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Análise do filme: 12 homens e uma sentença - Pelos princípios da Gestalt e da Percepção Social

Por:   •  22/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.556 Palavras (15 Páginas)  •  994 Visualizações

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  1. Apontem as situações e/ou comportamentos expostos no filme que exemplificam os fatores que nos influenciam quando percebemos e julgamos alguém. (É necessário explicar em que consiste cada fator para deixar claro porque acreditam que ele está presente naquela situação ou comportamento).

GESTALT

A teoria da Gestalt se baseia na relação entre o todo e a parte, na medida em que para se compreender o todo é necessária a compreensão das partes, bem como a compreensão das partes é imprescindível que haja a percepção do todo.

Na psicologia da Gestalt procura-se a boa-forma, ou seja, trabalhar a relação figura-fundo buscando a superação da ilusão de ótica (fechamento, proximidade, semelhança) a fim de analisar a situação num contexto mais amplo, considerando o maior número possível de dados para podermos obter uma percepção mais adequada da realidade.

A organização dos estímulos selecionados que entram no nosso sistema e participam de nossas decisões obedece os seguinte princípios:

  • Proximidade: Os elementos mais próximos tendem a ser agrupados. A proximidade envolve a relação entre tempo e espaço. Um conjunto de pontos pretos iguais organizados em forma circular são vistos como um círculo e não como vários pontos, por não estarem espaçados mas sim juntos. Pode-se usar também como exemplo o ditado popular “Diz-me com quem andas e eu te direi quem és”.

Esse princípio é evidente nos seguintes jurados:

  1. Jurado 4 (contador): quando comenta sobre o lugar onde o réu mora ele visualiza o garoto e seus vizinhos como um grupo de pessoas de classe baixa que moram em um lugar simples. Em certo momento, discutindo sobre o grito que a testemunha deu ao ver o assassinato ele comenta que gritos eram comum naquela vizinhança e por isso pode não ter sido notado.

  • Semelhança: elementos semelhantes são agrupados. Pessoas da mesma faixa etária e classe social são vistas como um grupo, tendem a ser tratadas como um só elemento.

Esse princípio é evidente nos seguintes jurados:

  1. Jurado 4 (contador): quando o contador expressa seu preconceito acerca da origem simples do réu, generalizando ao afirmar que o cortiço é uma “escola para bandidos” e que as crianças vindas da miséria são uma ameaça para a sociedade.
  2. Jurado 10 (idoso resfriado): diversas vezes esse jurado referiu-se ao réu e às pessoas de mesma origem como “essa gente”. Afirmando que são naturalmente violentos e que a classe social do garoto em julgamento é um fator decisivo para sua culpa.
  3. Jurado 3 (Pai com problemas com o filho): logo no começo, numa conversa com o jurado 2, ele afirma que “derrubava todos aqueles sabichões antes de termos mais problemas”. Ao dizer que “jovens de hoje em dia não tem respeito por seus pais”, comparando o réu com seu próprio filho, com o qual tem problemas, ele vê todos os jovens como um só elemento. Ele compara a postura dos dois jovens perante seus pais e se convence da culpa do réu ao se deixar envolver emocionalmente com a situação.
  4. Jurado 9 (idoso que não precisa usar óculos): esse jurado afirma que uma das testemunhas, por ser idoso, viveu uma vida simples e sem reconhecimento, vendo o julgamento como uma chance de ser ouvido e ter sua importância reconhecida. O 9º jurado diz que sabe bem como a testemunha se sente, por também ser idoso e se sentir da mesma forma.

  • Fechamento: tendemos a completar os elementos que faltam na figura para garantir sua compreensão. O ser humano tende a organizar as coisas incompletas, buscando a precisão e equilíbrio. No filme, isso é visto em todos os onze jurados que votam pela culpa do réu na primeira votação. Ao contrário de Henry Fonda, que percebe detalhes faltando e os considera de extrema importância, todos os outros jurados completaram estes espaços em suas mentes, julgando tais detalhes sem importância para o caso.

              Um exemplo disso é quando os jurados 3 e 4, os únicos que ainda não tinha mudado os votos, afirmam que todas as outras provas poderiam ser desconsideradas e que a culpa do réu era certa levando em consideração apenas a testemunha que viu o assassinato.

  • Princípio da boa-forma: esse princípio trabalha a relação figura-fundo, tornando possível situar um acontecimento ou situação dentro de um conceito mais amplo, obtendo o maior número possível de dados para que seja obtida uma percepção mais adequada da realidade.
  1. Jurado 8 (Henry Fonda): a percepção da boa-forma não se dá por partes, mas de forma íntegra, unificada, e esse é seu conceito primordial: a unificação. Nessa teoria a percepção se torna ponto de partida para a compreensão do comportamento humano. Fonda se distancia dos outros jurados por ver a situação como um todo, deixando sempre de lado sua vida pessoal para que seu julgamento não seja incoerente. Se prende a pontos não tão claros, tentando convencer os demais jurados que as provas poderiam não ser tão inquestionáveis e objetivas quanto pareceu no início.
  2. Jurado 4 (contador): assim como Fonda, o contador procura ver a situação num conceito mais amplo, levando em conta o maior número possível de dados, mesmo que não inteiramente como o oitavo jurado. Mesmo que esses dois jurados possuam votos diferentes, a maneira com que analisam o caso é semelhante. O quarto jurado deixa de lado sua opinião pessoal e procura não se envolver emocionalmente, buscando olhar para o caso de maneira ampla. Quando é convencido a mudar de voto, o faz sem discutir, pois todos os seus argumentos foram confrontados de forma objetiva e clara.

PERCEPÇÃO SOCIAL

        A primeira impressão de uma pessoa é considerada a mais importante. É ela quem determina o curso da interação, ou seja, se temos uma boa impressão de alguém é possível que sejamos gentis e dispostos a fazer amizade, porém, se a impressão não for boa, é possível que interações futuras não ocorram.

        Alguns aspectos importantes do processo de percepção de pessoas são: os tipos de informações em que se baseia, os fatores que o afetam e se constituem ou não um processo rigoroso.

        São vários os fatores que afetam os juízos numa primeira impressão. Ao julgarem os outros as pessoas são influenciadas por fatores relacionados a elas próprias, à pessoa que está sendo julgada e à própria situação em que se dá o julgamento:

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