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Analise - Smigol, Drogadiçao e Exclusão Social

Por:   •  27/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.313 Palavras (6 Páginas)  •  445 Visualizações

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SMÉAGOL, DROGADIÇÃO, CRIMINALIDADE E EXCLUSÃO – O ESTIGMA DA REALIDADE.

SALVADOR

2019

COMPONENTE:

         

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SALVADOR

2019

SMÉAGOL DROGADIÇÃO, CRIMINALIDADE E EXCLUSÃO – O ESTIGMA DA REALIDADE.

O presente estudo tenciona elucidar demandas referentes à personagem “Smeagol” ressaltando a historia do individuo com a drogadição gradual, criminalidade e transtorno mental associado a tal comportamento juntamente com o afastamento do convívio social gerado pela exclusão.

Quem nunca ouviu falar na filmografia das grandes obras baseadas nas criações de John Ronald Reuel Tolkien, conhecido internacionalmente por J. R. R. Tolkien ? Talvez você não o conheça dessa forma, mas certamente deve ter ouvido falar em “Senhor dos Anéis e O Hobbit” independente de ter afinidade com este tipo de literatura. Embora seja algo ambientado em um mundo de fantasia medieval há uma personagem que desperta interesse no meio acadêmico, meio psicológico mais especificamente, tal personagem conhecida como “Gollum” outrora chamado de “Smieagol” é alguém emblemático principalmente no que se refere aos trejeitos e estigmas apresentados na obra, que demonstram ao olhar mais atento a demanda psicológica concomitantes de vicio profundo.

Antes de dar inicio á analise da personagem faz se necessário destacar que item conhecido na obra como “anel de poder” corresponde à substância psicoativa ilícita nomeada de “crack”. Tal analogia é afirmada em entrevistas do ator Andy Serkis que interpretou a criatura.

"Tive que encontrar algo muito real para fazer esse papel e, para mim, era algo sobre o anel e o vício, a esquizofrenia e a mentira", contou. "Eu o interpreto como se ele fosse um viciado. [O anel/ crack] o controla, ele anseia e é obcecado por essa coisa" (G1, 2012).

 “Smeagol” um membro produtivo do meio social que estava inserido sem qualquer histórico de doença mental, após ser “apresentado” a substancia inicia a dependência que rapidamente gera alteração fisiológica, cognitiva e comportamental modificando valores que possuíam significado para o sujeito. Uma vez rejeitando valores sociais anteriormente aceitos “Smeagol” passa a ser “mau visto” no meio que faz parte e algum tempo depois comete seu primeiro crime assassinando o primo em consequência de disputa pela possa da substancia.

Ao se tornar um dependente químico, seu comportamento passa a ser condicionado, na maior parte do tempo, na busca e na aquisição da droga, perdendo, muitas vezes, o interesse no que antes julgava importante (CAPISTRANO, 20013).

Não é incomum o envolvimento de indivíduos em dependência de substancias com a criminalidade. Após cometer o homicídio o individuo foge da comunidade e passa a viver nas ruas (florestas) cometendo mais crimes em prol da dependência.

Houve aumento considerável da criminalidade relacionado ao uso de drogas, entre eles o roubo, sequestro e homicídio. Nesse mesmo período, o tráfico de drogas foi responsável por três vezes mais condenações criminais que há 20 anos. Atualmente, sabe-se que todo dependente químico é potencialmente um pequeno traficante (CAPISTRANO, 20013).

Após período sobrevivendo à margem da sociedade sem contato afetivo com outros indivíduos, consumindo grande quantidade da substancia que estava dependente “Smeagol” começou á apresentar comportamentos muitos distintos, sendo estes súbitas mudanças de conduta de acordo com ambiente alguma vezes sendo extremamente gentil com ações e fala beirando a infantilidade e outras sendo extremamente violento com tentativas de assassinar outros indivíduos, chegando a conversar “consigo” como se fosse mais de um individuo mudando totalmente as expressões faciais. Nesta “mudança” “Smeagol” adotou outro nome, sendo este “Gollum o guardião do crack”. Analisando este comportamento é possível diagnosticar a psicopatologia conhecida como Transtorno Dissociativo de Identidade (TDA).

Ruptura da identidade caracterizada pela presença de dois ou mais estados de personalidade distintos, descrita em algumas culturas como uma experiência de possessão. A ruptura na identidade envolve descontinuidade acentuada no senso de si mesmo e de domínio das próprias ações, acompanhada por alterações relacionadas no afeto, no comportamento, na consciência, na memória, na percepção, na cognição e/ou no funcionamento sensório-motor. Esses sinais e sintomas podem ser observados por outros ou relatados pelo indivíduo (DSM V, 2014).

Diferente do ator que interpretou a personagem afirmou “Smeagol / Gollum” não seria esquizofrênico e sim portador de Transtorno Dissociativo de Identidade (TDA). Isso acaba sendo uma confusão comum para não iniciados nas ciências psicológicas, uma vez que estas psicopatologias compartilham certas semelhanças.

Na esquizofrenia, a suposição é de uma base genética e biológica tem um nexo de causalidade. Experiências adversas na infância são consideradas irrelevantes, e experiências estressantes ou traumáticas em adultos são vistas como forma de liberação de mecanismos subjacentes ao transtorno. Já o paradigma dominante dos distúrbios dissociativos centra-se quase que exclusivamente em eventos traumáticos ou fatos significativos relacionados com os sintomas que uma pessoa experimenta (FARIA, 2016)

Dessa forma, é possível atribuir a conduta criminosa do sujeito à dependência de substancia ilícita, contudo no que se refere ao Transtorno Dissociativo de Identidade (TDA), tal psicopatologia foi desencadeada após o assassinato do familiar (primo), sendo uma experiência devastadoras e traumática resultando na ruptura do sujeito na tentativa de sair da situação, embora o mesmo seja reforçado pela dependência da substancia ilícita.

A dependência química produz um quadro que favorece situações desagradáveis, conflitos e crises nos relacionamentos interpessoais, causando dificuldades no manejo dessa problemática o dependente químico, em geral, apresenta sentimentos de menos valia, dificuldades em superar os obstáculos e problemas de interação e comunicação, com isso se angustiam expressando suas emoções de maneira impulsiva e descontrolada (CAPISTRANO, 20013).

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