AS MUDANÇAS NO CICLO DE VIDA FAMILIAR
Por: Juliananmelo25 • 24/9/2020 • Resenha • 997 Palavras (4 Páginas) • 606 Visualizações
FICHAMENTO
Texto: CARTER, B.; MCGOLDRICK, M. As Mudanças no Ciclo de Vida Familiar: uma estrutura para a terapia familiar. Porto Alegre, Artmed, 1995.
As autoras propõem uma discussão acerca das mudanças nas estruturas familiares observadas na contemporaneidade. Suscitando a questão do papel da terapia familiar quanto ao ciclo vida familiar. Para tanto, as autoras abordaram uma noção de ciclo de vida familiar marcados pelos pontos de transição e mudanças nos subsistemas, que compreendem os estágios: jovem solteiro; o casal; família com crianças; família com adolescentes; família no meio da vida; família no estágio tardio. Observando os sintomas e as disfunções no funcionamento das relações familiares.
Os pontos de transição de um estágio para o outro são, segundo as autoras, os maiores geradores de estresse. Favorecendo o surgimento de sintomas relacionados a interrupção ou o deslocamento no ciclo de vida familiar.
As autoras salientam que a família é um sistema que se move através do tempo, de maneira não linear. Ou seja, embora seja possível perceber diferentes padrões nos subsistemas familiares entre as gerações, podemos também observar muitas características semelhantes ao longo do ciclo de vida das famílias ocorrendo de maneira simultânea. Isso porque, a família é composta por diversos membros, em diferentes fases do seu desenvolvimento individual, as fases não são vividas de forma isolada. Há sobreposição de etapas, causando impactos significativos para a transição de uma fase para outra.
Nesse sentido, a família diferente de outros sistemas por ter seu principal valor pautado nos relacionamentos, que são insubstituíveis. Os membros são incorporados no sistema apenas pelo nascimento, adoção ou casamento, e somente se desliga do mesmo pela morte. Embora, na ausência de um membro, o mesmo possa ser substituído por outro, não o poderá ser substituído nas relações emocionais.
Embora o crescente individualismo tem contribuído com a desvinculação com as gerações passadas, a família tem, por meio do deslocamento cultural e temporal da família, um efeito continuado sobre o desenvolvimento familiar através das gerações e em seus padrões relacionáveis.
É imprescindível que cada geração receba influencias culturais, políticas e econômicas dos sistemas pré-existentes. Assim ao longo de seu ciclo de vida, as famílias vivem eventos que podem funcionar como estressores. Os estressores verticais são os padrões de relacionamento e funcionamento que são transmitidos para as gerações seguintes de uma família.
A mudança mais evidente que repercutiu na dinâmica das relações familiares foi a mudança social no papel da mulher, que antes eram consideradas as principais responsáveis emocional nos relacionamentos familiares, pela manutenção do sistema familiar. Embora seja bastante presente na sociedade atual essa discussão acerca do papel da mulher, e isso tenha influenciado as jovens adultas a estabelecer objetivos pessoais e profissionais, é notável uma contradição no discurso, uma vez que ainda permanece a cobrança social do casamento e da maternidade, que são vivenciados mais tarde. Essa contradição tem como fonte a complexidade da sociedade atual, em que convivem diferentes gerações.
As autoras explanam os ciclos da vida familiar, entendendo que quanto mais abertura a família tiver para realizar as mudanças necessárias para a passagem de uma fase a outra, maior a qualidade de vida do sistema familiar.
No ciclo denominado como “Jovens adultos solteiros” compreende a fase de transição onde os filhos se afastam da estabilidade familiar para se aproximar de seus objetivos pessoais, e de uma identidade pessoal, desenvolvendo relacionamentos íntimos com seus iguais e responsabilidades financeiras.
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