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Autismo e a Relação com o Comportamento Social

Por:   •  4/10/2016  •  Resenha  •  1.867 Palavras (8 Páginas)  •  557 Visualizações

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     FACULDADE JOAQUIM NABUCO

                                          ANDRESSA MESQUITA DE MENEZES

                           ANTONIA RAYANNY GONÇALVES CAVALCANTI

       ISIDIO NASCIMENTO MASCARENHAS

                 KEILA ELISABETE VASQUE DE MEDEIROS

                                          THIAGO DA COSTA SOUZA

                                          PROF. (A): DANIELLE REBOUÇAS SÁ         

                                                  AUTISMO

FORTALEZA

2016

AUTISMO

                  Já faz um bom tempo que o tema Autismo vem ganhando destaque em nossa sociedade, seja pelo número cada vez maior de casos diagnosticados, seja pela busca de se entender algo tão intrigante; não importa qual seja o motivo, o fato é que é hodiernamente esse tema está bem presente em nosso meio.

                  Tentaremos ao longo da pesquisa fazer uma apresentação técnica e sucinta sobre o tema para então nos debruçarmos sobre a relação do autismo na sociedade atual, como dificuldades de inserção, perspectivas, avanços e como a mesma atua na construção de um novo comportamento social.

                   A denominação Autismo vem do grego “autos” e significa “voltar-se para si mesmo”, descrito inicialmente em 1943 por Leo Kanner em seu artigo Distúrbios Autisticos do Contato Afetivo, na qual onze casos foram descritos. Não podemos esquecer também da contribuição originária e cientifica de Hans Asperger, precursor da Síndrome de Asperger atualmente enquadrada dentro do espectro autista.

                   Ana Beatriz Silva et. al. (2012, p. 4) define o Autismo como um “um transtorno global do desenvolvimento infantil que se manifesta antes dos 03 (três) anos de idade e se prolonga por toda a vida […] caracterizando-se por um conjunto de sintomas que afeta as áreas da socialização, comunicação e do comportamento”.

                  Para Santos e Souza (2005) “o autismo é considerado uma síndrome relacionada ao comportamento e que possui características de distúrbio de desenvolvimento, que afetam as capacidades físicas, sociais e linguísticas e relacionamento anormal com objetos, eventos e pessoas”.

                  O DSM-IV – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais define o Transtorno Autista como um Transtorno Global de Desenvolvimento (TGD) caracterizado por uma tríade de prejuízos comportamentais: - de socialização, de comunicação e padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento. Para Ana Maria de Mello (2000, p. 16):

Autismo é um distúrbio do desenvolvimento que se caracteriza por alterações presentes desde idade muito precoce, tipicamente antes dos três anos de idade, com impacto múltiplo e variável em áreas nobres do desenvolvimento humano como as áreas de comunicação, interação social, aprendizado e capacidade de adaptação.

               

                        A dificuldade da comunicação perpassa pelo prejuízo em não saber identificar e diferenciar traços da linguagem verbal e não verbal. Imagine como seja difícil para uma autista com essa dificuldade saber identificar com clareza, interpretar na verdade, uma figura, um gesto, poder se expressar sem muitas vezes sem taxado como bobo ou ingênuo o que certamente lhe trará inúmeras dificuldades durante a sua vida.

                   Para Mello (2016, p.20) a dificuldade de socialização é o ponto crucial do Autismo, por ser inclusive o mais fácil de gerar falsas deduções significando “a dificuldade em relacionar-se com os outros, a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas”. 

                   A questão dos padrões restritos, repetitivos e estereotipados do comportamento tem a ver com os mesmos comportamentos sempre serem realizados da mesma maneira, isso geralmente, de forma intensa; a inflexibilidade na mudança, insistências, rotinas, a obsessão por certos temos ou objetos, dentre outros.

                  Um ponto importante a se falar é sobre o diagnóstico, primordial para só assim se começar um tratamento adequado; como o transtorno se manifesta por volta de um a três anos de idade, é salutar que o diagnóstico possa ser concluído o quanto antes, fazendo-se necessária uma junta de profissionais, inclusive de psicólogos, para então ser possível chegar a um diagnóstico conclusivo.  As formas de tratamento mais conhecidas são as seguintes: TEACCH, ABA, PECS. Contudo, não faz parte do objetivo da nossa pesquisa detalhar ou advogar por nenhuma, por isso apenas as mencionamos com o caráter de informação.

                  Tendo explanado um pouco sobre o autismo ficamos então mais seguros a tentar estabelecer essa relação do espectro autista com a sociedade atual. Como sabemos a sociedade não é algo imutável, pelo contrário, ela está sempre em transformação, e essa transformação surge, principalmente, através de novos eventos, fenômenos, descobertas, e a partir da relação que o homem interage com eles.

                  Foi assim com o Autismo; se pensarmos o espectro autista em nossa sociedade a três ou quatro décadas atrás, certamente o mesmo não era percebido com o olhar que é hoje, se ainda nos dias atuais nossos olhares sobre o transtorno estão envoltos por dúvidas, preconceitos, medo e insegurança imagina há décadas atrás. O antropólogo Roy Grinker (2010, p.24) fala sobre isso, “o autismo – como todos os distúrbios – não existe fora da cultura. É a cultura que identifica algo anormal ou errado, lhe dá um nome e toma alguma atitude, e cada cultura reage de forma diferente. [...] a doença pode ser biológica, mas nunca é somente biológica”.

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