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Da Gestação ao Primeiro Ano de Vida: Os Fatores de Influência no Desenvolvimento Humano

Por:   •  28/8/2017  •  Artigo  •  11.681 Palavras (47 Páginas)  •  391 Visualizações

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DA GESTAÇÃO AO PRIMEIRO ANO DE VIDA: OS FATORES DE INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO HUMANO.

RESUMO

As bases de fundamentação para a construção da percepção, emoção, cognição e expressão humana parecem, de fato, estarem ligadas ao período perinatal. O presente estudo tem como objetivo principal avaliar o comportamento de bebês verificando a correlação do desenvolvimento infantil com os fatores de influência do período gestacional e do primeiro ano de vida. Para subsidiar a análise, foram realizadas entrevistas sobre o processo de gestação e amamentação com 7 mães na faixa etária de 14 a 45 anos, sendo as participantes do município de São João das Duas Pontes/SP. Posteriormente ocorreu a aplicação da escala padronizada sobre o comportamento de bebês em seus respectivos filhos, de ambos os sexos, com idade até 12 meses completos. A investigação e aplicação dos instrumentos discorreram no primeiro trimestre do ano de 2017 e os resultados dos procedimentos foram levantados no final do segundo trimestre do mesmo ano. Os resultados apontaram que a saúde da mãe, a qualidade das relações interpessoais e a interação do pai com a criança são quesitos relevantes para analisar as condições de desenvolvimento infantil.

Palavras-chave: gestação; desenvolvimento infantil; gravidez assistida; fatores de risco; parto.

 INTRODUÇÃO

Para contemplar o desenvolvimento infantil tendo por base de uma estrutura sadia também é necessário recorrer às descobertas da ciência no que tange aos aspectos do período pré-natal humano, bem como acompanhar o seu desenrolar durante o perinatal. Essas bases podem fundamentar a construção da percepção, emoção, cognição e expressão humana. Quando se fala em partos, nascimentos ou gravidez logo vem à mente a imagem de uma mãe e um bebê. Já se sabe que uma família não é constituída somente desses dois atores, contudo, essa mulher ainda é a grande protagonista desse episódio, pois, é por meio do corpo dela que um novo organismo experimentará a vida enquanto avança em seu desdobramento.

Esse estudo inclui conhecimentos em obstetrícia e psicologia, e, recai sobre a formação acadêmica enquanto oferece subsídios para facilitar a investigação e análise do desenvolvimento humano e do meio em que ele está inserido desde sua composição original. O parto é um ritual de passagem e deve ser olhado mais de perto para determinar quais fatores incidem em seus resultados.

Hipotetiza-se que um processo de gravidez assistida possa colaborar para fortalecer a função de avaliação de valores dos envolvidos nesse processo, ao passo que contribui para evolução de um organismo hígido, sendo ele assim, capaz de se relacionar de forma saudável e responsável com o meio em que interage; possibilitando à humanidade de conhecer uma sociedade com melhor saúde e qualidade de vida.

REFERENCIAL TEÓRICO

Foram escaladas as palavras gravidez e parto para buscar sua definição ou conceito com respaldo científico. Neste sentido, Freitas et al. (2010, p.1) conclui que:

Gravidez é o período de cerca de nove meses de gestação nos seres humanos, contado a partir da fecundação e implantação de um óvulo no útero até o nascimento. Durante esse período estão inclusos os processos de crescimento e desenvolvimento do feto no útero da mãe e também as importantes mudanças experimentadas que além de físicas são morfológicas e metabólicas.

Pode-se sintetizar nos dizeres de Freitas et al. (2010) que a gravidez é conhecida como o período de tempo compreendido desde a fecundação do óvulo pelo espermatozoide até o momento final do parto. A mesma referência define o parto destacando que “parto ou nascimento é o termo de uma gravidez, em que um ou mais bebês deixam o útero da mulher gestante”. (p.1)

Para Costa (2014, p.15), a gravidez é definida em seu dicionário médico da seguinte forma:

Gravidez – nome feminino – caracterizada pelo estado normal e fisiológico da mulher desde a fecundação do óvulo pelo espermatozoide até ao parto. A gravidez, que dura cerca de 266 dias, provoca alterações do útero, do corpo e, até, psíquicas que, regra geral, regridem cerca de um mês após o parto.

        O autor acima, por sua vez, esclarece que além das mutações físicas do corpo da mulher e do desenvolvimento do bebê também ocorrem transformações psíquicas durante o processo. O mesmo autor conceitua o parto como:

Parto – nome masculino – entendido como conjunto de fenómenos e mecanismos que tem por finalidade a expulsão do feto, e dos seus anexos, do organismo materno, a partir do momento da viabilidade teórica do feto acerca de 26 semanas após a concepção. (COSTA, 2014, p. 14)

        Costa (2014) deixa claro que não somente o bebê é removido de dentro do corpo da mulher mas também uma estrutura onde ele estava anexado a esse corpo, e, também mensura em semanas o tempo médio que se leva da concepção até um trabalho de parto.

Esse mesmo autor consubstanciou o conceito sobre desenvolvimento para o ramo da saúde como sendo sinônimo de crescimento e aumento dos órgãos até atingirem maturidade.

        A literatura fundamenta em variadas constatações de autores como Piaget (1969 apud PALANGANA, 2015), Luzes (2007), Bowlby (1969 apud BERTHOUD, 1998) e Winnicott (2006) que, no que tange ao desenvolvimento infantil, consideram-se três grandes áreas para a averiguação: motora, cognitiva e emocional. Estas três áreas de desenvolvimento interligam-se, influenciam-se e acontecem simultaneamente. Contudo, em determinados momentos, uma área pode ter mais protagonismo do que as outras, sem deixar de coabitar, a toda a hora, de noite ou de dia. E, em cada uma delas, pais, bebê e genética têm o seu papel.

Os achados de Luzes (2007) explicam que no primeiro ano de vida o cérebro do bebê cresce e experimenta o mundo através dos sentidos. São eles que lhe permitirão aprender, ainda que a estimulação exterior seja fundamental. Aprender, no primeiro ano, não é fácil porque o corpo e as competências cognitivas do bebê ainda estão em desenvolvimento.

O desenvolvimento cognitivo e psicológico também acontece de forma sequencial e por etapas para Bowlby (1969 apud BERTHOUD, 1998). Assim, os sons e as cores ainda podem parecer confusos, e, as primeiras experiências de aprendizagem são de causa/efeito e imitação, apoiando-se nas etapas que o bebê vai atingindo fisicamente. Ele elucida que a exploração de texturas e formas só poderá ser feita quando o bebê já tiver capacidade para segurar um brinquedo, pois, primeiro ele ganha mestria na aptidão física que, posteriormente, propicia o desenvolvimento cognitivo e sensorial do objeto; assim vão se dando os subsídios para averiguação.

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