AS CARACTERÍSTICAS DO ESTÁGIO
Por: claudiatas • 11/5/2019 • Seminário • 3.022 Palavras (13 Páginas) • 169 Visualizações
CARACTERÍSTICAS DO ESTÁGIO
Para desenvolver este trabalho procurou-se entender alguns conceitos fundamentais relacionados à Saúde Mental, e ainda fez se uma busca no referencial histórico da Saúde Mental no Brasil.
O conceito de Saúde está relacionado não somente a ausência de doença, mas de fatores condicionantes e determinantes do bem–estar físico, mental e social, como: alimentação, moradia, saneamento, renda, educação, transporte e lazer. A própria compreensão de saúde tem também alto grau de subjetividade e determinação histórica, na medida em que indivíduos e sociedades consideram ter mais ou menos saúde dependendo do momento, do referencial e dos valores que atribuem a uma situação. Não se fala de um conceito de saúde-doença, mas sim de um processo de saúde-doença. Na antiguidade uma forma de definir a saúde era a medicina mágico-religiosa, se inseria num contexto religioso mitológico no qual adoecer era resultante de transgressões, ou seja, o causador da doença era alguém pecador.
A Constituição Federal de 1988, artigo 196, evita discutir o conceito de saúde, mas diz que: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”. Este é o princípio que norteia o SUS, Sistema Único de Saúde. E é o princípio que está colaborando para desenvolver a dignidade aos brasileiros, como cidadãos e como seres humanos. Segundo a Organização Mundial de saúde não há uma definição oficial de Saúde Mental. No entanto admite-se que Saúde Mental é o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas. Esse termo é usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional. No entanto procurou-se fazer uma abordagem psicanalítica articulando os conceitos de saúde Mental e a Psicanalise.
Primeiramente, farei um breve relato de alguns pontos importantes que contribuíram para a estruturação e desempenho da rede de saúde mental publica que temos hoje.
Desde os primórdios o Transtorno Mental chamava a atenção da população. Na Grécia antiga a loucura era vista com bons olhos perante a sociedade, entendia-se que pelo fato do louco falar sozinho ele estava conversando com Deus. Diferente da Grécia a partir do Séc. XV, onde a Igreja passou a mandar para fogueira todos que representasse ameaça a sua soberania inclusive os loucos, afinal se esses falavam com Deus, como o Clero podia firmar seu poder perante os fiéis.
No Séc. XVII a repressão deixou de ser religiosa e passou a ser econômica, pois na época do desenvolvimento do mercantilismo, os loucos eram considerados ociosos, pelo fato de não produzirem, devido a isso foram submetidos a internações juntamente com mendigos, idosos e crianças abandonadas. No fim do Séc. XVII a concepção de Doença Mental foi criada pelo médico Heri Pinel e em seguida foram sendo criados os asilos, como fins de tratamento, toda via tratar portadores de transtorno mental passou a ser sinal de exclusão.
A partir da criação dos Hospícios os doentes mentais passaram a ter um local específico pra ser tratado, contudo esses manicômios transformaram-se em verdadeiros depósitos de humanos, e que os usuários eram submetidos a altas doses de medicamentos, maus tratos, falta de higiene e longos períodos de internações. Além de praticas de eletrochoques que tinham fins punitivos e não de tratamento dessas pessoas.
A Reforma Psiquiátrica se opõe a prática antimanicomial: que não visa resultados terapêuticos, apenas exclui, priva o sujeito de sua sociabilidade e de sua cidadania. Com a proporção do numero de hospitais psiquiátricos conveniados ao estado, fortaleceu-se interesses particulares e de iniciativa privada. O modelo assistencial psiquiátrico tinha um caráter perverso muitas vezes desumano.
O plano padrão terapêutico em geral era medicamentoso, punitivo e violento; principalmente no período de 1964 e 1985 durante a ditadura militar.
De modelo diferenciado de Assistência do SUS surge à necessidade de mudar a metodologia vigente, por demanda social, é fortalecido a Reforma Psiquiátrica. Esse processo político, assistencial, cultural, está historicamente, ligado a movimentos sociais e consiste num marco teórico e conceitual. O movimento partiu dos posicionamentos de trabalhadores contra as condições de vida, contra a desumanização sofrida por doentes mentais. Um grande avanço prático proveniente da concretização do SUS foi a construção do CAPS.
Em março de 1987, foi criado na cidade de São Paulo o primeiro Centro de Assistência Psicossocial no Brasil, o CAPS Luiz da Rocha Serqueira. O CAPS abrange uma nova fase da Saúde Mental, modelo criado na Itália e adaptado no Brasil. Faz parte do resultado da Reforma Psiquiátrica, e da luta antimanicomial.
Os CAPS surgiram para substituir os hospitais psiquiátricos desumanos, onde as pessoas eram tratadas como objetos.
O CAPS II Colmeia foi fundado em fevereiro de 2002, localizado na Rua Vinte e Quatro de Fevereiro, n° 273 – Centro de Ijuí/ RS, é um serviço publico em Saúde Mental, em consonância com a portaria nº 336 do Ministério da Saúde, que oferece trabalho institucional aos sujeitos com sofrimento psíquicos, objetivando o deslocamento desse sofrimento de forma que se resgatem e construam um lugar de cidadania.
O CAPS como o próprio nome diz, vai muito além do modelo médico, do atendimento psiquiátrico, é um Centro de Assistência Psicossocial. Tendo como objetivo fundamental acolher e resgatar a subjetividade da pessoa em tratamento. No âmbito nacional, seus serviços junto à ação dos pacientes possibilitam a construção de redes relacionais e de convivência social, fomentando sociabilidade de novos aprendizados, novas experiências, mais bem estar e qualidade de vida.
O público alvo do CAPS são os casos mais graves, esquizofrenias, as neuroses graves, as depressões graves, doenças que se não forem cuidadas, podem desencadear um sofrimento psíquico ainda maior para o sujeito.
Para que esse trabalho seja realizado o CAPS é composto por uma equipe multidisciplinar, onde atuam Médicos Psiquiátricos, Psicólogos, Assistente Social, Enfermeiros, Terapeuta Ocupacional, Artista Plástica, Nutricionista, Farmacêuticos, dentre outros profissionais responsáveis pela administração, e manutenção do CAPS. Um grupo com diversos olhares para que possa ter uma saúde mental mais humanizada.
ATIVIDADES REALIZADAS
Este trabalho tem como validade acadêmica de estagio curricular de caráter obrigatório, classificado como estágio curricular através de atestado de participação. No inicio do estágio foram realizadas reuniões com o supervisor de estagio, para cada estagiário se organizar, de forma a poder participar semanalmente das reuniões de equipe que ocorrem nas segundas feiras à tarde, Onde são discutidos assuntos diversos, administrativos, institucional, bem como apresentação de casos de pacientes, onde todos participam de modo a cooperar para o melhor desenvolvimento dos trabalhos realizados na Instituição. Momento esse em que todos os profissionais e demais funcionários possam expor suas opiniões, ideias, criticas, enfim oportunizar todos os envolvidos no uso da palavra.
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