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CONTRIBUIÇÕES DO PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO EM UMA CRIANÇA COM RETRAIMENTO SOCIAL

Por:   •  21/5/2017  •  Artigo  •  2.532 Palavras (11 Páginas)  •  382 Visualizações

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 CONTRIBUIÇÕES DO PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO EM UMA CRIANÇA COM RETRAIMENTO SOCIAL

Alana Dias Viana dos Santos[1]

Déllis Roberta Monteiro da Rocha¹

Lidiane Vieira Ferreira¹

Liliane Leite Moreira[2]

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar as contribuições do psicodiagnóstico interventivo em uma criança com retraimento social, a partir de um relato de experiência da disciplina de psicodiagnóstico, vivenciado em uma clínica escola. O processo psicodiagnóstico ocorreu com uma criança de cinco anos, oriunda de Teresina, Piauí. É filho de pais separados e reside atualmente com a mãe, mas mantém bom relacionamento com o pais e filhos do mesmo. O paciente foi encaminhado pela escola, com queixa de rendimento escolar e comportamentos abaixo do esperado para sua idade cronológica. O psicodiagnóstico se deu em oito sessões, sendo utilizados várias técnicas científicas – entrevista clínica, anamnese, entrevista lúdica, visita à escola testes projetivos e entrevista devolutiva -  a fim de compreender e descrever a personalidade do indivíduo que solicita ajuda. Durante a anamnese a mãe relatou que o filho foi desejado, mas que teve que deixá-lo com a sua mãe quando o mesmo tinha cinco meses até os dois anos de idade – avó do paciente. Após a entrevista, elaborou-se o plano de ação para dar início ao processo. As primeiras atividades propostas para o paciente não foram efetivadas, o mesmo apesar de compreender a solicitação da estagiária, apresentava-se inerte aos pedidos da mesma. Diante disso, optou-se por alterar o que havia sido planejado e utilizar o psicodiagnóstico interventivo com tentativa de criar vínculo com o mesmo. Percebeu-se que, após esta modificação, a criança apresentou uma evolução significativa, visto que o mesmo interagiu com a estagiária; apresentou suas vontades e realizou as atividades solicitadas. Com isso, verificou-se que o paciente apresenta boa capacidade intelectual, criatividade e tolerância a frustrações. No entanto, revela-se uma criança retraída, com atraso no desenvolvimento da linguagem e psicomotricidade, além de rigidez nas brincadeiras, organicidade e hostilidade para com as pessoas. A partir do processo psicodiagnóstico realizado, suspeita-se que o paciente apresenta algum distúrbio neuropsicológico. Recomendou-se aos interessados, avaliação e acompanhamento com neuropediatra e ludoterapia em função do seu retraimento social.

1 INTRODUÇÃO

A psicologia vivenciou durante um longo período o processo de construção da sua identidade, passando assim por inúmeros paradigmas até chegar ao atual momento. Um dos paradigmas experimentados referiu-se ao papel do psicólogo apenas como aplicador de testes psicológicos. Esta visão da psicologia estava atrelada as suas várias áreas de atuação, entre elas dentro do processo psicodiagnóstico.  

O psicólogo até meados do século XX, dentro do psicodiagnóstico, restringia sua atuação apenas realização de solicitações de outros profissionais para aplicação testes. Por carência de uma identidade profissional sólida, o psicólogo tentou ser assertivo e apresentar competência, através do oferecimento de dados minuciosos das sessões para outros profissionais; do relacionamento distante com os paciente – por receio de falhar; e posteriormente, retirando os testes psicológicos e utilizando apenas as entrevistas livres e atuação analítica (OCAMPO, 2005)

Após vivenciar inúmeras críticas, o processo psicodiagnóstico consolidou-se como uma atuação que visa compreender e descrever a personalidade do paciente que solicita ajuda. Para isto, utiliza-se técnicas científicas – entrevistas, testes psicológicos, hora lúdica, entre outros – com duração limitada, abrangendo os aspectos antecessores, presentes e prognósticos da personalidade do paciente em questão. Sendo ao término do processo, fornecido os encaminhamentos e recomendações terapêuticas necessárias (OCAMPO, 2005).

Há dois tipos de psicodiagnóstico, o tradicional e interventivo. No primeiro, parte-se de uma hipótese diagnóstica que deverá ser comprovada ou não, por meio de métodos e técnicas científicas estabelecidos previamente. Este tem como objetivo compreender a personalidade do paciente, descrever os resultados obtidos para visualiza-lo de forma holística, além de prever o prognóstico do caso e apresentar os encaminhamentos e/ou recomendação necessárias. Já o psicodiagnóstico interventivo, é um processo de aplicação clínica com atributos particulares, que apesar de se ter uma hipótese diagnóstica, esta não precisa determinar e permanecer durante todo o processo (BARBIERI,2010).

No psicodiagnóstico tradicional, se têm uma estrutura prévia, sendo o primeiro passo a ser realizado, a entrevista que consiste em um rico procedimento, pois se adequa a diversas situações e é capaz de revelar particularidades que não são explicitas nas outras técnicas. Com isso, a entrevista inicial objetiva conhecer os aspectos pessoais, sociais e familiares do paciente, visando elaborar hipóteses para formulação de um plano de ação. Deve ser realizado por um entrevistador capacitado que tem embasamento psicológico e ter como visão propor intervenções, encaminhamentos e recomendações pertinentes para cada caso (BARBIERI,2010).

 A entrevista lúdica ou hora de jogo diagnóstica é realizada com a criança. Esta também consiste em uma técnica científica utilizada no psicodiagnóstico, que tem como intuito conhecer a realidade da criança em questão, levando em consideração os aspectos particulares e esperados de cada faixa etária. Esse processo possui tempo delimitado, brinquedos padronizados e observação minuciosa de aspectos como: criatividade, motricidade, capacidade simbólica, personificação, tolerância a frustração, adequação à realidade, escolha de brinquedos e brincadeiras e suas modalidade (BARBIERI,2010).

E por fim, a entrevista devolutiva que é a última parte do processo psicodiagnóstico. Esta tem como finalidade comunicar os resultados aos responsáveis pelo encaminhamento, disponibilizando em alguns casos o laudo psicológico e indicando recomendações e encaminhamentos, quando necessários, visando auxiliar o paciente a obtenção de um tratamento adequado e melhor qualidade de vida (GASPARETTO; SCHIMIDT, 2013).

Diante do exposto, o presente trabalho trata-se de um relato de experiência realizado durante o ano de 2016 em uma clínica escola, durante a disciplina de psicodiagnóstico. A mesma tem por objetivo, apresentar a análise do caso e as contribuições do psicodiagnóstico interventivo em uma criança com 5 anos.

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