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As Teorias sobre a atracão interpessoal e a escolha amorosa

Por:   •  18/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.061 Palavras (9 Páginas)  •  824 Visualizações

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Teorias sobre a atracção interpessoal e a escolha amorosa

Segundo Levinger (1974), interpreta as relações entre duas pessoas através de quatro níveis: nenhum contacto ou ausência de relação; algum conhecimento mas nenhuma interacção; contacto superficial com alguma interacção; contacto mais recíproco com um relacionamento mais ou menos íntimo, desde a simples amizade, à amizade mais profunda e ao amor duradouro.  

Os dois seres que se encontram, sentem-se atraídos um pelo outro. Há diversas teorias sobre a atracção interpessoal:

  •  Teoria do reforço (gosta-se das pessoas mais compensadoras);
  •  Teoria da troca social (gosta-se das pessoas que oferecem mais garantias com menos custos);
  •  Teoria da equidade (equilíbrio entre recompensas e custos);
  • Teoria sociobiológica (a atracção é influenciada por objectivos sociobiológicos, como a perpetuação dos próprios genes).

Teoria sociobiológica (a atracção é influenciada por objectivos sociobiológicos, como a perpetuação dos próprios genes).  

Os sociólogos, tentando explicar o encontro e união de duas pessoas, acreditam mais nas semelhanças (de raça, religião, estatuto social, idade, etc.). Muitos psicólogos também votam pelas semelhanças de gosto, interesses, valores, que unem dois seres e que poderíamos apelidar de “homofilia”: os amantes aprovam reciprocamente os mesmos valores e crenças; o amor acentua qualquer semelhança e disfarça as diferenças. Mas outros psicólogos defendem a “teoria da complementaridade das necessidades”, como Winch (1958) que se inspira na teoria das necessidades de Murray: uma pessoa que necessita de ser protegida escolherá um protector; a pessoa com tendência à submissão, escolherá alguém com tendência a dominar, etc. Mas também há quem defenda hipóteses intermediárias ou mistas, fixando-se mais no conceito de “compatibilidade” e menos no de semelhança ou complementaridade: a compatibilidade incluiria certo grau de semelhança e também de complementaridade.  

Segundo Skinner (1976), o motivo fundamental por que se escolhe determinado parceiro é por afinidades psicológicas, sobretudo a partir dos antecedentes familiares.  

Em todo o caso, o modelo ideal de profissão e também de companheiro(a) começa a delinear-se desde a infância muito dependendo da qualidade da relação dos pais entre si, dele(a) com os pais e com os irmãos, embora tal imagem possa ser desfocada e mal apreendida na infância.  

Razões para casar e motivos de (in) felicidade

Certamente outras necessidades inconscientes estão na base da constituição do casal, que não apenas o amor, como o desejo de fruição sexual, a busca de apoio e de aprovação, a fuga à solidão, o encontro e a necessidade de companhia, a segurança para o futuro, um novo estatuto social, a realização das expectativas (e mesmo pressões) familiares e sociais, e mesmo razões económicas e outras menos nobres, como o desejo de “fugir” da casa paterna.  

Impõe-se uma construção contínua do edifício conjugal ou o cultivo do amor em todas as estações da vida. É necessário diálogo (comunicação), respeito, tolerância, boa gestão dos conflitos inevitáveis, fidelidade, capacidade de perdão e outros valores ou virtudes que ajudam o casal a manter-se unido e a progredir cada vez mais na unidade e felicidade.

Estádios de desenvolvimento do amor 

O amor é como um ser vivo: nasce, cresce, atinge a plenitude ou então pode morrer. A relação amorosa passa por diferentes estádios, descritos por diversos autores. Podem notar-se as seguintes sequências, combinando as descrições de Altman & Taylor (1973) e de Weiner (1980).

  • Orientação : os dois começam por conhecer-se e interagir de modo superficial;
  • Exploração : começa uma relação afectiva superficial e o par vai-se conhecendo e interessando melhor um pelo outro;
  • Início amoroso : o intercâmbio amoroso sobe rapidamente e os dois começam por explorar mais profundamente as características da personalidade até que a idealização atinge o máximo;
  • Desmascaramento: a maior intimidade e o mútuo abrir-se um ao outro vai revelando também defeitos mútuos;
  • Manipulação mútua : cada um procura fazer do outro a pessoa que deseja que ele seja;
  • Resolução : cada um adapta-se à realidade do outro e desenvolve uma relação cada vez mais permanente.  

Para Murstein (1976), as relações íntimas que levam ao casamento desenvolvem-se em três estádios ou passam por três tempos:

  • Estímulos : percepção das características físicas, psicológicas e sociais do outro(a) com a consequente avaliação das suas qualidades;
  • Valores : ambos os intervenientes avaliam os seus valores pessoais e do outro(a) e o que pode resultar da sua interacção;
  • Papéis : avaliação mútua dos diferentes papéis.

Tipologias do amor

O amor na família é uma força de unificação e de crescimento existente dentro dum grupo especial de pessoas que vivem juntas. Neste amor há uma dialéctica entre autonomia e identidade, entre individualização e integração ou quase fusão.  

A relação amorosa entre homem e mulher em ordem a constituir o lar, começa normalmente no estádio que Erikson (1950) define como de intimidade vs. isolamento. Inicialmente trata-se de um amor romântico (distinto de amor companheiro) que tem algumas características: preocupação com o amado e desejo de estar na sua presença; idealização e sobrevalorização do amado; fantasias acerca do amado nas quais ele satisfaz as necessidades e leva a uma existência ideal; vulnerabilidade narcisística para com o amado e vigilância para não o perder. Trata-se dum amor dependente e erótico.  

Quanto à tipologia do amor, o amor romântico e o amor companheiro (de amizade) estão longe de esgotar todas as cambiantes ou variedades do amor. Lee (1973) distingue seis “cores” ou estilos de amor, sendo três primários:

  •  Erós -paixão,
  •  Ludus-jogo,
  • Storgê-amizade, e três secundários:
  • Pragma-prático,
  • Mania-possessão, pessoais                                                                                                                    

 

  • Agápe-altruísmo.

Os primários são comparados às três cores principais (vermelho, amarelo, azul) e os secundários podem identificar-se com as cores mistas, como no caso dos compostos químicos, resultando, das diferentes combinações, amores com características diferentes.  

  • Assim, Pragma é composto de Storgê e de Ludus;
  • Mania provém da combinação de éros e de ludus;
  • Agápê é um composto de eros e de storgê.  

Deste hexágono proviriam seis modos possíveis de amar conforme os diferentes níveis de desenvolvimento, e que foram descritos particularmente por Lasswell e Lasswell (1976) e por Lee (1977). Podemos descrevê-los num crescendo valorativo:

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