As Crianças da Faixa de Gaza
Por: Gabriel Pucci • 5/9/2016 • Dissertação • 1.115 Palavras (5 Páginas) • 411 Visualizações
Centro Universitário Uni-Facef
Psicologia – 1° semestre
Antropologia
As Crianças em Zonas de Guerra: Faixa de gaza
Gabriel Pucci M. do Couto Rosa N° 22
A Faixa de Gaza
A Faixa de Gaza é um território palestino localizado entre o Egito e Israel e banhado pelo mar Mediterrâneo, que recebe esse nome em referência a maior cidade da região, denominada Gaza. Com aproximadamento 1,5 milhão de habitantes e apenas 360 quilometros quadrados de área, é umas das regiões com maior densidade demográfica do planeta. Desses 1,5 milhão de habitantes, cerca de 48% tem menos de 14 anos de idade, ou seja, uma população jovem. Após a criação do Estado de Israel no final da Segunda Guerra Mundial, muitos palestinos que foram expulsos da região israelense e se refugiaram na Faixa de Gaza.
A região da Faixa de Gaza não é oficialmente reconhecida como parte integrante de algum país soberano, e por isso é assolada por conflitos, em sua maior parte com o exército judeu israelense. Toda a sua fronteira com Israel e Egito é cercada por muralhas, porém a Autoridade Nacional Palestina reivindica a região como pertencente à nação Palestina. Os conflitos são impulsionados principalmente pela religião: enquanto a Faixa de Gaza tem a maioria de sua população muçulmana, em Israel predominam os Judeus. O grupo Hamas (considerado terrorista pelos EUA, União Européia, Japão, Israel e Canadá), desde sua fundação em 1987, tem como principal centro de organização a região de Gaza. Após conflito armado entre os grupos Hamas e Fatah em 2007, o poder da região ficou na mão do Hamas, o que aumentou ainda mais a tensão entre Israel e Faixa de Gaza.
Apesar de ser considerada uma região destinada a Palestina, Israel mantém controle das fronteiras e também marítimo da região de Gaza, criando um bloqueio e dificultando a entrada de produtos básicos, como alimentos e remédios para a população. O território apresenta condições de vida extremamente precárias e praticamente não há infra-estrutura adequada. A economia é muito fraca, praticamente não há industria, e a região depende de produtos importados, o que é dificultado pelo bloqueio israelense.
As Crianças de Gaza
Como citado anteriormente, quase metade da população de Gaza tem menos de 14 anos, uma população muito jovem, jovens nascidos e criados em um ambiente de infra-estrutura precária, baixa qualidade de vida e cercado de guerras e conflitos político-religiosos principalmente com Israel.
No documentário “As Crianças de Gaza” (“Children of Gaza”) produzido pelo canal britânico Channel 4 em 2010, o diretor e produtor australiano Jezza Neumann conta a história de crianças sobreviventes que, em algum momento dos conflitos com o exercito israelense, tiveram suas casas invadidas e seus familiares (pai, mãe e irmãos) mortos. Crianças que não sentem vontade de estudar, de frequentar a escola, criadas em meio a violência, muitas vezes sem o amparo dos pais para se menterem em situações tão precárias. Crianças que viram irmão e pais serem mortos a sangue frio, que sentem a todo instante medo de que os israelenses irão matá-las.
Na escola, professores e conselheiros tentam ajudar as crianças a superarem esses traumas, mas elas muitas vezes não querem falar a respeito, então são estimuladas a representar por desenhos o que elas têm como imagem dos ataques israelenses. O resultado é surpreendente. Desenhos com cenas fortes de pessoas sendo mortas, fuziladas, explosões e outros retratos da guerra. Como muita da ajuda bélica que Israel recebe para os ataques na Faixa de Gaza são provenientes dos Estados Unidos, a exposição dessas imagens foram barradas, pois não queria mostrar cenas de ataques americanos sofridos em Gaza.
A maior preocupação dos professores, conselheiros e psicólogos na Faixa de Gaza, é de nascimento de uma geração de jovens extremamente violenta e com sede de vingança, em detrimento de tudo que foi vivenciado por elas nesses anos de guerra e terror. Muitas crianças, quando perguntadas, dizem que sua vontade é se juntar ao exercito da resistência palestina, proteger sua terra e vingar seus parentes assassinados pelo exército israelense.
Alguns familiares dessas crianças orfãs, que são integrantes dos grupos armados da resistência contra o exército israelense, apoiam a ideia de os jovens, ao atingirem certa idade, se juntar a esses grupos e vingar seus pais e sua terra, o que é ainda mais preocupante.
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