Analise do filme: A Onda
Por: rita c cantergiani • 2/10/2016 • Resenha • 1.324 Palavras (6 Páginas) • 1.891 Visualizações
A onda
O filme foi produzido na Alemanha em 2008, tendo como diretor Dennis Gansel, que alongo de 101 minutos apresenta a história de um experimento proposto por um simpático professor que se vê obrigado a ensinar e a discutir com seus alunos de ensino médio sobre o que é autocracia. Instigado quando os alunos mostram uma total descrença sobre novamente viverem uma ditatura, onde existe a possibilidade de um indivíduo ou grupo na liderança terem o poder ilimitado de até mudarem leis, se assim, acharem necessário. Então, ele propõe um experimento e o mesmo se desenrola ao longo de uma semana. O filme apresenta passo a passo como a influência social pode mudar o comportamento de uma pessoa, fazendo o sujeito manifestar opiniões ou executar ações de modo diferente os seus próprios valores.
Os jovens aprendem que a obediência, processo pelo qual um indivíduo adota comportamentos sugeridos por outros é fundamental em uma ditatura, afinal, disciplina é poder. O experimento começa com o professor determinando mudanças de lugares e impondo um ritmo de maior controle e autoridade, estabelecendo- se como uma figura de liderança. Determina que ninguém deverá falar sem sua permissão, precisarão levantar ao se pronunciarem e valoriza como tais mudanças de comportamento, também, são importantes para quem obedece, pois ajuda a melhorar a atenção, a concentração etc. Esta fala inicial do professor, amplia a credibilidade, outro item importante, pois com o passar do tempo a atenção das pessoas volta-se para a mensagem, a medida que aumenta a força persuasiva.
O professor trabalha a unanimidade do grupo a partir de uma vivência simples, colocando os jovens para marchar (direita/ esquerda/ direita/ esquerda). Fazendo com que sintam a importância da coesão e concordância, pois através da união um grupo tem poder. Aborda que entre o grupo não pode haver competição e muito menos panelinhas, todos precisam ajudar e trabalharem juntos para o fortalecimento do mesmo. Propõem reflexões sobre o significado de unanimidade e quais são os sinais de união de um grupo, como por exemplo, uma uniformização visual (uniformes), que elimina as diferenças sociais, e também, a individualidade, mas reforça a identidade de unidade e o sentimento de pertencimento.
O bom líder não perde a oportunidade de valorizar e estimular o espírito de equipe, alinhar pensamento, ações e atitudes, mas também, estabelecer uma diferença entre NÓS E ELES, os outros grupos, no caso do filme, os alunos de Anarquia. O líder sente-se valorizado e apoiado pelo envolvimento dos alunos.
O experimento apresenta com clareza que os alunos com maior tendência à conformidade são os mais frágeis emocionalmente, por possuirem baixa autoestima e uma necessidade de aprovação, mostram-se vunerais à influência. Dentro do grupo sentem-se mais capazes e até competentes, entrando com muita intensidade na proposta. Os jovens passam a viver uma identificação de grupo fora da sala de aula, se sentem fortalecidos e felizes com uma sensação de pertencimento. O sujeito que se manifesta rebelde e não acata as ordens “combinadas”, sente exatamente o contrário, vivencia o não pertencimento. Passando a sofrer preconceitos, sendo julgado em estereótipos negativos, como por exemplo a menina que passa a ser vista como vadia, cretina e outro adjetivos pejorativos de desvalorização.
Quem não se submete ao rigor da disciplina e aos pensamentos iguais, passam a ser vistos como isolados do grupo e tratados de maneira diferente. Podemos observar no filme, quando Karo não aceita a aderir ao uso de uniforme. Ela passa a ser questionada sobre o porquê de não aderir e a leitura feita pelos amigos é que sua atitude demonstra egoísmo, pelo motivo de não ter sido capaz de abrir mão de um desejo pessoal por algo maior. A menina sente um claro desconforto perante o grupo, mas não se submete ao pensamento dominante e recebe uma expressão de repulsa em relação a atitude de desobediência perante ao combinado (imposto). Ela passa a ser ignorada pelo próprio professor, o que apoia a comportamento dos alunos.
A necessidade de aumentar a integração e fortalecimento grupal, os alunos escolhem um nome, a Onda e também, uma saudação, o que aumenta a identidade.
Muitos contibuem criativamente para a Onda, por considerarem um bem maior. Motivados, os alunos pensam em formas e maneiras de novas ações, afinal “Ação é poder, qual é o objetivo das boas ideias se não virarem ações”. O grupo ganha uma coesão que realmente extrapola os limites da sala de aula e o próprio líder não realiza o quanto está manipulando os jovens e alimentando sobre próprio ego. Envolvido pelo sentimento valorização, admiração e vaidade, o que encoberta suas próprias questões, mas ele deixa extravasar em uma discussão com a sua companheira, a sua própria baixa autoestima. Ao ser questionado sobre seu comportamento e ele se defende, dizendo que ela está com ciúmes, por ele está tendo sucesso, mesmo não tendo tantos diplomas quanto ela.
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