalho acadêmico • 2.019 Palavras (9 Páginas) • 434 Visualizações
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CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
PHILIPE DA COSTA
LUCIENE MARINHO
DEBORA ANDRADE
THAIS DE ALMEIDA
ABORDAGENS CORPORAIS
BIOENERGÉTICA, BIODINÂMICA REICHIANA
RIO DE JANEIRO
2017
ABORDAGENS CORPORAIS BIODINÂMICA, BIOENERGETICA REICHIANA
A análise bioenergética e biodinâmica, criada e desenvolvida por Alexander Lowen e John Pierrakos, e Gerda Boyessen, respectivamente, tem suas raízes nos fundamentos teóricos de Wilhelm Reich. Para entendermos melhor essas abordagens, é necessário voltar lá atrás, e falarmos sobre o “pai” da psicoterapia corporal.
Wilhelm Reich era discípulo de Freud em 1920. A partir dos seus estudos e de seu desenvolvimento com a psicanálise, Reich, de maneira pioneira, deu importância ao corpo no tratamento de conflitos emocionais, fazendo brotar as sementes da psicoterapia corporal. Para Freud, só era possível chegar ao inconsciente através da fala, mas Reich começou a perceber que o “corpo fala” e viu que poderia chegar ao inconsciente através do corpo, mudando sua dinâmica terapêutica.
No decorrer de seu percurso científico, Reich desenvolveu três fases com técnicas terapêuticas específicas em cada uma: a análise do caráter (1923-1934), a vegetoterapia caractero-analítica (1934-1999) e a orgonoterapia (1939-1957). A análise de caráter consiste no conhecimento dos campos energéticos do corpo humano; a vegetoterapia trata da liberação das energias corporais que estão com algum bloqueio, promovendo a reestruturação energética; e a orgonoterapia lida com a liberação da energia orgone, energia vital que estaria estagnada em alguma parte do corpo, causando a enfermidade do local.
Reich diz que a Orgone era energia, e essa energia se manifesta da emoção, isto é, o corpo tem centros de energia, e essa energia tem uma pulsação (contrai/relaxa), esta tensão diante de um perigo é considerada normal, mas permanecer com ela é anormal, e forma uma couraça permanente no corpo.
A couraça é uma proteção contra tudo que nos ameaça interna ou externamente, e aparece em forma de tensão no corpo. Uma vez construída, essa couraça não é natural. A couraça muscular, segundo Reich, é como cintas que apertamos ou afrouxamos dividida em vários anéis segmentares (visual, oral, cervical, torácico, diafragmático, abdominal, pélvico). Esses anéis demonstram os bloqueios do fluxo de energia no organismo, e isso representa as emoções contidas. A região da couraça se relaciona com o significado simbólico de cada parte do corpo, e a manifestação de couraça é vista através de: dores de cabeça, insônia, taquicardia, fadiga, dores musculares, entre outras.
As terapias reichianas têm como objetivo dissolver as couraças, fazendo com que a energia volte a fluir através de toques, movimentos e respiração. Os chamados neo-reichianos se baseiam em conceitos e princípios criados por Reich, mas, revistos, atualizados e influenciados por suas próprias pesquisas.
BIOENERGÉTICA:
Alexander Lowen (1910-2008) conheceu Wilhelm Reich logo que este chegou aos EUA, em 1940; Lowen foi aluno de Wihelm Reich. O mesmo tinha título de bacharel em Ciências e Negócios pela City College of New York e de Advogado pela Brooklyn Law School. Nos anos 30, foi diretor de esportes e professor de educação física. Após o treinamento com Reich, mudou-se para a Suíça, onde cursou a Universidade de Genebra, obtendo Master Degree, em 1951. Lowen passou a maior parte de sua vida em Connecticut, EUA, onde viveu, trabalhou e ensinou. Lowen também foi um exímio escritor, tendo uma vasta bibliografia. Logo se interessou por suas ideias, principalmente as que relacionavam corpo e mente.
Em parceria com John Pierrakos, Lowen criou a Análise Bioenergética em 1956, em Nova York, essa abordagem surgiu da identificação de Lowen com as ideias reichianas a respeito do corpo e das emoções, tais como a influência que o corpo exerce sobre a vida emocional e vice-versa e a contenção da respiração como uma forma de controle sobre o metabolismo orgânico e, consequentemente, sobre a sensação e a expressão das emoções. Lowen e Pierrakos acabaram seguindo caminhos diferentes. Lowen continuou com o trabalho da bioenergética, que acabou se transformando numa abordagem muito conhecida e reconhecida de trabalho psicocorporal.
A Análise bioenergética parte da compreensão da personalidade em termos de corpo, acreditando que os processos energéticos determinam o que acontece em ambos, personalidade (mente) e soma (corpo). A identidade funcional do caráter psíquico com a estrutura corporal ou atitude muscular é a chave da compreensão da personalidade, já que nos permite ler o caráter a partir do corpo e explicar uma atitude corporal por meio de seus representantes psíquicos. Quando se fala em energia, refere-se à energia biológica. Esta energia é sentida pelo corpo como um movimento interno que, em estado de equilíbrio, é tido como agradável, bem–estar.
A bioenergética acredita que a energia esta envolvida em todos os processos da vida (movimento, sentimento e pensamento) e que se manifesta, representada pela carga e descarga, isto é, pelos ritmos naturais de se abrir, ir ao encontro de algo, se afastar. Esse movimento estabelece ciclos, que parte de uma necessidade, de um desejo que busca a satisfação e permite o relaxamento (ação - satisfação - relaxamento). O corpo se prepara, entra em contato com o ambiente e apenas relaxará depois de obter seu objetivo, para isso precisa haver um equilíbrio entre a carga e a descarga, entretanto, muitas vezes esse ciclo, está inibido em sua totalidade ou em fases isoladas. A bioenergética se propõe, a identificar os bloqueios, liberá-los e superá-los, atuando simultaneamente sobre carga e descarga, nos exercícios corporais e em situações do dia a dia.
Um dos principais pressupostos da Análise Bioenergética é que a meta essencial da vida é o prazer, e nunca a dor.
A contração é a experiência de dor. O organismo direciona toda sua busca pela satisfação, caso se encontre ameaçada, o resultado é a contração. A musculatura se encarrega de conter a excitação e quando a musculatura falha surge a ansiedade/ dor. Desta forma, as pessoas com suas “defesas” acabam formando assim as chamadas couraças (físicas e psíquicas), deixando de sentir ansiedade ou dor, mas pagando o preço de se tornarem incapazes de sentir prazer.
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