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DESAFIO DE ‘SER’ PROFESSOR DIANTE DE UM ALUNO COM SÍNDROME DE ASPERGER

Por:   •  3/11/2020  •  Trabalho acadêmico  •  6.247 Palavras (25 Páginas)  •  254 Visualizações

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IPEMIG – INSTITUTO PEDAGÓGICO DE MINAS GERAIS

Lucimar Sampaio

 DESAFIO DE ‘SER’ PROFESSOR DIANTE DE UM ALUNO COM SÍNDROME DE ASPERGER: 

Uma perspectiva de inclusão do ‘sentido humano’ para uma prática docente diferenciada

Belo Horizonte

  2020

IPEMIG – INSTITUTO PEDAGÓGICO DE MINAS GERAIS

Lucimar Sampaio

 DESAFIO DE ‘SER’ PROFESSOR DIANTE DE UM ALUNO COM SÍNDROME DE ASPERGER: 

Uma perspectiva de inclusão do ‘sentido humano’ para uma prática docente diferenciada

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Faculdade IPEMIG - Instituto Pedagógico de Minas Gerais, como pré-requisito para obtenção do título de especialista em Educação Inclusiva.

Belo Horizonte

2020

IPEMIG – INSTITUTO PEDAGÓGICO DE MINAS GERAIS

SAMPAIO, Lucimar. Desafio de ‘Ser’ professor diante de um aluno com síndrome de Asperger: uma perspectiva de inclusão do ‘sentido humano’ para uma prática docente diferenciada. Belo Horizonte: IPEMIG - Instituto Pedagógico de Minas Gerais, 2020. Especialização em Educação Inclusiva.

RESUMO

O presente artigo tem como proposta apresentar e discutir sobre as dificuldades e o desafio de ‘Ser’ professor diante a alunos especiais, aqui retratados por alunos com Síndrome de Asperger, desafio este que se extrapola para além de sua formação, mas para uma prática de ensino diferenciada e também incluída de sentido, tida na premissa de um possível ‘sentido humano’ construído e vivido existencialmente pelo professor em seu cotidiano. Neste contexto de estudo, observa-se a chegada de crianças com deficiências diversificadas e o temor dos professores diante de tal fato. A busca por conhecimentos específicos por profissionais da educação, da área de ciências humanas seria de grande valia, podendo ser revertidos em prol destes indivíduos que clamam por atenção e ajuda. A obrigatoriedade de se fazer uma escola inclusiva nos dias de hoje, não diz respeito ao preparo, mas na habilidade para lidar com estes alunos. Habilidade esta permeada de subjetividade, o que se intenciona chamar no presente trabalho como sendo ‘sentido humano’, o que pode salvaguardar uma prática diferenciada de inclusão não só do aluno, mas também uma inclusão de aspectos genuínos ao professor que tem como desafio ‘Ser’ àquele que fará uma diferença para esta criança. Para tal discussão usou-se a fenomenologia como forma de verificar no cotidiano do professor através da descrição e reflexão de suas falas e saberes a respeito de si mesmo e da prática de inclusão, em especial, a inclusão de ‘sentido humano’.

Palavras Chaves: Inclusão escolar. Prática docente. Síndrome de Asperger. O ‘Ser’ professor – o ‘sentido humano’.

1 INTRODUÇÃO

   

   “Amar não significa tomar o outro adaptado,

submisso ou semelhante a nós.

Amar significa libertá-lo, deixá-lo livre,

deixá-lo viver.”

(Penny Mc Lean).

O presente artigo aborda e estudos, relacionados à teoria e prática, sobre o desafio de ‘ser’ professor diante do aluno com Síndrome de Asperger, em uma perspectiva de inclusão do ‘sentido humano’[1] para uma prática docente diferenciada.

Segundo Camargo (2006, p. 43), “a Síndrome de Asperger é um transtorno que se difere do autismo, primariamente, por não haver nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou de linguagem”. Observa-se que:

O tratamento da Síndrome parte do princípio fundamental de identificar comorbidades psiquiátricas, neurológicas e neuropsicológicas, e o desenvolvimento de programas pedagógicos, orientação familiar e escolar. Atualmente existem leis que dão suporte à inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, entre eles o aluno com Síndrome de Asperger, e é importante que estas crianças tenham iguais oportunidades de ensino e que recebam atenção de acordo com suas necessidades e habilidades. É importante que as escolas e os profissionais se adaptem e se qualifiquem para receber essa criança em sua sala” (CAMARGO, 2006, p. 36).

Há que se pensar que tal adaptação parte de uma série de discussões e aprofundamento no tema, não só pela parte de inclusão e de formação do professor, mas também como um pensar mais ampliado no tocante à prática diária e cotidiana do professor, que tecnicamente precisa estar de acordo com a educação, e, que humanamente precisa estar em plenitude e abertura para ‘ser’ um algo a mais sui generis e especial no espaço educativo.

No exercício de ser professor têm-se com regularidade sob o ponto de vista dos alunos, várias identificações e projeções para com os possíveis e imagináveis tipos de personagens para além do papel de professor e sua função, e sim para a pessoa do professor. E é neste sentido que uma prática pensada nesta captura de um ‘sentido humano’ que lhe é próprio possa aproximar aluno e professor, principalmente os que mais demandam de proximidade, os alunos de inclusão.

Observa-se que muitas vezes o aluno não se identifica com o professor, mas com suas variadas formas de se manifestar no dia a dia em suas relações, no seu modo de ser e estar no mundo. E neste sentido, é possível e até compreensível que as referidas identificações sejam respeitadas e articuladas como características do ‘sentido humano’. O ser-com-o-outro se mostra um paralelo co-participativo da premissa relacional do ser humano.

No entanto, ao se escolher a categoria profissional professor, é possível se colocar um pressuposto de discussão importante: o professor e sua pessoa, e não apenas suas performances, considerando-se os vários sentimentos humanos que daí se emanam.

Parece não haver possibilidade de descartar esta condição de ser si-mesmo, pois o professor também traz de si, e não poderia ser diferente, as questões ontológicas humanas tanto quanto seu aluno as traz. Sendo assim existem várias estratégias psicopedagógicas e existenciais (àquelas que não se aprende e sim se constrói existencialmente e experencialmente), para que este processo de construção de sentido se dê no tocante aos possíveis ‘sentidos’ de ‘ser’ um homem, e, um professor (FEIJOO, 2010).

Nesta perspectiva assume-se um risco, pois, lidar com pessoas é envolver-se em pequenas e grandes histórias de vida, é descobrir-se e não deixar esconder-se no outro, é consolidar o ser humano como ser de relações, consigo mesmo e com os outros.  

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