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Análise Livro Dibs em Busca de si Mesmo

Por:   •  7/10/2021  •  Resenha  •  1.434 Palavras (6 Páginas)  •  458 Visualizações

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1) CASO CLÍNICO

1. Queixa

Dibs, 5 anos, foi encaminhado para psicoterapia pela equipe escolar por apresentar falta de interação e socialização, um menino solitário, agressivo, tímido, não verbalizava, não olhava nos olhos, não respondia quando lhe dirigiam a palavra, às vezes apresentava indícios de retardamento mental. Tinha um comportamento considerado não adequado de acordo com o olhar da sociedade.

2. Histórico Familiar e dinâmica das relações familiares.

Dibs foi uma criança que sofreu severa rejeição afetiva de seus pais desde a gestação, diziam que ele era uma criança estranha, que quando nasceu “parecia um pedaço de qualquer coisa”, se envergonhavam do filho e não o apresentavam aos amigos. Para os pais, Dibs havia acabado com todos os seus planos.

Quando Dibs não se comportava da forma como seus pais esperavam o pai o castigava. Trancando-o no quarto e sempre o chamava de idiota. A mãe sempre o comparava com a irmã mais nova dizendo que essa era inteligente e perfeita, enquanto ele parecia um retardado mental. O ambiente familiar em que vivia se apresentava muito opressor, podendo vir a prejudicar o seu desenvolvimento com o meio e as relações de interação e socialização.

3. Saúde/doenças

Organicamente e fisicamente Dibs não foi diagnosticado com nenhum distúrbio, no entanto apresentava algumas características do transtorno do espectro autista (TEA), como por ex. comprometimento da parte sensorial. Num episódio descrito no início do livro conta que Dibs não deixava o pediatra da escola examiná-lo e esse lhe deu um possível diagnóstico de retardado mental, que nunca foi comprovado. Já em outro momento, os pais decidem procurar outros especialistas, pois estão focados em querer provar que o filho sofre de algum distúrbio mental, dando a entender que com esse diagnóstico positivo em mãos estariam livres da culpa da rejeição e do abandono afetivo que nutriam pelo próprio filho. Após a realização de vários exames, novamente, nada foi detectado e os pais foram confrontados pelo psiquiatra que não identificou nenhum sinal de deficiência mental, e sim que Dibs “Era uma criança rejeitada. A criança mais rejeitada e emocionalmente carente que até então havia conhecido”. Dibs sofria pelo abandono emocional de seus pais.

4. Vida Escolar

Na escola Dibs apresentava comportamentos repetitivos, necessitava de uma rotina. Era agressivo com as outras crianças e com os professores. Nunca aceitava nada da mão de ninguém, mas nunca recusava livros. Não era participativo nas atividades em grupo e ficava sempre sozinho. Quando se sentia acuado corria para debaixo da mesa e ali permanecia por um longo período. Quando a professora lia, fazia de conta que não estava prestando atenção, não demonstrava nenhum interesse e as vezes permanecia deitado com a cabeça no chão. Mesmo Dibs não demonstrando interesse em qualquer assunto, a professora continuava lendo e lhe explicando, as vezes se sentia tola em o fazê-lo, mas percebia através de pequenos detalhes que ele estava ouvindo. No decorrer do processo terapêutico Dibs se mostrou inteligente e um grande observador de tudo que acontecia ao seu redor, lia e contava corretamente, conhecia as cores e as declamava e soletrava com perfeição sempre que as pegava para brincar e estava sempre atento aos acontecimentos mesmo que não os mencionasse no momento em que percebia. No entanto não demonstrava na escola toda sua inteligência, em casa, por exemplo, fazia lindos desenhos que superava o esperado para crianças da sua faixa etária, porém na escola fazia desenhos mais simples e não realizava leituras, como se não quisesse se destacar entre os demais.

2) PSICOTERAPIA

1. Contato com a família.

A princípio os pais não quiseram participar da entrevista inicial para a realização do processo da terapia. O primeiro contato foi realizado apenas com a mãe que forneceu a terapeuta algumas informações básicas, mas deixou claro que não falaria nada além daquilo, já o pai não teve nenhuma participação nesse processo de entrevista e nem no decorrer da psicoterapia. Percebendo o progresso de Dibs após algumas sessões, a mãe fez contato com a terapeuta solicitando uma consulta. Nesse encontro relatou como foi sua gravidez, expressou a rejeição que tanto ela quanto o pai sentiam por Dibs. Enxergava a gravidez como espécie de castigo onde se viu obrigada a deixar seu trabalho como médica para cuidar do filho, e o culpava por isso. Foi uma consulta dolorosa para a mãe, que conseguiu falar sobre seus medos e anseios e admitiu pela primeira vez que falharam com o filho mas que estavam dispostos a mudar a situação e ajuda-lo na sua busca por si mesmo.

2. Psicoterapia da criança.

Dibs encontrou no processo terapêutico acolhimento, respeito, se sentiu amado e atendido e pôde assim expressar seus sentimentos de raiva, angústia, frustração e emoções, o que reforçou seu senso de capacidade e conhecimento de si mesmo. Naquele espaço reservado para os encontros às quintas-feiras ele se sentia seguro, ali nada poderia magoá-lo ou machucá-lo, ele podia ser ele mesmo, falar e fazer o que quisesse através das brincadeiras. Pôde colocar para fora seus desejos e sentimentos reprimidos, demonstrar seus medos e anseios, sentia-se livre para ser o que quisesse ser. A terapeuta conseguiu estabelecer rapport com Dibs deixando-o

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