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CALLIGARIS, CONTARDO. A Adolescência

Por:   •  21/10/2017  •  Resenha  •  1.119 Palavras (5 Páginas)  •  2.636 Visualizações

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Fichamento do Livro: A ADOLESCÊNCIA - Contardo Calligaris

Ao longo dos doze anos, as crianças se integram em nossa cultura, e entre outras coisas, elas aprendem que há duas coisas importantes para que se alcance a felicidade e o reconhecimento pela comunidade: relações amorosas/sexuais e o poder no campo produtivo, financeiro e social. Ou seja: é necessário ser desejável e invejável.

Adolescente e suas características:

•Assimila os valores mais banais e mais bem compartilhados na comunidade;

• maturação corporal;

• comunidade impõe uma moratória.

É uma obrigação ser feliz, pois vive uma fase idealizada por todos; não sabe quando e como vai sair de sua adolescência. Ele se torna adolescente quando, apesar de seu corpo e espirito estarem prontos para competição, não é reconhecido como adulto. Por 10 anos ou mais, ficara sob a guarda de adultos, preparando-se para o sexo, amor e trabalho, porém sem produzir, ganhar ou amar (ou então marginalmente).

A modernidade tras um outro valor: a independência. O sujeito só será um adulto responsável a medida que viver e se afirmar como independente, autônomo.

Continuando a definição de adolescente. Alguém:

•Cujos sentimentos e comportamentos são obviamente reativos, de rebeldia a uma moratória injusta;

•Que tem o inexplicável dever de ser feliz, pois vive em uma época da vida idealizada por todos;

•Que não sabe quando e como vai poder sai  da sua adolescência.

O adolescente se olha no espelho e vê que não é nem uma criança amada, nem um adulto reconhecido.

No espelho, o adolescente vê o que imagina que os outros veem. O espelho é tentador e perigoso. Entre a criança e o adulto, para o adolescente, o espelho é algo vazio. Por isso essa é a época campeã em fragilidade de autoestima, depressão e tentativas de suicídio. Vendo todos seus defeitos no espelho, suas espinhas, seus pelos, seus seios, etc, a insegurança passa a ser um traço da adolescência.

O adolescente não sabe o que os adultos desejam dele, e no fim ouve o pedido de “faça o que eu desejo e não o que eu peço”, ou seja: interpretam o que eles querem.

O adolescente quer ser reconhecido como adulto, quer permissão para fazer parte da comunidade. Porém, para isso, é necessário transgredir.

Ele, na procura de reconhecimento, é culturalmente seduzido a se engajar por caminhos tortuosos onde, paradoxalmente, ele pode se marginalizar. Pois o que lhe é proposto é tentar, forçar sua integração justamente se opondo às regras da comunidade.

O comportamento do adolescente é considerado anormal, por parecer (e ser) transgressivo, quando comparado ao do adulto. São considerados ameaça à ordem estabelecida e à paz familiar.

1- Adolescente gregário;

2- delinquente;

3- toxicômano;

4- o que se enfeia

5- o barulhento

1- Primeiramente procura novas condições sociais, em que sua admissão como cidadão de pleno direito não dependa mais dos adultos, e não seja mais sujeita à moratória. Ele transforma sua faixa etária num grupo sociais, ou num conglomerado de grupos sociais, dos quais os adultos são excluídos.

Não consideram a família como sua verdadeira comunidade.

O adolescente pode criar o grupo de amigos até o grupo de estilo ou até mesmo gangue. Alguns são informais e abertos, como comunidades de estilo (dark, punk, rave, clubber). Os gostos gregários dos jovens são considerados anormais e perigosos. O adulto, assim, demoniza o grupo, eles se tornam gregários porque lhes é negado o reconhecimento dos adultos. Enfim: o gregarismo aparece como uma patologia adolescente por ser uma forma de insubordinação aos adultos.

2- Chega um momento em que o adolescente passa a impor pela força ou pela violência o que aparentemente não é ouvido. Nesse caso, a delinquência poderia ser uma sólida vocação da adolescência.

Eles imaginam que ao fazer o que os adultos reprimem por ter medo de fazer, ou seja: ao serem delinquentes, serão amados por serem portadores de sonhos recalcados.

Os adolescentes transgridem e os adultos reprimem, impondo regras ao comportamento, Isso fará com que aumente a dose de rebeldia.

Exemplos: furto, valorização da força física.

A delinquência satisfaz o ideal social, impõe o medo e é equivalente real do respeito.

A promiscuidade mais arriscada pode ser também uma resposta que transgride a retórica explicita do pudor, respeito, vergonha.

3- Os adolescentes seriam mais sensíveis do que os adultos ao charme das drogas ilegais. Os jovens de hoje são de uma geração que ligou o uso das drogas a todos os sonhos de libertação e revolução.

Além de serem proibidas, apresentam uma maneira de enriquecer pelo tráfico, a droga pode matar não só o usuário, como também seu desejo. vendo na droga seu objeto de subversão, uma perigosa porta de saída por onde os adolescentes escapariam à moratória para entrar de vez em outro mundo.

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