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Compressão Espaço Tempo Bauman

Por:   •  22/10/2021  •  Trabalho acadêmico  •  797 Palavras (4 Páginas)  •  86 Visualizações

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Discorra sobre um dos temas abaixo. Use como base referencial o texto de David Harvey “A compressão tempo-espaço  e a condição pós-moderna”

  1. A  acumulação flexível  e sociedade contemporânea.

A acumulação flexível diz respeito à superação do fordismo como forma de organização da produção. O fordismo trabalhava com uma linha de produção a qual se produzia sem folga, centenas de produtos por hora, produção de mercadorias em massa com a possibilidade de se estocar os produtos para serem vendidos posteriormente.

        Notou-se que essa forma já estava ultrapassada por ser tão rígida e então o Toyotismo foi adotado, se tornando um flexível modo de produção capitalista. O novo modelo se pautava na ideia de trabalho em equipe e cooperação, melhoramento contínuo e a produção “Just in time”, que significava produzir rápido e de acordo com a demanda, sem gerar prejuízos com o acúmulo de produtos não vendidos e com o excesso de matéria prima.

        A aceleração do tempo na sociedade pós-moderna pareceu uma solução para que a produção de mercadorias aumentasse. Estratégias como a obsolescência programada (produtos com tempo de duração pré determinados) e a grande indústria imagética (divulgação em massa) contribuíram para que o mercado se tornasse fluído e até mesmo com um consumo exacerbado desnecessário. O sistema de entregas “Just in time” fez com que não se precisasse mais esperar para consumir, para comprar e, consequentemente, para descartar. Essa ideia reduziu os estoques e gerou grandes lucros para as empresas, fazendo com que os produtos fossem produzidos em lotes reduzidos e assim diminuindo o tempo em que os produtos circulavam (e fazendo, portanto mais produtos circularem).

        A nova lógica econômica se definia por quanto menos tempo circulando, mais produtos poderiam circular. As acelerações na troca tornou o consumo das mercadorias fluído, como por exemplo, no mercado da moda. A cada mês que passa, novas tendências são lançadas (aqui se coloca o mercado imagético), e as roupas já compradas se tornam obsoletas em detrimento de novos modelos lançados. Por ser um mercado de massa, a moda fornece grande capacidade de compra e um aumento no consumo, pois muitas são redes de lojas com centenas de filiais espalhadas pelo mundo, fazendo com que os mesmo produtos circulem por uma imensa área e também facilitando a substituição caso a mercadoria quebre, estrague ou mesmo “saia de moda”.

        O consumo de serviço (ao invés do consumo de bens) também participa de forma confortável da lógica de acumulação flexível. O          “tempo de vida” dos serviços como visitas a museus, cinemas, shows, etc. é menor do que a de um produto físico e passível de envelhecimento ante ao mercado. Considerando os limites para acumulação e a necessidade de que os bens físicos girem no mercado, o capitalismo usou de serviços efêmeros para que possam ser usados. Pode-se citar aqui como exemplo, a questão dos serviços de streaming (transmitido em tempo real) de música e filmes, pois é mais cômodo adquirir uma assinatura mensal do ‘Spotify’ e ‘Netflix’ do que adquirir rádios, CDs, DVDs e filmes (que são produtos palpáveis). Cabe também aqui citar a questão do mercado individualista, que, para aumentar o lucro, investe em serviços personalizados para cada indivíduo, fazendo com que seja irresistível não consumir algo que foi produzido exatamente para seus gostos e sua personalidade.

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