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Capitalismo dependente e a psicologia no Brasil: das alternativas á psicologia crítica.

Por:   •  20/12/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.330 Palavras (6 Páginas)  •  830 Visualizações

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Psicologia e Políticas Públicas 

Capitalismo dependente e a psicologia no Brasil: das alternativas á psicologia crítica.  – Fernando Lacerda Jr. (2013)

  1. Quais são os três vetores, segundo o autor do artigo, que iniciam o desenvolvimento das propostas criticas no psicologia brasileira?

R: Segundo Lacerda Jr o desenvolvimento começa com o surgimento de um vinculo entre o professional da área de psicologia e os setores oprimidos da sociedade brasileira, buscando transforma e denunciar as estruturas sociais injustas e produtoras de sofrimento. O segundo vetor é a entrada no cenário brasileiro da teoria social contemporânea que busca repensar as noções tradicionais de poder, ciência, subjetividade, sociedade e etc. A terceira e ultima é a inserção da psicologia em novas áreas de atuação, que ilustrou insuficiência das teorias e praticas para responder problemas impostos por novas realidades e demandas.

  1. Qual é a relação entre a psicologia brasileira e o capitalismo dependente?

R:  Quando se observa a historia do desenvolvimento brasileiro, fica claro que o processo de formação capitalista ocorreu com a dependência como uma de suas condições. Se estabelece uma aliança dominante sobre as massas exploradas entre a aristocracia rural e arcaica brasileira – já que segundo o autor, a burguesia brasileira se caracterizava como débil e frágil – o que resultou em um Estado forte e autoritário que buscava excluir e impossibilitar qualquer participação da classe explorada. Nesse cenário no final do século XIX e inicio do século XX se encontra o surgimento da psicologia no Brasil. Nesse período ocorre um processo de autonomização que resultará na regulamentação da psicologia em 1962. Entretanto, a psicologia, tanto antes quanto depois da regulamentação, se posicionou em favor das classes dominantes nas lutas de classe. Inicialmente estudou formas de contribuir a modernização e manutenção da ordem social brasileira, assim coo doenças mentais, formação de moral e higiene mental. Depois de 1962, a busca não era apenas pela  legitimidade social mas também para mostrar as classes dominantes que a psicologia não apresentava perigo a ordem social. A consequência disso, é que a psicologia brasileira acabou promovendo concepções de individuo, personalidade ou comportamento que justificavam e naturalizavam a ordem social  injusta. E uma outra consequência do capitalismo dependente brasileiro sobre a psicologia, foi o fato de que a psicologia reproduzia ideias e praticas do centros capitalistas. No artigo, Lacerda Jr cita Martin-Baró chamando esse movimento de “miséria da psicologia”.

  1. O que marcou a mudança da posição da psicologia na “miséria cultural da dependência”?

R: A mudança da dependência da psicologia brasileira ocorre ente os anos 80 até os dias atuais. Entre a expansão das universidades brasileiras e a entrada da psicologia em novos campos de trabalho juntamente com o clima ideológico da época resultam em uma nova aparência da psicologia brasileira. Novas abordagens passam a ser estudadas, a psicologia assume uma posição mais eclética em relação às metodologias. Como resultado surge novos conceitos, métodos e praticas, que apesar de fazer desaparecer a psicologia que prioridade a classe dominante, constituiu a chamada psicologia critica.

  1. O que foi psicologia alternativa e a contra-psicologia?

R: Durante a ditadura militar brasileira surgiu um movimento de rebelião e questionamento, nesse período o mesmo ocorre com a psicologia, que surge durante os debates da “crise” da psicologia. Lacerda Jr. escreve que segundo Yamada, desse período surge duas tendências: a psicologia alternativa e a contra-psicologia. A primeira foi criada em 1970 e se refere a “tudo aquilo que fugisse do convencional”, dentro dela havia uma subdivisão: de um lado se apresentava alternativas com concepções convencionais e do outro se apresentava uma psicologia alternativa propriamente, onde se questionava a função social do psicólogo e oferecia serviços para a maioria da população. Já a segunda cedência era a contra-psicologia, quer eram um conjunto de grupos que buscavam criticar teoricamente a psicologia. A corrente não apenas questionava a psicologia dominante, como também tentava achar uma forma de redenção, que era a reconstrução teórica da psicologia com o objetivo de construir uma perspectiva critica na área.

  1. Qual seria segundo Lacerda Jr. o compromisso social da psicologia?

R: Com diversificação das áreas de trabalho da psicologia, a mesma passa ter mais contato com as camadas subalternas da sociedade. O autor explica que esse contato da inicio a busca de novas formas de se pensar e praticar a psicologia e acrescenta que o compromisso dos psicólogos não é com as elites e sim com as massas populares. Dessa forma, ele concebe a psicologia como uma intervenção social e individual, compreendendo-a como um fenômeno histórico e social e transformadora social com a mediação de promover saúde e bem-estar.

  1. Quais são o três espaço de atuação da psicologia vistas como essenciais para o desenvolvimento de praticas criticas?

R: A primeira esfera é das politicas sociais e publicas cujo objetivo é atender os setores mais pobres da sociedade, sendo assim é a proposta de uma psicologia que se comprometer com as classe subalterna. A psicologia politicas sociais no Brasil contribui na formulação, gestão, execução, monitoramento e avaliação das politicas publicas. A segunda esfera é a psicologia social comunitária, que nos anos 70 não procurou deselitizar a profissão como também contribuiu para o fortalecimento dos movimentos populares contra ditadura. Atualmente a psicologia social comunitária fundamenta-se nas teorias da historicidade dos fenômenos psicológicos e a unidade dialética da relação individuo e sociedade. A terceira, e ultima, esfera é a luta antimanicomial que surge no final do anos 60 e ao longo dos anos 70, resumindo, os manicômios da época eram constituídos por controle, violência e exclusão. Apesar da participação dos psicólogos ser pequena no inicio, esse cenário muda a partir dos anos 80 com a crescente participação dos profissionais nos equipamentos públicos de saúde. Atualmente se há produção de um conjunto de sistematização teórica sobre a luta antimanicomial e praticas alternativas ao modelo hospitalocêntrico.

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