Comprometimento cognitivo

Embora o delírio e a demência sejam descritos muitas vezes juntos, na realidade são duas perturbações bastante diferentes. Os disturbios de comprometimento cognitivo englobam distúrbios específicos, onde produzem lesão permanente ou temporário causando uma disfunção psicológica ou comportamental.

O delírio consiste em um distúrbio agudo da consciência e alteração na cognição que aparece num breve intervalo de tempo. A demência é um distúrbio crônico que afeta inclusive a memória.

O delírio pode ser causado por:

- traumatismo craniano

- alterações cerebrais hipertensivas

- convulsões

- tumores

- tireoidismo e paratireoidismo

- hipoxemia

- hipotermia e hipertemia

-intoxicação, abstinência e isolamento

- metais, toxinas e medicamentos

- acidose diabética e hipoglicemia

- encefalopatia hepática

- deficiência de tiamina

- pós-operatórios

- stress psicossociais, sobrecarga sensorial, privação do sono e imobilização

Em relação à demência temos a demência primaria e demência secundaria.

A demência primaria se caracteriza por distúrbios degenerativos progressivos, irreversíveis e que não são gerados por qualquer outra condição. Os distúrbios mais específicos são a demência do Alzheimer e a demência vascular que é a demência do infarto múltiplo caracterizada por um coagulo que bloqueia a passagem de sangue no cérebro, dá-se esse nome quando causado por uma arritmia. A demência causada pelo Alzheimer provoca uma progressão dos sintomas, desde seu inicio caracterizada por déficits cognitivos leves na memória de curto prazo, até o estagio final caracterizada por comprometimento profundo nas áreas de cognição e da capacidade de cuidados pessoais.

A demência secundária é consequência de outro processo patológico como por exemplo uma meningite crônica, sífilis, tuberculose, doença de Parkinson, demências vasculares, demências hidrocefálica, carcinoma meníngea, deposito metastáticos, lúpus, arterite temporal, alcoolismo, anemias, insuficiência cardíaca/pulmonar, encefalopatia hepática, uremia, entre outros.

Enfim a diferença entre o delírio e a demência é que o delírio é agudo, geralmente breve, o paciente fica medroso, ansioso, irritado, apresenta alucinações auditivas, visuais, táteis, comprometimento da memória a curto prazo e fala arrastada, enquanto que a demência tem seu inicio lento, progride durante anos, traços de personalidade acentuado, as alucinações não constituem um aspecto de destaque, comprometimento da memória de curto prazo seguido pela memória de longo prazo, a comunicação é normal no estagio inicial depois com alteração da linguagem progressiva, começa a contar historias.

Avaliação

Para uma avaliação neuropsiquiátrica abrangente devem ser feitos exames laboratorias como hemograma com contagem de plaquetas, ureia, creatinina, radiografia do tórax, exames toxicológicos, exames hormonais, sorologia para sífilis, tomografia do crânios, ressonância magnética, exames completos do estado mental e exame físico abrangente.

Tratamento

Delírio

Geralmente ocorre em ambiente hospitalar com o objetivo de investigar as possíveis causas reversíveis do delírio, de modo que o tratamento seja para melhorar essas causas, a terapia com fármacos depende do que está causando o delírio, visando diminuir os sintomas.

Demência

O objetivo do tratamento é manter uma boa qualidade de vida pelo maior tempo possível mesmo com a progressão da doença no qual se baseia em:

- diagnostico precoce

- avaliação dos comprometimentos auditivos

- observar o grau e a progressão do déficits cognitivos

- avaliar a capacidade funcional e cuidados com a higiene

- avaliação da família e do meio social

- estratégias ambientais para auxiliar na manutenção da segurança

- a tratamento com fármacos para diminuir a progressão da doença, controlando a depressão, a psicose e o controle da agitação

- o controle da hipertenção também é importante para diminuir a gravidade dos sintomas

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