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Abuso Sexual Infantil Intrafamiliar

Por:   •  27/4/2023  •  Trabalho acadêmico  •  2.295 Palavras (10 Páginas)  •  103 Visualizações

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A Organização Mundial da Saúde afirma que o abuso sexual infantil é "o envolvimento de uma criança em atividades sexuais que ela não compreende, que são para a qual ela não está preparada ou que violam as leis e tabus sociais da sociedade. O abuso sexual infantil é comumente cometido por alguém conhecido da criança, incluindo membros da família".

Para a UNICEF, o abuso sexual se define por "qualquer contato ou interação entre uma criança e um adulto (ou outra pessoa) em que a criança é usada para gratificação sexual do agressor, seja essa gratificação sexual física ou não. Isso pode incluir contato físico, como tocar as partes íntimas da criança ou fazer com que a criança toque as partes íntimas do agressor, bem como exposição a pornografia ou outras formas de exploração sexual".

As ramificações do conceito de abuso para a saúde da criança vão além de traumas físicos que se manifestam no corpo da vítima, tais como lesões, gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis, o abuso causa principalmente um impacto grande em sua saúde emocional.

Ao adentrar no âmbito do sofrimento da vítima de abuso, Koenen (2018) salienta que “A exposição ao trauma pode resultar em efeitos negativos a longo prazo na saúde mental, incluindo sintomas de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), depressão e ansiedade. Além disso, o trauma pode levar a mudanças estruturais e funcionais no cérebro, o que pode afetar a cognição, a regulação emocional e a tomada de decisões."

O abuso sexual infantil pode ter um impacto duradouro e destrutivo tanto no bem-estar físico quanto mental da vítima, conforme mencionado por Kaplan e Sadock (1990). A intervenção do Estado para punir o infrator é relevante, mas faz-se necessário um olhar atento das autoridades envolvidas para dar garantia que a vítima terá oportunidade de superar tal situação, assim como destaca López Ossorio (2010) "O abuso intrafamiliar não é apenas um problema individual, mas também um problema social que exige uma resposta coordenada das instituições públicas e privadas."

As consequências do abuso podem ser danosas a saúde física, mental, sexual e pode afetar suas relações socias. A Organização Mundial da Saúde relata que "O abuso intrafamiliar tem efeitos devastadores na saúde física e mental das vítimas, incluindo

 trauma, depressão, ansiedade, baixa autoestima e comportamento de risco." (OMS, 2014).

Um estudo de meta-análise feito por Pereda (2014) verificou a prevalência significativa do abuso sexual infantil, sendo que o abuso sexual intrafamiliar é a forma mais comum de abuso. Além disso, o estudo também apontou que indivíduos que sofreram abuso sexual infantil apresentam maior risco de desenvolver transtornos psicológicos, incluindo transtornos ansiosos, depressão e transtorno de estresse pós-traumático.

Segundo Pereda (2014) O abuso sexual infantil é um problema grave de saúde pública que está associado a uma ampla gama de resultados adversos na infância e mais tarde na vida" (Pereda, Guilera, Forns e Gómez-Benito, 2014, p. 118).

As sequelas do abuso sexual infantil acompanham o sujeito para a vida adulta aparecendo como traumas físicos e emocionais como afirma Carvalho e Amaral (2018) "As vítimas de abuso sexual intrafamiliar apresentaram sintomas físicos como dor de cabeça, dor abdominal, problemas ginecológicos, bem como sintomas psicológicos como baixa autoestima, problemas de confiança, transtornos alimentares, entre

outros" (Carvalho & Amaral, 2018, p. 367).

O abuso sexual é uma forma de violência que pode deixar profundas marcas psicológicas nas vítimas, gerando uma série de problemas de saúde mental. Segundo Teicher (2016) afirma que "O abuso sexual infantil intrafamiliar pode levar a uma variedade de consequências negativas para a saúde mental, incluindo transtornos de ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático, comportamentos autodestrutivos e até mesmo suicídio" (Teicher et al., 2016).

O abuso sexual infantil intrafamiliar é uma forma de violência que pode deixar profundas marcas psicológicas nas vítimas, gerando uma série de problemas de saúde mental. Tais consequências não afetam apenas as vítimas, mas também toda a sociedade em geral, já que uma criança que sofreu abuso sexual pode se tornar um adulto com comportamentos agressivos ou passivos para resolver situações estressantes.

Outros estudos também mostram que o abuso sexual pode ter um impacto duradouro na saúde mental da vítima, podendo afetar sua capacidade de estabelecer relacionamentos

 saudáveis e lidar com situações estressantes ao longo da vida, como é o caso do estudo de Fergusson (2013). Por isso, é fundamental que as vítimas de abuso sexual recebam atendimento psicológico adequado para lidar com as consequências emocionais dessa violência.

Problemas de confiança

Uma pessoa que foi vítima de abuso sexual pode ter dificuldade em confiar em outras pessoas. Eles podem achar difícil confiar em amigos, familiares e até mesmo em profissionais de saúde, como psicólogos e terapeutas.

Existem estudos que apontam que indivíduos que foram vítimas de abuso sexual podem apresentar dificuldades em confiar em outras pessoas, incluindo amigos, familiares e profissionais de saúde, como psicólogos e terapeutas. Um estudo publicado na revista "Journal of Interpersonal Violence" em 2008, por exemplo, analisou os efeitos do abuso sexual infantil na capacidade de confiança de adultos sobreviventes.

Os resultados indicaram que os participantes que relataram ter sofrido abuso sexual na infância apresentaram níveis significativamente mais baixos de confiança em seus relacionamentos interpessoais do que aqueles que não relataram ter sofrido abuso sexual. Além disso, esses indivíduos também apresentaram níveis mais elevados de ansiedade e depressão.

Sentimento de culpa

As vítimas de abuso sexual muitas vezes se sentem culpadas pelo que aconteceu com elas, mesmo que o abuso não tenha sido sua culpa. Esses sentimentos de culpa podem levar a uma perda de confiança em si mesmas e em suas próprias habilidades de tomar decisões

A culpa é um sentimento frequentemente experimentado por vítimas de abuso sexual, mesmo que elas não tenham culpa pelo que aconteceu. Esse sentimento pode ter um impacto negativo na autoestima e na confiança da pessoa. Um estudo publicado em 2012 na revista "Child Abuse & Neglect" analisou a relação entre culpa, autoestima e depressão em vítimas de abuso sexual.

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