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ANÁLISE CONCEITUAL DO TERMO CONSCIÊNCIA SEGUNDO A PERSPECTIVA BEHAVIORISTA

Por:   •  21/10/2018  •  Relatório de pesquisa  •  4.368 Palavras (18 Páginas)  •  349 Visualizações

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FORMULÁRIO DE DETALHAMENTO VÁLIDO SOMENTE PARA INSCRIÇÃO DE INICIAÇÂO CIENTÍFICA

  1. Identificação do Projeto

Título do Projeto de Iniciação Científica

ANÁLISE CONCEITUAL DO TERMO CONSCIÊNCIA SEGUNDO A PERSPECTIVA BEHAVIORISTA

Orientador

GUSTAVO PAIVA DE CARVAVALHO[pic 3][pic 4]

Bolsista

CYNTIA MARIA CASTRO LOIOLA

Aluno cursando Graduação no Interior do Estado

                                                  Sim

Não

x

 

Renovação de Projeto

Sim

Não

x

Projeto no Interior do Estado

                                                  Sim

Não

x

  1. Resumo

A Mente é considerada por várias teorias científicas e senso comum como um lugar no interior do indivíduo. Apesar da falta de evidências empíricas sobre a mente ou eventos que nela supostamente ocorrem, o paradigma dominante a reifica. Tratada como parte incorpórea da inteligência e racionalidade humana, supostas comprovações sobre sua substancialidade somente são apresentadas através de inferências, metáforas ou erros lógicos. O fato de não possuir corpo ou ocupar lugar no espaço e classifica-la como interna e com processos ocorrendo dentro da mesma implica em equívoco. Se não ocupa lugar no espaço, a mente não pode ser nem interna nem externa a algo, não pode estar nem dentro nem fora de lugar algum. Muitas expressões que se propõe a descrever a mente estão eivados de erros lógicos denominados por Ryle (1949) como erros-categoria. É o caso do dualismo mente/corpo. A mente distingue-se do corpo, este pertencente ao mundo material, e detém características, faculdades e competências que extrapolam o mundo natural, primordialmente o objeto da ciência. O termo “Consciência” é um exemplo de conceito capital para o desenrolar das teorias psicológicas dominantes, mas sua utilização não atenta para enganos lógicos inerentes a linguagem destinada a descrever eventos mentais. O presente trabalho propõe-se a avaliar criticamente o uso científico da palavra “Consciência” apontando possíveis incongruências presentes neste tipo de manejo teórico e traçando alternativas para compreensão dos fenômenos a ela relacionados através do escopo da Análise do Comportamento e da filosofia Behaviorista. Essa abordagem entende que eventos comportamentais privados são naturais e, sob todos os aspectos, submetem-se às mesmas contingências de eventos públicos, com exceção da sua privacidade e impossibilidade de serem observáveis publicamente. Pretende-se sugerir formas funcionais e objetivas de se tratar teoricamente fenômenos que demandam o uso do termo “Consciência”.

  1. Introdução

Em diversas literaturas encontram-se vários estudos sobre os processos mentais superiores. A teoria de que existe um mundo “mental”, o qual se diferencia do mundo físico, material e, ainda, é defendido que a descoberta do conteúdo desse mundo desconhecido, imaterial são processos diferentes daqueles realizados para se acessar o mundo físico.

O filósofo Rene Descartes (1596-1650) foi quem implantou esse difícil e atual problema da relação entre a mente e o corpo. O filósofo não acreditava que a mente pudesse ser um elemento físico. Uma vez que a mente não tem como compartilhar de nenhuma característica que a aproxime das propriedades dos elementos físicos. Estes, geralmente, são vastos e amplos, ou seja, ocupam lugar no espaço. Essa característica os constitui como elementos divisíveis, em contraposição ao mental, o qual é considerado de natureza indivisível. Ou seja, os estados mentais não ocupam lugar e nem acontecem no espaço, isto é, possui a não espacialidade como uma característica (Teixeira, 2011).  

Essa relação ou não relação entre a mente e o corpo recebeu notoriedade com Descartes. Em Meditações Metafísicas (1973), mais precisamente, na segunda meditação, Rene Descartes apresenta, de forma extrema, a separação entre o eu psicológico, o res cogitans, e o eu corpóreo, o res extensa. O filósofo, a partir dessas meditações, procura embasamento para uma apresentação filosófica clara e original, ou seja, pretende encontrar uma verdade efetiva pela qual as demais verdades se sustentariam. Diante dessa busca, ele avalia os sentidos e procura observar se por meio da percepção dá para alcançar um conhecimento preciso e incontestável. Entretanto, Descartes chama a atenção, de forma clara, para os sentidos que algumas vezes nos enganam. Sobretudo, quando se pode acreditar ter visto ou ouvido alguma coisa, porém, ao analisar de forma correta e efetiva, compreende-se que as referidas sensações na verdade não existiam (Júnior, 2015).

Pois bem, para Descartes, se os cincos sentidos podem ser enganosos, falhos e somente a introspecção, ou o olhar da mente, é o que determina a minha existência, percebo a existência de algo no qual posso chegar sem a colaboração dos sentidos, além disso, eles são desnecessário no que diz respeito a observação do espírito, desse modo, a mente ou o pensamento deve ser de propriedade diferente da do corpo (Descartes, 1973).

Portanto, Rene Descarte concebia o pensamento como qualidade da imaterialidade, da alma, do espírito, e a respeito dessa questão, ele escreveu uma extensa manifestação que iniciava com a dúvida radical e terminava na sua célebre frase "Penso, logo existo". Acreditar que uma máquina teria condições de pensar seria o mesmo que deixar de lado o dualismo. Até porque algum tipo de acomodação de elementos materiais pode causar pensamentos e que, para que isto aconteça, não haveria necessidade de crer na existência de um conteúdo mental ou espiritual. Porém, era exatamente nesta questão que Descartes identificava uma divergência básica e instransponível entre a máquina e os seres humanos, ainda que se constituísse um autômato muito aperfeiçoado ou uma cópia fiel que fizesse tudo que somos capazes de realizar, a esses seres estaria continuamente carecendo do conteúdo espiritual (Teixeira, 2011).

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