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CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE NA VIVÊNCIA DE ESTÁGIO: TRIAGEM E PLANTÃO DE ESCUTA

Por:   •  31/5/2017  •  Projeto de pesquisa  •  4.931 Palavras (20 Páginas)  •  387 Visualizações

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UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO – UNIFENAS

MARIA CAROLINE CARDOSO GOMES

CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE NA VIVÊNCIA DE ESTÁGIO: TRIAGEM E PLANTÃO DE ESCUTA.

Alfenas – MG

2016

MARIA CAROLINE CARDOSO GOMES

CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE NA VIVÊNCIA DE ESTÁGIO: TRIAGEM E PLANTÃO DE ESCUTA.

Articulação teórica prático apresentada à Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS como parte das exigências para avaliação no Estágio formação de psicólogos Triagem e Plantão Psicológico.

Orientador: Prof. Antônio Ângelo Favaro Coppe

Alfenas - MG

2016

SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO(ok)04

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA(ok)06

III. METODOLOGIA(ok)09

IV. RELATOS(ok)11

        Caso 1: Edson e Roberta11

        Caso 2: Carla 13

V. ARTICULAÇÃO16

VI. CONCLUSÃO18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS(ok)17


  1. INTRODUÇÂO

        O presente trabalho diz respeito a uma articulação teórico prática das atividades realizadas no estágio de Formação de Psicólogo I – Triagem e Plantão Psicológico. Onde serão apresentadas algumas das contribuições da psicanálise para o processo de acolhimento, triagem e plantão de urgência, que é conhecido na abordagem psicanalítica como plantão de escuta subjetiva.

        Foi feito uma revisão bibliográfica sobre o tema proposto, a fim de correlacionar os dados obtidos nos estudos, com aqueles obtidos nos atendimentos realizados durante o ano de 2016, realizados como parte do estágio acima citado. Atendimentos estes que foram realizados na Clínica Escola de Psicologia (CLEPSI) da universidade onde o estágio se desenvolveu.

        O estágio se deu a partir de vários atendimentos, realizados no período que se iniciou ao começo do primeiro período letivo de 2016 e terminou ao final do segundo período letivo do mesmo ano. Durante os plantões, que ocorriam em dois dias semanais, foram realizados inúmeros atendimentos, onde foram atendidas pessoas de todas as raças, idades e classes sociais, uma vez que o serviço é público e ofertado a toda comunidade. Os atendimentos tinham duração média de 50 minutos, podendo variar para mais ou para menos.

        Esta pesquisa tem como objetivo investigar as contribuições da teoria psicanalítica para a vivência do estágio de acolhimento, triagem e escuta de emergência. Elucidando principalmente o conceito de tempo lógico desenvolvido por Lacan em 1945, a fim de relacionar a teoria com os casos atendidos pela estagiária no estágio em questão.

        Elucidando, através dos atendimentos realizados no estágio de Triagem e Plantão de urgência, ou seja, através de estudo de caso, cada etapa do tempo lógico segundo Lacan e assim articular prática, a partir de uma analise do discurso com, a teoria para um melhor entendimento das contribuições da psicanálise em tal serviço.

        A pesquisa também pode vir a ser, usada como material de estudo para acadêmicos e professores de diversas áreas da saúde mental, e principalmente a psicólogos que optaram pela psicanálise como metodologia de abordagem clínica.

        


  1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Urgência subjetiva e tempo lógico

        A urgência subjetiva é um dispositivo de acolhimento oferecido aos sujeitos em crise, que são levados às instituições a partir de demandas variadas, que podem variar desde demandas familiares, de vizinhos e surgir até mesmo de bombeiros, do O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou de policiais. Os usuários desse serviço vêm com o pedido de acolhimento emergencial causado pelo sofrimento psíquico. O acolhimento se dá inicialmente através de uma escuta diferenciada. Sendo assim:

“Consiste (...) em acolher o sujeito e extrair através de uma escuta diferenciada, aquilo que permaneceu em estado de intenso embaraço ou esmagamento do sujeito ou, em alguns casos, o que foi transformado em puro ato com a subtração da palavra. Essa quebra do discurso revela o que é insuportável e sem mediação para o sujeito, levando-o algumas vezes à passagem ao ato, o que coloca em risco sua existência e a dos outros.” (CALAZANS E BASTOS, 2008, p.641)

        A denominação “urgência subjetiva” surge ao se comparar a pressa da equipe médica na urgência hospitalar com a pressa do analista. Nos momentos de urgência médica o objetivo é tratar o mal-estar no organismo, restabelecer a saúde e salvar a vida do paciente. Na temporalidade do sujeito é introduzida outra urgência, e a partir disso é possível denominar essa urgência de “urgência subjetiva”.

        Na psicanálise, algo se torna urgente a partir do momento em que a angústia irrompe. Para Lacan (1963/2005), o que se apresenta nos momentos de urgência é a impossibilidade simbólica. Para ele a angustia é um afeto que não se articula numa cadeia significante. No momento de urgência “não se trata de dar simbolização à angustia, mas sim, possibilitar algo da ordem de uma construção, de uma invenção singular.” (AZEVEDO, 2016, p. 46)

        Segundo Azevedo (2016) o analista deve trabalhar a partir da noção de inconsciente atemporal, conceituado por Freud no texto “O inconsciente” de 1915, e do conceito de tempo lógico de Lacan no texto “O tempo lógico e a asserção de certeza antecipada” de 1945, possibilitando assim uma abertura a uma nova temporalidade, o tempo do sujeito que não o da urgência.

        Freud aponta (1915/1996) que o inconsciente apresenta como característica a ausência de temporalidade, os conteúdos do inconsciente não se organizam no tempo. O termo atemporal referente ao inconsciente esta ligado ao tempo do sujeito, que é um tempo lógico, subjetivo.

        Para Lacan (1964/2008) o Inconsciente é articulado como algo que pulsa, e nesse pulsar o sujeito pode advir. O que vemos na urgência, segundo Azevedo (2016, p.59) é um “curto-circuito” nesse pulsar. O corte tem então, função de atravessar o Real que está posto na situação de urgência, de forma que proporcione um deslocamento subjetivo que vise uma saída criativa. O que esta em questão é:

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