Campo profissional do psicologo em organizações
Por: danielerv • 18/10/2017 • Resenha • 1.590 Palavras (7 Páginas) • 691 Visualizações
Campo Profissional do Psicólogo em Organizações e no Trabalho
O referido artigo inicia fazendo uma retrospectiva da Psicologia Organizacional e do trabalho com nível de caráter histórico, onde os autores relatam a atuação da psicologia e seu desenvolvimento social.
Agregada á industrialização crescente nos países dominantes do cenário ocidental, a psicologia organizacional surge como campo de estudos, aplicação e prática de atuação, visando explorar, analisar e compreender como interagem as múltiplas dimensões que caracterizam a vida da pessoa, dos grupos e das organizações.
O campo iniciou a sua ampliação a partir da primeira metade do século XX, onde os testes psicológicos eram usados para a seleção de recrutas, treinamento de empregados, tendo em vista o bem- estar individual e coletivo como também a produtividade e a qualidade dos ambientes do trabalho.
Ir além das questões físicas como fator de adormecimento, implicações da construção psicossocial e suas influências na saúde do trabalhador.
Os psicólogos e profissionais ligados as Ciências do Comportamento nas décadas seguintes se dirigiram para incentivos não financeiros, como liderança e supervisão, relação homem-máquina e relações interpessoais.
O desenvolvimento tecnológico se desenvolveu na segunda metade do século XX que culminou em novas práticas de gestão como, a cultura da aprendizagem e o trabalho com equipe.
Os autores destacam contribuições de psicólogos na construção da administração do século XX e suas experiências entorno dos princípios fundamentais da psicologia organizacional e a responsabilidade da organização em assegurar o potencial das pessoas, dando ênfase na diversidade cultural que levou a influenciar estudos da administração cultural corporativa e na carreira dos profissionais, assim construindo a constituição histórica do campo, como abordagens teóricas e novos métodos de trabalho que receberam expressão no primeiro período que compreende até 1945.
Devemos destacar também que nesse período os testes de inteligência e características vocacionais entram em cena nos processos seletivos, nas avaliações clínicas e também são introduzidas no processo.
Em sua terapia de campo Kurt Lewin estabelece os processos de dinâmica de grupos e o seu foco são em grupos que tem como perspectiva uma influente análise e intervenção.
A Constituição da atuação até 1960 contempla a seleção de pessoal, porém surge o “Estado de Bem-Estar Social” onde a qualidade de vida no trabalho passa a ser valorizado enquanto procedimento institucional.
O período que compreende o final da década de 1960 até 1970, relacionado como terceiro período pode-se observar indícios de transição de uma sociedade industrial para uma sociedade pós-industrial, onde os testes psicológicos são fortemente atacados e a ferramentas de trabalho do psicólogo organizacional são criticados por estarem a serviço de uma estrutura de poder e dominação.
Novos experimentos surgem no campo de humanização do trabalho na Escandinávia, assim crescem os estudos a respeito de variáveis sobre o comportamento dos indivíduos e também os impactos ambientais de características organizacionais.
O crescimento do campo produz áreas de compartilhamento com outras disciplinas, surgindo à necessidade de enfoques interdisciplinares e multiprofissionais e com isso os programas de qualidade de vida idealizam o desejo de humanização, assim a ideia de controle da força de trabalho dá lugar ao envolvimento das pessoas com o seu trabalho.
O Desenvolvimento da Psicologia Organizacional e do Trabalho no Brasil
A economia no Brasil até quase o final do século XIX era escravocrata, com a ascensão do fluxo migratório foram desenvolvidas as manufaturas e pequenos negócios, porém o modelo de condução dos processos trabalhistas continua assentado na incredulidade e na forte hierarquia de controle e exploração.
Em 1930 foi criado o Instituto de Organização Racional do Trabalho (IDORT), que veio acolher as expectativas dos empresários paulistas no treinamento de profissionais psicotécnicos, na maioria engenheiros, dedicados aos problemas de harmonização humana ao trabalho.
O trabalho do IDORT teve importância relevante na difusão e aplicação da psicologia do trabalho no Brasil. A fundamentação na aplicação de testes psicológicos teve seu objetivo econômico restrito e claro e contribuía para aumentar a produtividade das empresas.
Quando a profissão do psicólogo foi reconhecida legalmente, na década de 60, a psicologia aplicada ao trabalho foi fortalecida, outras instituições interligadas a psicologia também foram desenvolvidas e construíram o crescimento da área no país.
As funções do psicólogo no Brasil até meados do século XX, não ultrapassavam do treinamento, recrutamento, analise ocupacional, avaliação de desempenho e seleção de pessoas.
A gestão desenvolvimentista, com o comando do Presidente Juscelino Kubitscheck, acarretou na vinda das montadoras internacionais ao Brasil, contribuindo assim para que as décadas seguintes fossem marcadas pela importação tecnológica e modismos trabalhistas.
A atividade no trabalho é de elevada importância na construção das interações humanas, permitindo comprovar que as modificações no mundo do trabalho, ao longo dos séculos, promoveram diferentes formas de subjetivação e de formação dos agrupamentos humanos e da sociedade em geral, como também no plano psicológico do círculo profissional, pois as pessoas são diretamente afetadas em seus valores, projetos de vida e autoestima.
Com o aumento do desemprego e do subemprego, a reconfiguração organizacional e do trabalho são fontes de tensão psicossocial, desde consequências para o individuo e até para a comunidade, buscando estruturas organizacionais mais flexíveis.
Surge então às organizações em redes e as redes intra-organizacionais do psicólogo em equipes multidisciplinares de recursos humanos, que conduziu atividades até então desempenhadas por outros profissionais, e que foram incorporadas nas competências de atuação do psicólogo.
Na ausência de um sistema amplo de especialização em Psicologia Organizacional e do Trabalho no Brasil, fez com que os psicólogos adentrassem em cursos de especialização, mestrados em administração, a qual se pode explicar o aumento das competências na área de administração de pessoal, surgindo psicólogos comprometidos e com planejamento de cargos, remuneração e benefícios, tendo também um enfoque no planejamento global das
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