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Análise do filme: Para Sempre Alice

Por:   •  19/11/2018  •  Resenha  •  713 Palavras (3 Páginas)  •  541 Visualizações

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Análise do filme: Para Sempre Alice

O filme tem como personagem principal Alice, uma mulher de 50 anos, bem sucedida na carreira, como professora de Linguística na e na vida pessoal, sendo convidada constantemente para eventos científicos para apresentação das ideias defendidas em seu livro “De Neurônios a Pronomes”. O entendimento das palavras e de como elas ganham sentido e significado em nosso cérebro, compõe a base de toda a sua trajetória como pesquisadora. O filme aborda como tema principal a doença de Alzheimer, uma doença neurodegenerativa que acarreta perdas cognitivas e alterações comportamentais, partindo das percepções sobre a doença e as limitações impostas pelo Alzheimer, bem como o impacto dessa condição de saúde sobre os envolvidos.

Sempre em pleno controle de suas faculdades mentais, Alice suspeita que há algo errado consigo mesma ao se esquecer de uma palavra usual durante uma palestra. Porém, é ao se perder durante as suas cotidianas corridas vespertinas que Alice se preocupa, o que a faz procurar um médico para a realização de exames que confirmam o diagnóstico de Alzheimer.  O esquecimento de palavras habituais (memória semântica) e a desorientação espacial a fazem consultar um neurologista.

O fato de Alice exercer forte uso de seu intelectual, em seu trabalho, fará com que os danos sejam ainda mais devastadores, levando em conta o comprometimento profissional de Alice e a questão da identidade perdida, as percepções e incertezas diante da doença, as limitações das atividades cotidianas, etc. E, segundo Squire e Kandel (2003), perder a memória leva a perda de si mesmo, da história de uma vida e das interações duradouras com os outros.

As estruturas neurais, bem como mecanismos bioquímicos, estão diretamente ligados à memória e diversas pesquisas apontam para alguns pontos do cérebro associados à memória. Lesões, doenças ou qualquer interrupção destas redes ocasionam dificuldades em registrar, conservar ou evocar as lembranças. As alterações na memória de trabalho (que diz respeito a um amplo conjunto de habilidades que permite manter e manipular informações novas) estão ligadas às lesões nas regiões pré-frontais, e ocorrem em condições clínicas distintas, como no Alzheimer. Diante disso, Alice começa a compartilhar suas angústias com a família e expõe sua maior preocupação, ao perceber que tudo que trabalhou durante a vida toda está sumindo. Para Alice, o conhecimento e a linguagem sempre foram seus maiores aliados, e faziam parte de suas características e como todos a reconheciam.

No filme as alterações cognitivas e comportamentais afetam fortemente a rotina da personagem, ocorrendo perdas constantes, conflitos de emoções, surpresas, adaptações e aprendizados diários.  No entanto, em vários momentos o filme mostra Alice tentando se manter presente e lúcida. Durante de toda a trama, Alice tenta resgatar sua identidade por meio de “estratégias” para manter as funções cognitivas preservadas. Recorre a recursos mnemônicos que estimulam a atividade cerebral, tais como blocos de anotações no celular e pendurados pela casa, palavras cruzadas e ajuda de marcadores de texto enquanto fala em público. E, diariamente, se submete à tarefa de responder a uma série de perguntas destinadas a testar sua memória, como “qual o nome de sua filha mais velha” ou “quando é seu aniversário”.

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