Análise do Filme "O que você faria?"
Por: Compras Caab • 23/3/2019 • Resenha • 334 Palavras (2 Páginas) • 552 Visualizações
Análise do filme ‘ O que você faria? ’
O filme busca, mas não se limita, a retratar de forma crítica e irônica o processo de contratação e seleção de uma dentro de uma fictícia organização espanhola. Por ser uma peça artística e fictícia, o filme exagera para conseguir entregar ao espectador sua mensagem. A crítica do filme não atinge somente a organização retratada, mas também atingem os próprios candidatos do processo seletivo, que são, simultaneamente, vítimas e cúmplices da discriminação retratada.
A empresa DEKIA utilizou técnicas de simulação para promover dinâmicas em grupo no seu processo seletivo, tendo apoio no método Gronholm. Os candidatos recebiam determinadas ordens ou tarefas e os próprios candidatos decidiam quem seria eliminado, sempre devendo fundamentar suas escolhas. A ausência de controle de uma equipe de psicologia ou RH já é suficiente para tornar o método antiético, uma vez que essas dinâmicas em grupo eram todas simulações tensas e conflituosas.
A geração de conflitos no grupo fazia aflorar atos discriminatórios pela busca do perfil ideal de executivo que a empresa buscava. Como exemplo discriminatório, pode-se citar a situação ocorrida quando o candidato que se revelou um antigo líder sindical foi eliminado, apenas por ter sido líder sindical.
No contexto desse método, que mais funciona como um reality show, a capacidade técnica do candidato importa menos que fatores como idade, sexo, beleza, cor de pele etc., que seriam, em uma análise racional, vistos como superficiais e ignorados em detrimento de buscar uma alta capacidade técnica para a realização da função executiva.
É interessante notar, também, que todo esse processo seletivo parecia ocorrer em um cenário de convulsão social, com a população local protestando contra algum encontro político que estava ocorrendo nas proximidades. Além disso, é perceptível que os candidatos ignoram completamente as manifestações populares, colocando em tela o senso comum de que as empresas, seus executivos e diretores creem pertencer à uma casta mais elevada ou nobre que o restante da população.
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