Casais Empreendedores
Por: Ferdomingues • 19/5/2016 • Projeto de pesquisa • 2.756 Palavras (12 Páginas) • 466 Visualizações
1. RESUMO
A presente pesquisa será fundamentada nos temas casais, trabalho e afetividade, pretendendo abordar aspectos históricos e sociais da evolução do trabalho e da entrada da mulher neste meio até os dias de hoje, tais quais as mudanças ocorridas a partir disso. Nesta pesquisa, serão abordados casais que possuem empreendimento próprio e passam grande parte do tempo juntos, tanto em casa como no trabalho. Assim, serão investigados os aspectos da relação desse tipo de casal e como conciliam vida afetiva e profissional. Para isto, será utilizado um questionário com finalidade de obter informações sobre como é a relação conjugal, tanto afetiva como profissional. Os possíveis resultados contribuirão com muitas dúvidas que surgem nesta área, visto o número de produções no senso comum.
2. INTRODUÇÃO
No contexto de aceleradas transformações culturais em que valores tradicionais e modernos coexistem, a instituição familiar tem sido palco de modificações concomitantes às amplas mudanças decorrentes do processo de modernização e com isso, novas formas de trabalho foram criadas. Partindo dessa explanação, este projeto levanta o seguinte problema: como casais que trabalham juntos conciliam vida afetiva e profissional?
O presente projeto busca investigar aspectos relacionais entre casais que adaptaram o trabalho com a conjugalidade e como é o funcionamento desta nova dinâmica familiar, tal qual seus aspectos positivos e negativos. Assim, quais as percepções de casais sobre o dia a dia compartilhado tanto em casa, como no trabalho? Quais os principais motivos que levam um casal fundarem uma parceria empresarial?
Esta pesquisa justifica-se pelo aumento de empreendimentos conjugais, como mostra a pesquisa da Federação Nacional de Empresas Independentes, em que 43% das pequenas empresas são familiares e dessas, 53% são geridas pelo proprietário e pelo cônjuge (PENNSYLVANIA, 2013). Outro fator é que hoje em dia seguir uma carreira conjunta pode ser indicador de sucesso e prosperidade, porém, pode ser que haja alguns pontos que confrontem essa afirmação.
Este espaço de observação e pesquisa permitirá vislumbrar estes aspectos principais e seus desdobramentos nas vidas das pessoas.
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral:
• Investigar aspectos da relação de casais que tem o seu próprio negócio e como relacionam a vida profissional e afetiva.
3.2 Objetivos específicos:
• Descrever fatores que estimularam o casal a abrir seu próprio negócio
• Destacar como os casais se relacionam no trabalho
• Analisar a satisfação no âmbito de trabalho de casais empreendedores
• Avaliar os pontos positivos e negativos de trabalhar com o cônjuge
• Caracterizar a relação afetiva de casais quando trabalham juntos
4. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA
Num primeiro momento, a família dita tradicional assentava-se na preocupação com as tradições, com a conservação e ampliação do patrimônio e a transmissão da herança. Os casamentos eram arranjados e a família devia submeter-se à ordem patriarcal. O homem se voltava para o externo, para o mundo dos negócios, das realizações profissionais, se envolvia com o trabalho remunerado; enquanto à mulher era reservado o espaço de dentro, do âmbito doméstico, onde se dedicava aos afazeres domésticos, incluindo a administração da casa e os cuidados com os filhos, – os quais previam o envolvimento emocional e a vigilância. Provavelmente, era esse o modo de lidar com a situação do cotidiano e também de se relacionar consigo próprio e com a sua realidade psíquica (SIMÕES, 2012).
Dessa forma, algumas características de personalidade são estimuladas e identificadas; no homem, por exemplo, a competição e agressividade; na mulher, a sensibilidade, a capacidade de observação, o cuidado e a afetividade. Essa estrutura de funcionamento familiar facilitava a transmissão da cultura e a continuidade da espécie. Algumas mudanças, especialmente na economia, contribuíram para o declínio desse modelo familiar no final do século XIX e inicio do século XX (SIMÕES, 2012).
O final da década de 1960 e início da década de 1970 houveram marcos fundamentais nas transformações dos papéis femininos e masculinos na sociedade brasileira. Como lembram Albertina Costa e Cristina Bruschini (1992 Apud GOLDENBERG, 2001) na década de 1970 e, principalmente, na seguinte, a produção acadêmica sobre a questão de gênero é “invejável”. Estes buscam desreificar a idéia de “natureza” feminina e masculina e reforçar a concepção de que as características peculiares à mulher e ao homem são, na verdade, socialmente construídas. Cada cultura apropria-se de uma distinção biológica (macho/fêmea), seleciona alguns fatos naturais como, por exemplo, a função reprodutiva da mulher e os exacerba, naturalizando funções que são produtos de uma determinada educação e socialização (GOLDENBERG, 2001).
No século XX, um conjunto de acontecimentos especialmente relacionados ao processo de urbanização e desenvolvimento das cidades e à entrada das mulheres no mercado de trabalho levou a mudanças econômicas da sociedade que contribuíram não só para o início do processo de autonomia e independência financeira da mulher diante do homem como também acenam para mudanças (SIMÕES, 2012).
O tom da mudança social foi dado pela reivindicação de igualdade na esfera pública e privada e pela recusa de morais sexuais diferentes para homens e mulheres. Neste período, as mulheres viveram com intensidade o dilema de “mudar” ou “permanecer”, coexistindo um padrão tradicional de ser mulher (a “virgem” e “esposa-mãe”), voltado para o mundo doméstico, e um novo modelo de mulher que trabalha, que atua politicamente. Estavam em disputa diferentes
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