Adolescência normal: Arminda Aberastury e Mauricio Knobel
Por: sahmess • 23/3/2016 • Resenha • 1.642 Palavras (7 Páginas) • 1.273 Visualizações
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PSICOLOGIA
SABRINA NEVES MESSIAS
RESENHA CRÍTICA
Adolescência normal: Arminda Aberastury e Mauricio Knobel
Guanambi-BA
2016
SABRINA NEVES MESSIAS
RESENHA CRÍTICA
Adolescência normal: Arminda Aberastury e Mauricio Knobel
Trabalho apresentado em cumprimento às exigências da disciplina: Psicologia do Desenvolvimento na Adolescência do curso de Psicologia, 3º Semestre, ministrada pelo docente: Weslley Valadares.
Guanambi-BA
2016
RESENHA CRÍTICA
Arminda Aberastury, de nacionalidade Argentina, reconhecida como uma das maiores autoridades na área de análise infantil juntou-se com Mauricio Knobel também de nacionalidade argentina, para desenvolver o livro “Adolescência normal”. Nesse exemplar os autores descrevem meus pensamentos sobre uma das faces mais difícil da vida, a adolescência, onde uma juventude descontrolada tenta exercer uma independência, fugir das regras e afrontar os pais.
Segundo Knobel, o adolescente não tem uma estabilidade na personalidade, ele apresenta series de atitudes mutáveis. Os pais precisariam saber que na adolescência precoce os jovens precisam deles do mesmo jeito quando precisavam quando eram bebê, que essa necessidade de dependência pode depois ser seguida por uma necessidade de independência. Para isso os pais tem que viver essas crises de identidade junto com os filhos sendo ativos a cada mudança que ocorrer, e administrando a liberdade para com o tempo essa independência seja madura. As lutas e rebeliões externas do adolescente não são mais do que reflexos dos conflitos de dependência infantil que intimamente ainda persistem. Os processos de luto obrigam a atuações que têm características defensivas, de caráter psicopático, o autor ainda afirma que isso e uma verdadeira patologia normal do adolescente. O autor ainda descreve 10 características comuns que o adolescente costuma sentir nessa face, que são:
Busca de si mesmo e da identidade
Nesse processo a criança que agora está se transformando em adolescente passa reconhecer a si mesmo, vendo suas transformações corporais e mentais. Os órgãos genitais vão mudando, nas meninas acontece a primeira menstruação e nos meninos a primeira ejaculação. Na adolescência tudo isto acontece com uma intensidade muito marcada, o autor sempre cita o momento do luto, onde a criança no início nega a perda de suas condições infantis e tem dificuldades em aceitar as realidades mais adultas. A criança entra na adolescência com dificuldades, conflitos e incertezas e isso contribui para a busca da sua identidade.
A tendência grupal
O individuo nessa face começa a pertencer a certos grupos de amizades aonde sua identidade vai sendo construída, o adolescente faz do grupo sua família onde as regras ali exercidas façam parte da sua convivência familiar. O grupo é de suma importância nessa face, pois o que era transmitido aos pais, agora e repassado ao grupo, vemos nessa etapa que o adolescente começa a desapegar dos pais.
Necessidades de intelectualizar e fantasiar
Com tantos conflitos ocorrendo o adolescente começa a recorrer a pensamentos fantasiosos para compensar as perdas que ocorrem dentro de si mesmo. Essa necessidade de intelectualizar e fantasiar acontece como uma das formas típicas do pensamento do adolescente.
As crises religiosas
Em relação a religião, a construção de uma ideologia muda de adolescente para adolescente, uns são exagerados a ponto de colocar a religiosidade acima de tudo, outros eliminam a existência dela. Esse processo se torna importante, pois possibilita ao jovem construir novas e verdadeiras ideologias de vida.
A deslocalização temporal
Segundo os autores, o adolescente vive certa deslocalização temporal, convertendo o tempo em presente e ativo, numa tentativa de manejá-lo. O mesmo apresenta dificuldade de diferenciar o que é externo do que é interno, como também de distinguir presente, passado e futuro. Quando surge a conceituação do tempo, o adolescente é capaz de discriminar passado, presente e futuro. Isso pode ser visto, por exemplo, quando o sujeito se refere ao passado dizendo “quando eu era pequeno”, ou ao futuro: “quando eu for grande”.
A evolução sexual desde o autoerotismo até a heterossexualidade
Nesse processo, observa-se no adolescente uma oscilação permanente entre a atividade de caráter masturbatório e o começo do exercício genital. Segundo Aberastury e Knobel, desde criança existe as fantasias sexuais tanto nos meninos e nas meninas. Para eles, essas fantasias que serão o modelo de vínculo que vai manter durante toda a vida posterior do sujeito, como expressão do masculino e do feminino. Segundo os autores ausência da figura do pai determinará a fixação na mãe e, consequentemente, vai ser a origem da homossexualidade, tanto do homem quanto da mulher.
Atitude social reivindicatória
Aberastury e Knobel destacam que não só o papel da família, mas da sociedade é muito importante nessa face, pois e ela quem torna tudo impossível em sua vida. O adulto projeta no adolescente a sua incapacidade de controlar o que está acontecendo ao seu redor e tenta então o diminuir. Muitas vezes o mesmo tem poucas possibilidades no mercado de trabalho, e se vê obrigado a se adaptar, atendendo às necessidades que o mundo adulto lhe impõe.
Contradições sucessivas em todas as manifestações de conduta
Essa característica é muito importante, pois é o período da contradição que predomina entre uma dependência e uma independência extremas. Com isso, somente mais tarde o adolescente com a maturidade, poderá aceitar ser independente dentro de um limite necessário de dependência. Mas, enquanto isso não acontece, prevalece à contradição, a ambivalência, a dor e as fricções com o meio familiar e social. É importante ressaltar que essas contradições são normais dessa fase do desenvolvimento.
Separação progressiva dos pais
Como já mencionado no texto, os autores resaltam a todo o momento a importância do luto pelos pais da infância, aonde o adolescente vai se distanciando dos pais. Mas ao contrario do que se pensam, não só os filhos que passam por esse luto, a família também enfrenta o luto de ver sua criança crescer. Esse processo e longo e doloroso, e o que determina como se dará essa separação dos pais é o tipo de relação que se estabeleceu com eles na infância. A identificação que o adolescente teve com seus pais na infância mostra como ele ira portar quando adulto. Segundo Aberastury e Knobel, a identificação pode ser tão forte que assume caráter patológico, fazendo com que o adolescente comece a viver os papéis que atribui e como se identificou.
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