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Conceitualização de Função Reflexiva e Capacidade de Mentalização

Por:   •  1/11/2018  •  Resenha  •  638 Palavras (3 Páginas)  •  634 Visualizações

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                 Fernanda Torzeczki Trage[pic 1]

                 Disciplina: Tópicos especiais-  Apego, Função Reflexiva e                              Mentalização

                 Professora: Vera Ramires

Conceitualização de Função Reflexiva e Capacidade de Mentalização

A função reflexiva e a capacidade de mentalização são conceitos que vêm sendo elaborados por Fonagy e colaboradores, tendo como base a psicanálise, orientando-se principalmente na teoria do apego de Bowlby e também na teoria das relações objetais, utilizando-se dos conceitos de Winnicott, Bion e Psicologia Cognitiva. 

O conceito de função reflexiva, é definido como a operacionalização dos processos psicológicos subjacentes à capacidade de mentalizar (Bateman & Fonagy, 2003). A mentalização é, fundamentalmente, a capacidade para compreender e interpretar o comportamento humano levando em conta os seus estados mentais subjacentes, sendo base para o desenvolvimento de tais capacidades um contexto de apego seguro (Ramires & Godinho, 2011).

A função reflexiva efetiva dos pais ou cuidadores possibilita uma representação do self coerente e integrada com os estados psíquicos do bebê. Bateman e Fonagy (2003) afirmam que esse processo envolveria duas condições: a contingência e a discriminação. A contingência refere-se ao fato de a resposta do cuidador ser coerente com o estado interno do bebê, enquanto a discriminação diz respeito à capacidade de expressão do cuidador sobre os sentimentos do bebê e não dos seus próprios. A partir da contingência e discriminação, portanto, o indivíduo passa a conhecer os outros e a si (Ensink et al., 2015). A capacidade dos cuidadores de observar e compreender os estados mentais das crianças, e de nomear suas experiências emocionais, permite à criança o desenvolvimento da própria função reflexiva (Ramires & Schneider, 2010). A criança não tem como imaginar o mundo interno dos outros sem que ela tenha sido previamente considerada como alguém com um mundo interior próprio. Dessa forma, considera-se o funcionamento reflexivo dos pais essencial ao desenvolvimento da capacidade de mentalização da criança (Ensink et al., 2015; Fonagy, Gergely, & Target, 2007).

A capacidade de mentalização irá se desenvolver a partir da função reflexiva, num contexto de apego seguro, por meio do processo de o bebê ter experimentado a si mesmo na mente do outro durante a sua infância (Viegas & Ramires, 2012). Considera-se também a mentalização como uma construção social, à medida que o sujeito permanece atento aos estados mentais daqueles que o cercam, tanto física como psicologicamente (Bateman & Fonagy, 2006).


Referências

Bateman, A. W., & Fonagy, P. (2003). The development of an attachment-based treatment program for borderline personality disorder. Bulletin of the Menninger Clinic67(3: Special Issue), 187-211. doi: 10.1521/bumc.67.3.187.23439

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