Atuação do psicologo escolar no ensino superior
Por: Daniele Siqueira • 19/11/2018 • Trabalho acadêmico • 559 Palavras (3 Páginas) • 463 Visualizações
A atuação do psicólogo escolar no Ensino Superior: uma amostra do panorama atual
Para falar sobre o panorama atual da Psicologia Escolar no ensino superior do Brasil, usamos como base uma pesquisa feita no ano de 2014 (Moura e Facci, 2016) com 13 psicólogos que atuam no Ensino Superior, contratados por quatro Universidades Federais, foi feito um levantamento via internet dos termos de pactuação apresentados ao MEC pelas instituições. Após, analisaram quais universidades apresentavam o serviço de Psicologia como proposta para atingir as metas do REUNI de reduzir o fracasso escolar. O resultado das entrevistas mostra que o perfil dos entrevistados se caracteriza por serem mulheres com idade inferior a 33 anos e formados há menos de 10 anos. Quanto à qualificação dos profissionais, consta que as áreas de especialização dos entrevistados são variadas, que vão desde recursos humanos até o mestrado em Psicologia do desenvolvimento e aprendizagem. Todos os entrevistados estão vinculados a um órgão que trabalha diretamente com a educação, seja por meio da assistência ao aluno ou diretamente a um órgão educacional, como o departamento de educação. A maioria dos psicólogos (76,9%) está atuando em uma divisão que realiza ações diretamente com os alunos (apoio ao estudante, assuntos estudantis, assistência estudantil). Isso se confirma quando observamos que 84,59% têm como alvo de intervenção somente alunos, ou seja, pouco mais de 15% deles trabalham com outros públicos, como os professores, por exemplo. Tais verificações assinalam para objetivos de trabalho e as ações também são voltadas para os discentes.
A maioria relata que o objetivo do trabalho tem uma ligação direta com a permanência dos alunos na instituição e com a diminuição dos índices de evasão da universidade, sendo 61,52% das respostas nesse sentido. Entenderam que a atuação com foco nos discentes não é, necessariamente, um agravante, afinal são os alunos que serão os futuros profissionais formados pela instituição. O que compreendemos ser uma atuação que culpabiliza e rotula os acadêmicos como responsáveis pelo fracasso escolar é aquela pautada na intervenção individual. Parece-nos que é essa característica da maioria dos psicólogos entrevistados. Constatamos que 92,28% realizam atendimento individualizado, semelhante a um trabalho de aconselhamento e/ ou psicoterapia breve. Somente 7,69% atuam junto a professores, oferecendo orientação em relação aos alunos.
O atendimento individualizado produz muita procura por intervenções psicológicas. Visto que o os psicólogos entrevistados na pesquisa relataram fazerem “plantões de atendimento” para dar conta da grande demanda de alunos que precisam do serviço com urgência. Ou seja, de modo individual, com base em uma perspectiva clínica da Psicologia Escolar e Educacional e de acordo com a demanda, ou seja, independente de planejamentos e objetivos. Nesse contexto, quando questionados sobre as dificuldades encontradas no trabalho, 30,76% dos psicólogos acreditam que elas estão relacionadas a uma grande demanda de atendimentos para a Psicologia, relatando que o número de psicólogos é insuficiente para o trabalho.
Os psicólogos expressam a necessidade de mudança na atuação, o que pode revelar que o modo que estão atuando não tem produzido resultados satisfatórios. Já que grande parte deles atua de modo individual, com foco no aluno, desconsiderando o contexto educacional. É preciso, de maneira geral, que as instituições e os próprios psicólogos tenham maior consciência da área de atuação profissional do psicólogo escolar.
Bibliografia
Moura, Fabrício R; Facci, Marilda G D;. (2016). A atuação do psicólogo escolar no ensino superior: configurações, desafios e proposições sobre o fracasso escolar.
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