TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Abordagens teóricas e sua prática: Psicodrama

Por:   •  17/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.905 Palavras (12 Páginas)  •  324 Visualizações

Página 1 de 12

UNIVERSIDADE  REGIONAL  DE  BLUMENAU

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

VII SEMESTRE

ABORDAGENS TEÓRICAS

E SUA PRÁTICA CLÍNICA:

PSICODRAMA

                                                                Disciplina: Psicologia Clínica

                                                                Professor: Maíse Feijó

                                                                Acadêmicas: Roseli Maria Weh

Viviane Giombelli

    Jeruza Colvara Teixeira

Simone Cristina Oechsler

Blumenau

Junho de 1998


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO        3

2. HISTÓRICO        4

3. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS        6

4. TERAPIA EM PSICODRAMA        9

5. O AMBIENTE E A ENTREVISTA INICIAL        13

6. REFERÊNCIAS  BIBLIOGRÁFICAS        16


1. Introdução

Observando-se a nossa realidade humana, compreendemos que, para viver, é preciso relacionar-se com outros seres humanos. Para que uma pessoa possa humanizar-se é preciso que ela entre em contato com as pessoas do seu dia-a-dia e tenha condições de relacionar-se com elas, atingindo, assim, o aperfeiçoamento como pessoa.

O homem torna-se um ser social antes do seu nascimento. A família é constituída num processo histórico, ao qual o sujeito que nasce deve inserir-se. O ser humano nasce precisando de outras pessoas para sobreviver. Na família ele apreende os valores primários que irão garantir o seu desenvolvimento. O sujeito internaliza este discurso e estas práticas de socialização como sendo seu, aceitando um papel na família ou na sociedade como sendo "natural".

São as normas de uma sociedade que estabelecem os papéis sociais e que determinam as relações sociais possíveis. Através da vivência destes papéis durante sua vida, é que uma pessoa vai construindo sua identidade e percebendo-se diferente dos outros. Ao assumir essa identidade, ou viver os seus papéis como naturais, o sujeito não tem consciência de que eles são uma construção social. Irá assumi-los e vivê-los sem modificá-los, reproduzindo a construção cultural e dificultando sua convivência adequada na sociedade. Somente quando ele toma consciência de si, sendo capaz de modificar estes papéis, recriando-os é que conseguirá conviver com os outros de modo espontâneo e criativo.

2. Histórico

Moreno propôs tratar toda a sociedade num projeto que denominou Socioatria com a finalidade de aplainar as dificuldades entre os homens, melhorando-lhes a capacidade de se relacionar e buscando a harmonia dos grupos de convivência, numa amplitude universal (ALMEIDA, 1990).

Jacob Levy Moreno é o criador do Psicodrama. É judeu, nasceu em 1889 na Romênia e morreu em 1974 em New York. A metodologia emergiu mediante as vivências de Moreno, bem como através do teatro da espontaneidade.

O Psicodrama não nasceu preocupado com a teoria, com os escritos, mas com as vivências práticas e reais. Não se limitou a conceitos metódicos. O objetivo de Moreno foi criar uma psicologia do homem em ação, considerando-o como um ser influenciado pelas relações sociais e constituído historicamente.

Moreno coloca-se como anti-psicanalítico. Para tanto em 1914 (Viena) surgiu a psicoterapia de grupo (e, posteriormente, o psicodrama), afim de romper com a concepção individualista da psicanálise. A psicoterapia de grupo, na verdade, iniciou em 1910, nos jardins de Viena, com crianças, através da improvisação de representação, em 1914 ocorreu o início efetivo. Moreno também criticava e se opunha ao Marxismo radical, ao passo que criou a Sociometria, afim de construir uma teoria social superior.

O psicodrama nasceu das perspectivas de Moreno, influenciado fenomenologicamente e pelas idéias buberianas que propõe o homem como ser existencial, inserido nas relações eu-tu. Busca compreender o homem da ação, o homem que vivencia o drama cotidiano e não o homem das construções meramente teóricas. Não visa classificar ou rotular, muito menos delimitar o que é normal ou anormal, pois visa compreender o homem como ele é a partir do que fizeram dele.

"Toda a teoria moreniana parte dessa idéia do Homem em relação, e, portanto, a inter-relação entre as pessoas constitui seu eixo fundamental" (GONÇALVES, 1988). Para estudar essa inter-relação, Moreno criou a SOCIONOMIA, isto é, o estudo das leis que regem o comportamento social e grupal. Subdividiu a Socionomia em Sociodinâmica - estuda a dinâmica das relações humanas e tem como método o jogo de papéis (role-playing) -, Sociometria - é a medição das relações humanas - e a Socioatria - que é o tratamento terapêutico das relações sociais e tem como métodos a psicoterapia de grupo, o sociodrama e o psicodrama.

A Psicoterapia de grupo trabalha as relações dos indivíduos num determinado grupo. O sociodrama é o tratamento de problemas sociais, lidando com estes em aspecto coletivo. O Psicodrama é o tratamento do indivíduo e do grupo através da ação dramática.

3. Pressupostos teóricos

O objetivo do psicodrama é dotar o sujeito de conhecimentos e habilidades necessárias para uma vida adequada e produtiva.

Para o Psicodrama o homem se faz nas relações que mantém, sendo um ser social, pois, já ao nascer, é inserido numa sociedade e necessita dos outros para sobrevier. Está inserido num espaço psicológico e virtual construído por meio das expectativas sócio-familiares. Estas expectativas são anteriores ao nascimento e constituem a matriz de identidade. Com o decorrer do tempo esta matriz é modificada, na medida em que o sujeito passa a se constituir como singular.

O sujeito ao inserir-se no mundo, ainda enquanto criança, passa por três fases (esta classificação é apenas para fins metodológicos, mão tendo base biológica). A primeira etapa é a da identidade do eu com o tu. O sujeito mediado nas relações que começa a estabelecer com os objetos e com as demais pessoas. Posteriormente reconhece-se como um ser separado dos outros, na sua singularidade. A última etapa, associada com a segunda, consiste no reconhecimento dos outros. Na medida que se reconhece como singular, reconhece os outros como não sendo parte dele.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (18.6 Kb)   pdf (165.6 Kb)   docx (19.4 Kb)  
Continuar por mais 11 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com