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Resenha: DIBS - em busca de si mesmo

Por:   •  19/8/2017  •  Resenha  •  2.357 Palavras (10 Páginas)  •  4.978 Visualizações

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AXLINE, Virginia Mãe. Dibs em busca de si mesmo; tradução Lilia Soares. Rio de Janeiro: Agir, 1992. 290p; 19 cm. - (coleção família; 23).

Lindiane do Rosário Liger[1]

                                                                             

Virginia M. Axiline (1911-1988) autora do livro Dibs- Em busca de si mesmo, ficou famosa na Psicologia por suas contribuições para a teoria e pratica da Ludoterapia Infantil. Estudou na Universidade de Ohio e Colúmbia e ensinou na universidade de Chicago por seis anos, escreveu outros livros e em destaque “Ludoterapia”, desenvolveu oito princípios da Ludoterapia não-diretiva.

A obra Dibs em busca de si mesmo tem sido uma referencia para profissionais e pais que tem interesse nos estudos do desenvolvimento mental na infância e da natureza normal e anormal da vida mental. Trata se do desabrochar de uma criança com personalidade forte e saudável, portanto marcado por profundos traumatismos.

 A contextualização da obra citada é narrativa e está dividida em vinte e quatro capítulos no primeiro capitulo narra comportamentos típicos de Dibs com apenas seis anos de idade que estudava na  melhor  Escola  particular da região há quase dois anos, mas que ainda não havia estabelecido relação interpessoal com professores, funcionários, colegas, psicólogos e pediatra. Segundo informações das professoras e diretora da escola  Dibs  apresentava comportamentos diferenciados, era silencioso ou gritava, lutava, engatinhava, tinha avesso de raiva, sempre quando alguém tentava estabelecer um diálogo com ele, todos se sentiam desafiados pelo garoto. Suspeitavam de retardo mental, lesão cerebral, autismo ou problemas emocionais. Portanto a  diretora da escola convida à psicóloga Axline  para observar o garoto.

No segundo capitulo a psicóloga decide  buscar soluções para o caso de Dibs, seu primeiro passo foi observá-lo na sala de aula, fazendo registro de todos os comportamentos detalhadamente. Dibs chegou e não tirou o casaco, silencioso, engatinhava por volta da sala, observava bastante os livros, arranhava o chão, não interagia nas atividades e se isolava de todos. Dibs foi convidado pela psicóloga a acompanhá-la para sala de Ludoterapia, no primeiro instante hesitou, mais pegou em sua mão, silencioso a seguiu. Ela lhe disse que teria uma hora para conhecer a sala dos brinquedos. Ao completar sua hora, retornando para sala de aula no corredor, perguntou-lhe se poderia ir sozinho e ela respondeu positivamente.

No terceiro capitulo narra os primeiros momentos de contato como psicóloga pesquisadora com a família de Dibs é  convidada pela mãe de Dibs para um chá em sua mansão, pois o seu pai é um cientista renomado no país. Trataram   do acordo de acompanhamento psicológico do garoto. A mãe verbalizou que não acreditava em soluções para Dibs, pois estava aceitando a tragédia de seu filho, mais iria  oferecê-lo como objeto de estudo da psicologia para coleta de dados. Insistiu para pagar os honorários e que as sessões podiam ser no seu quarto de brinquedos onde  ficava preso boa parte do tempo. Afirmou que não poderia comparecer as entrevistas nem dar maiores detalhes sobre a vida de Dibs, transparecia medo e ansiedade.

No quarto capitulo é concedida a liberação dos pais de Dibs para iniciar as sessões. As sessões acontecem na sala de Ludoterapia na clinica. Ao chegar à próxima sessão Dibs demonstrou que gostaria de retirar o casaco, mas não o fez e nem pediu ajuda que foi lhe dada, examinou toda sala e os objetos, nomeando e organizou as tintas por cores. Sentiu-se incomodado com os sapatos pediu ajuda para tirá-lo, porem ao ficar descalço logo quis sair da areia.

No quinto capitulo relata a próxima sessão. Ao chegar à porta da sala Dibs ler a placa: “sala de Ludoterapia”. Pedi ajuda para retirar o casaco. Verifica se tudo esta no mesmo lugar que deixou. Insiste que quer a casinha de boneca fechada e por si mesmo encontra solução. Escolhem alguns saldadinhos, iguais aos seus, retirou os sapatos, depois brincou com tinta nos dedos, mas pedi para limpar as mãos, prefere desenhar, pinta os desenhos com todas as cores e diz que é um presente para a psicóloga. A anunciar o término da sessão gritava e relutava para não ir para casa.

No capitulo seis, registra que Dibs já retirava o seu casaco e chapéu sem ajuda. Abria todas as janelas da casa de bonecas, sugava uma mamadeira por alguns minutos, pela primeira vez viu seu sorriso, ele não era pressionado a nada. Passa  a ignorar o fim da sessão, pega seus acessórios e sai silencioso. Para autora neste caso a ajuda psicológica é baseada na experiência da criança em experimentar um sentimento de dignidade que desabrocha do seu crescente e autoconhecimento sendo assim será possível apreciar as diferenças do outro.

No capitulo sete é registrado que Dibs sorriu ao entrar na sala, reclamou que dos objetos não estava mais no lugar onde havia deixado desapontado procura todos os seus brinquedos e tenta reorganizar seu ambiente, Dibs brincava com os animais e colocavam em pares e pela primeira vez fala sobre a escola, dizendo que tem um coelho que alvo de sua observação. Contou sobre seu pai que iria buscá-lo, Dibs ao tentar iniciar uma conversa foi ignorado.

No capitulo oito trata-se da decisão da mãe de Dibs em marcar uma entrevista, afirma que seu filho esta infeliz, sai do quarto com freqüência e se mantém silencioso, diz que é um menino difícil. Chorava bastante dizendo que a sua gravidez não foi planejada e que carrega um fardo, pois destruiu sua vida em todos os âmbitos. Que sentia vergonha de ter um filho com deficiência mental. Sentiu se ofendida com o que o psiquiatra que lhe disse,  que Dibs é uma criança rejeitada e que seus pais necessitam de ajuda. Fala de sua filha mais nova, julgando ser perfeita evidenciando que o problema não esta nos pais, mais que ela foi enviada para o internato devido à convivência difícil de Dibs. Relata que seu marido chorou muito ao discutir com o filho e ouvi-lo dizer que o odiava.

No capitulo nove relata que Dibs retornou a sessão mais cedo, pois iria ao medico. Chegou feliz e sem ajuda removeu todos seus acessórios e entrou em contato com a areia, deitou-se, gargalhava, cantava tranqüilamente. Ao terminar a sessão sai dizendo que o medico deveria machucar sua irmã Dorothy e ao chegar a recepção pega na mão de sua mãe ignorando Dorothy.

No capitulo dez  refere se ao  avanço significativo no comportamento de Dibs, chega calmamente remove se agasalho chapéu, sapatos e brinca na areia. Expressava-se com mais facilidade e aceita o momento de ir para casa.

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