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ASPECTOS SUBJETIVOS DA AMAMENTAÇÃO E DESMAME: EVIDÊNCIAS EM TRÊS CASOS

Por:   •  18/11/2018  •  Resenha  •  1.202 Palavras (5 Páginas)  •  243 Visualizações

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ASPECTOS SUBJETIVOS DA AMAMENTAÇÃO E DESMAME: EVIDÊNCIAS EM TRÊS CASOS

Ações governamentais têm incentivado a amamentação a fim de evitar a mortalidade infantil devido a problemas decorrentes da pobreza, evitando ao máximo o uso de chupetas e mamadeiras como substitutos do seio da mãe, influenciando com campanhas, a amamentação e seus benefícios através do leite materno.

Com isso também programas de aleitamento materno tem influenciado as mãe a oferecerem o peito a qualquer manifestação de desconforto do bebê, ou seja, não somente por questão nutricional, mas também como forma de acalentar o bebê.

Winnicott (1968/2006), apesar de saber da importância da amamentação, criticou essa propaganda em favor da mesma, afirmando ser prejudicial forçar uma mulher a amamentar quando ela não se sente confortável em fazer tal ato. Para ele existem outros métodos da mãe criar laços de intimidade com seu filho, como por exemplo, segurar e manipular o bebê, a troca de olhares as sensações, seriam mais importantes em termos psíquicos, do que a amamentação em si. Entretanto, Winnicott compreendeu também que a amamentação vai mais do que o nutrir, e sim dar alento ao seu filho, dessa forma aproximando-se da continuidade intrauterina.

Também apontou o medo e a fantasia das mães que ao amamentar estariam sendo sugadas pelo seu bebê, como se não mais pertencessem a si mesmas, dificultando então o ato de amamentar, de forma inconsciente ou consciente.

Dolto (2004), fala sobre a castração oral onde a mãe precisa ter o entendimento que ela não é a única fonte de sobrevivência de seu filho, para ele o desmame é a ampliação dos relacionamentos afetivos além da mãe.

Para Sampaio et al. (2010), o desmame precoce pode estar relacionado à problemas de vínculo na relação mãe-bebê e na constituição da maternidade, enquanto que o desmame tardio pode estar associado ao excesso psicoafetivo materno, revelando dificuldades na entrada de terceiros na relação mãe-bebê.

Foram entrevistadas três mães primarias, que no inicio do estudo tinham seus bebês com três meses de idade. Uma delas era Sandra, que não permitia que seu filho ficasse com nenhuma outra pessoa, relatou também que oferecia o seio diversas vezes ao filho, mesmo quando ele não estava com fome, com isso afirmou amamentar em excesso seu bebê, ocasionando alterações na relação entre ela e seu marido, já que ela levantava várias vezes durante a noite para amamentar. Como Sandra não permitia que outras pessoas cuidassem do seu filho, imaginando só ela ser capaz de satisfazer e tranquilizar o pequeno, pode-se supor que a amamentação seria um possível indicador da relação incestuosa estabelecida entre Sandra e seu filho. Aos oito meses de vida de seu bebê, Sandra contou ter dificuldades ao desmamar, pois eu filho não aceitava outro alimento, contudo esse processo de desmame pode ser de forma dolorosa também para a mãe, já que a qualquer sinal de desconforto ela oferecia o seio, causando a dependência do bebê ao corpo materno.

Outra entrevistada foi Giovana, que teve seu filho prematuro e por conta disso ele passou os primeiros 5 dias na incubadora, sendo alimentado por sonda, cortando inicialmente o contato mãe e filho através do peito materno. Após esse período o bebê aceitou ser amamentado sendo intercalado com o leite em pó, pois Giovana acreditava não ter leite suficiente, questionando sua capacidade em cuidá-lo medida essa que acabou ocasionando muitas cólicas, Giovana só voltou a amamentar normalmente de seu peito após uma visita há sua irmã que também tinha um bebê da mesma idade, esta afirmou categoricamente para Giovana que ela tinha leite suficiente, não necessitando do leite em pó para alimentar seu filho. Giovana passou então a amamentar seu filho somente do leite materno, mas com isso veio a frustração de não ter mais tempo pra nada, nem mesmo para dormir, sentindo-se assim sugada pelo próprio filho. Aos oito meses de vida do bebê, Giovana relatou ter desmamado seu filho aos 5 meses e meio, após ter retornado ao trabalho deixando seu filho sob os cuidados da sogra, Giovana conta que quando chegava para amamentar seu filho ele já tinha sido alimentado pela sogra, não aceitando mais o peito materno, a deixando então frustrada perante o seu papel como mãe. A respeito disso, compreende-se que a amamentação pode se constituir em um processo permeado por sentimentos ambíguos e contraditórios. Neste caso pode ser difícil para uma mãe não alimentar, já que esta associada à relação entre ser uma boa nutriz e ser mãe.

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