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Atuação do psicólogo escolar na rede pública de ensino: Concepções e práticas

Por:   •  23/5/2018  •  Dissertação  •  2.071 Palavras (9 Páginas)  •  380 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

É enorme a influência que a família pode exercer sobre o comportamento dos educandos e a maneira como ela pode estimular, ajudar e também intervir na educação de seus descendentes. É muito importante refletir com os pais sobre a efetivação de alternativas para a melhoria do processo educativo, como a questão de ajudar os filhos a resolver conflitos, lidar com as adversidades, ter responsabilidade e autonomia, saber enxergar as capacidades valorizando, então, os seus potenciais e desenvolver habilidades para que, assim, seja efetuado um ajustamento do indivíduo aos diferentes ambientes de que ele participa, em especial, a escola (BHERING, 2003).

Antes de a criança chegar à escola, é imprescindível que ela tenha ao menos uma noção sobre os valores da ética e da moral, e estes iniciam sua evolução com os ensinamentos dos pais: a formação do caráter se inicia no ambiente familiar (BARROSO, 2014).

Santos e Toniosso (2014, p. 131) destacam que: A conjuntura familiar será o primeiro ambiente em que a criança irá criar seus vínculos e relacionamentos, e também criar seus primeiros conhecimentos sobre o mundo, tendo, então, noções que irão contribuir no desenrolar estudantil.

De acordo Oliveira (2002) para que a prática da educação aconteça de maneira fluida existem muitos desafios, um deles está ligado a uma realidade em que, muitas vezes, os pais não participam ativamente e de maneira efetiva do processo de aprendizagem dos filhos, criando, então, a inibição dos educandos em seu desenvolvimento.

O envolvimento dos pais demasiadamente e sem organização de tempo em suas atividades cotidianas enfraquece a relação e também acaba por postergar o monitoramento das atividades escolares dos filhos. É fundamental que os progenitores separem um tempo para dar assistência aos educandos, orientando-os, estimulando-os nas atividades escolares. (OLIVEIRA; MATOS; NETA, 2013, p. 57).

Para Dessen e Polonia (2007, p. 303-312), tanto a família quanto a escola são incumbidas de repassar os saberes para as crianças, mesmo sendo de maneira diferenciada. Sendo assim, nota-se a importância e o poder que essas duas instituições têm de fomentar ou desalentar o crescimento físico, intelectual e emocional dos pequenos.

Além de ser imprescindível o papel da família, a escola também tem a atribuição de colocar em ênfase os seus deveres em relação ao andamento do educando. Segundo Pacheco e Pavani (2012, p.15) à comunidade escolar cabe ficar atenta ao desenrolar do aluno, observando o seu modo de desenvolvimento, a capacidade cognitiva e emotiva, bem como acompanhar os trabalhos e tarefas escolares, ou seja, possibilitar a formação da estrutura pedagógica. Faz-se necessário conscientizar os pais sobre a grande missão que é a de se construir um laço baseado na preservação da interação, isto é, a partir dessa prática, buscar alcançar resultados positivos, na tentativa de criar formas de efetivar ações e atitudes de respeito, colaboração, apoio, de forma que influenciem beneficamente na formação do cidadão.

De acordo com Martins e Nascimento (2013, p. 41) a união entre família e escola é essencial para o desenvolvimento do aluno, pois é imprescindível essa parceria para que aconteça a viabilização do processo pedagógico. O educando enfrenta muitos desafios em relação ao desenvolvimento escolar, ou seja, a aprendizagem. Sendo assim, faz-se necessário o estabelecimento de compromisso da escola e também dos pais em apoiar e acompanhar o educando com a intenção de que ele possa adquirir uma educação de qualidade.

Os pais devem traçar um firme compromisso em estabelecer variadas estratégias para elevar as chances e oportunidades de seus filhos na vida escolar, profissional, dentre outros. Nogueira (2006) afirma que o êxito e fracasso dos filhos, geralmente são de responsabilidade dos progenitores, sendo assim, os pais devem buscar por diversificadas alternativas que assegure a evolução dos pequenos.

Para associar família e escola, é fundamental a adesão de uma contribuição valorosa: a psicologia. O psicólogo é o profissional que pode intervir nas diversas situações em questão, propondo melhores condições para amenizar possíveis conflitos, contribuindo para o desenvolvimento do aluno. Andrada (2011) diz que o psicólogo deve tecer um espaço em que seja possível analisar de forma minuciosa as diferentes demandas da escola e seus representantes e usuários, de forma que seja possível trabalhar as relações e os devaneios que circundam sobre essa trama.

Desse modo, o profissional da Psicologia no âmbito escolar precisa expor suas ricas contribuições aos educadores, funcionários, alunos e pais, observando os seus contextos, como eles desenvolvem os vínculos e os afetos, para descobrir as histórias que os envolvem, bem como as perspectivas que eles apresentam. É interessante ressaltar que o psicólogo desenvolve também uma ação preventiva nas escolas, de modo a distender uma reflexão crítica, com a finalidade de possibilitar conhecimento psicológico, referente aos assuntos que forem pertinentes. (GOMES, 2013).

Para Cassins (2007) a participação do psicólogo escolar na equipe multidisciplinar é imprescindível, uma vez que respalda essa equipe com conhecimentos e experiências científicas acerca do processo de aprender e aprendizagem do aluno. Mostrando que, os déficits de aprendizagem muitas vezes têm as causas na educação familiar, outras vezes na ausência de uma vinculação sólida familiar. Desta forma, é preciso levar em conta a relação professor-aluno e estudar cada caso em profundidade.

Cassins (2007) descreve que a atuação do psicólogo também visa a subsidiar a distribuição apropriada de conteúdos programáticos, que deve ser efetuada de acordo com as fases de desenvolvimento dos educandos, seleção de estratégias, apoio ao professor no trabalho com uma população diversificada de estudantes, desenvolvimento de técnicas inclusivas para alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou comportamentais, programas de desenvolvimento de habilidades sociais e outras questões relevantes no processo ensino-aprendizagem.

Medeiros e Aquino (2011) relatam que a instituição escolar é classificada como um dos campos para reflexão sobre a intervenção do psicólogo escolar, assim como a respeito da construção de intervenções direcionadas ao processo educativo, formando-se como um dos principais movimentos de trabalho do contexto educacional.

Segundo Almeida (2010), o Psicólogo desenvolve programas de orientação profissional, visando a um melhor aproveitamento e desenvolvimento do potencial do aprendiz, cuja ação se fundamenta no conhecimento psicológico, com uma visão crítica das atividades laborais e das relações do mercado de trabalho. Desta forma, este participa da constante avaliação e do redirecionamento dos planos e práticas educacionais implantados. O artigo propõe demonstrar os benefícios que se obtém para o desenvolvimento do aluno, a partir do momento que é firmada a união da família e escola. Com pauta nesta perspectiva como a psicologia poderá colaborar e atuar com sua ciência de maneira que faça uma mediação para colaborar com estes aspectos.

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