Análise do Filme Doze Homens e Uma Sentença
Por: Hanna Larissa Braga • 24/10/2016 • Trabalho acadêmico • 1.297 Palavras (6 Páginas) • 1.506 Visualizações
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE.
CURSO DE PSICOLOGIA.
DISCIPLINA: PSICOLOGIA: CIÊNCIA E PROFISSÃO
PROFESSORA: CIDA CRAVEIRO
HANNA LARISSA MAIA BRAGA
ANÁLISE DO FILME:
DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA
RECIFE, MAIO DE 2014
O QUE VOCÊ VÊ?
[pic 1][pic 2]
[pic 3][pic 4]
Quando recebermos determinados estímulos sensoriais, uma série de processos são desencadeados a fim de selecionarmos aquilo que julgamos ser mais importante para nós, a partir desse ponto surge o que chamamos de percepção. Todavia, nossas percepções acerca de outras pessoas sofre grande influência de fatores internos, sociais, culturais, estigmas, entre outros. E, de certa forma, isto nos ajuda a sobreviver, pois tentamos evitar situações de perigo baseados nas imagens que formamos dos outros. Porém, cabe a cada indivíduo policiar-se para que suas interações sociais não fiquem retidas a julgamentos prévios.
O filme Doze Homens e uma Sentença é um belo exemplo da complexidade de nossas percepções sociais.
A princípio o veredito parecia óbvio: o réu é culpado! Entretanto, a partir da insistência de um dos jurados em querer discutir e analisar os fatos de forma minuciosa, os demais homens foram sendo convencidos de que existia uma considerável probabilidade das provas serem falsas ou imprecisas. Com isso, optaram pela absorção do garoto. A decisão do júri foi a mais coerente de acordo a Lógica do Verossímil, pois quando há espaço para a dúvida, ainda que pequena, deve-se considerar inocente, no caso do julgamento.
Baseada nas cenas apresentadas no filme, analisarei os argumentos ancorada na perspectiva da Percepção Social e de umas Teorias Psicológicas, como a Psicanálise freudiana, a Gestalt e a ACP (Atendimento Centrado na Pessoa) de Carl Rogers.
A fim de facilitar a compreensão da análise, passarei a intitular os jurados de acordo com a ordem a qual eles foram modificando os seus votos de culpado para inocente. Nesse sentido, o primeiro indivíduo que votou a favor da absorção do réu será o jurado “A” e assim sucessivamente.
Ao assistir o filme pude constatar o quão importante é o “poder da argumentação”. Através de argumentos bem colocados foi que o jurado A conseguiu persuadir os demais a reconhecerem que o rapaz acusado pelo assassinato do pai poderia ser inocente. Para tal feito, primeiramente ele teve que vencer suas próprias dificuldades e expor suas ideias mesmo sendo o único que na primeira votação votou presumindo a inocência do réu. Esta atitude demonstra que ele é uma pessoa capaz de colocar-se no lugar do outro, definição simplória do conceito de Empatia de Rogers.
No começo do debate, os homens tentaram convencer o jurado A baseados nas provas apresentadas pela promotoria. Porém, elas pareciam se encaixar tão bem que ele passou a tentar refutá-las uma a uma, a fim de comprovar que estas eram falhas. Sendo assim, a eficácia de seus argumentos pode ser verificada pelo raciocínio dedutivo, pois ele construiu suas ideias com base na premissa de que o rapaz poderia ser inocente e dispôs deduzindo a forma com os fatos ocorreram, desprendo-se da forma como as supostas provas foram apresentadas.
Sabe-se que nós, seres humanos, tendemos a realizar pré-julgamentos em relação a pessoas, a objetos e a fatos. E durante a discussão entre os jurados, alguns deles expuseram suas opiniões a partir de estereótipos, apenas pelo fato do rapaz ser oriundo de uma família humilde, sendo morador de um cortiço. Todavia, este tipo de argumento é falacioso.
No entanto, um aspecto da percepção social influenciou de forma positiva o veredito do júri. Quando o jurado B ao destacar dois fatores relevantes em relação às testemunhas: primeiro valendo-se de suas experiências pessoais o Sr. analisa a postura do velhinho que afirmou ter visto o rapaz acusado sair de casa correndo logo após a briga com o pai. O jurado destaca que talvez os fatos tenham ocorrido de maneira diferente do que havia declarado a testemunha. Enfatizando a necessidade dos idosos em serem vistos e reconhecidos pela sociedade.
Apesar deste argumento não ter agradado a maioria do júri, tomou uma proporção considerável, pois o depoimento do idoso estava sendo encarado como peça principal para a resolução do crime. E posteriormente, o jurado A conseguiu convencer a maioria dos doze de que existiam possíveis erros na declaração da testemunha.
O segundo momento foi quando o jurado B levantou a hipótese de que a testemunha feminina do caso poderia ter cometido um erro em seu depoimento. A partir de uma análise detalhada ele propôs que a mulher deveria utilizar óculos e que se os fatos tivessem ocorrido da maneira que relatou, ela não poderia ter enxergado objetivamente o rapaz acusado, pois deveria estar sem os óculos para ajudá-la. Este argumento conseguiu convencer a maioria do júri.
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