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Desconhecer-se pode ser o início de uma busca estimulante

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Por:   •  17/11/2014  •  Trabalho acadêmico  •  2.774 Palavras (12 Páginas)  •  253 Visualizações

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Eu perdi minha princesa. E ao contrário do que você que está lendo pode estar pensando, ela não morreu. Na verdade, ela está bem, está por aí, feliz, sorridente e mais linda do que sempre foi.

Eu tinha a melhor pessoa do mundo ao meu lado. Eu nunca havia conhecido alguém como ela, carinhosa, cuidadosa, atenciosa, amiga, entre outras inúmeras qualidades que ela tinha. Ela possuía vários defeitos também, era ciumenta, dramática, carente, mas nada comparado ao tamanho de suas qualidades. Era perfeita, perfeita pra mim... e eu não notei isso.

Lembro-me o quanto ela se preocupava comigo, sempre que eu demorava a chegar em casa após o trabalho, ela me ligava, e do outro lado do telefone sua voz preocupada " Oi amor, você já chegou?".

Quando fiquei doente, ela passou o dia e a noite ao meu lado, me levou ao médico, comprou meus remédios, me levou o que comer na cama, e tudo isso sem reclamar. Ela gostava disso, de cuidar, de ajudar, era protetora.

Quando precisei que ela estivesse comigo, mesmo sem precisar pedir, mesmo sem carro, ela esteve, a pé, pegou chuva ao meu lado e também não reclamou de estragar o cabelo.

Ela jogava video-game comigo, me assitia jogar horas e horas de FIFA, via futebol comigo mesmo não torcendo pro mesmo time que eu, ia pra lugares que não estava acostumada a ir, só porque eu queria ir. E quando eu não tinha dinheiro, ficávamos em casa assistindo filmes, e no final de tudo ela sorria e dizia que o importante era estar comigo, não importa onde e nem o que estivéssemos fazendo. Ela dizia que o melhor lugar do mundo, era ao meu lado.

Tudo que eu precisasse ela fazia, se eu tinha algum problema, ela pensava em uma solução, ela procurava me ajudar da maneira que ela pudesse. Ela orava por mim. Dizia que toda noite pedia a Deus para que cuidasse de mim. Eu não sei se ela sabia, mas Deus já havia colocado na minha vida um anjo, e ninguém nunca cuidou de mim melhor que ela.

Ela era tão preocupada comigo, e eu nunca me preocupei em responder as mensagens dela, as vezes lia, e demorava horas pra responder. As vezes passava um dia inteiro sem falar com ela, passava uma semana inteira sem vê-la. Eu não me preocupava com isso, achava que ela estaria sempre ali pra mim.

A minha falta de valorização acabou nos causando várias brigas, eu perdi minha paciência com ela, comecei a não querer mais vê-la, queria diversão, queria estar mais tempo com meus amigos, jogar futebol, video game, sair, eu precisava de mais tempo pra mim ... e na última briga, disse tudo isso a ela, fui sincero e nós terminamos.

Se passou 1 mês, meus amigos só queriam saber de farra e bebida. O video game, o futebol haviam perdido a graça. Eu deitava na minha cama e sentia falta dela deitada no meu ombro me fazendo carinho. Eu adorava fazer cócegas nela porque adorava sua risada e a maneira como ela me pedia para parar. Sinto falta até de quando ela ficava irritada com algo, ela sempre fechava a cara, ficava emburrada e fazia bico, achava aquilo lindo, adorava fazer ciumes nela por isso.

Eu a procurei para pedir desculpas, dizer que estava errado, mas era tarde demais, ela não me olhava mais da mesma maneira, não sorriu ao me ver como sempre fazia. Ela me disse que esperou por mim, por uma mensagem dizendo que ainda me amava, que tinha se arrependido, que olhava sempre o celular e muitas vezes dormiu chorando. Disse que ainda sentia algo por mim, mas que já não era tão forte quanto antes. Nesse momento, olhos dela encheram de lágrimas, eu sabia que ela estava mentindo. Mas ela virou as costas e me mandou ir embora. Eu então percebi, ela ainda me amava, mas havia desistido de mim, do nosso amor.

Eu tinha na minha vida, uma mulher, alguém pra casar, ter filhos, pra eu cuidar e ela cuidar de mim pro resto da vida. Eu tenho certeza que ela será uma ótima esposa e uma mãe melhor ainda, mas a perdi, porque não eu não soube como valorizar as pequenas coisas que ela fazia e o que ela era pra mim, pequenas coisas, que hoje eu percebo que na verdade, tinham um valor maior do que eu pude ver com meus olhos. Eu não soube agir com o coração, e troquei tudo que eu queria na vida, por algo que eu quis no momento.

"Desconhece-te a ti mesmo!

Desconhecer-se pode ser o início de uma busca estimulante!

Uma amiga me contava na semana passada que iniciou uma nova aventura psicanalítica.

Depois de anos, ela encerrou uma análise que lhe permitiu desatar muitos nós de sua vida e iniciou uma nova jornada no divã de outro psicanalista.

Não foi uma troca de profissionais.

Apenas o reconhecimento de que uma boa história havia se encerrado e o desejo de começar outra.

O novo psicanalista perguntou a ela: “O que você espera desta análise?”.

Minha amiga respondeu: “Eu quero me desconhecer”.

Achei uma excelente resposta.

Ou uma ótima pergunta sobre si mesma.

Na mesma semana, conversando com outro amigo, de uma área bem diferente, ele me contava que não consegue mais se sentir estimulado pelo que durante as primeiras décadas da sua vida profissional lhe deu grande prazer e reconhecimento.

Está mais interessado nos meandros de um novo esporte que começou a praticar do que nos temas que sempre o interessaram.

Só que toda a sua vida adulta e sua estabilidade financeira foram construídas sobre aquilo que hoje não lhe dá mais tesão.

Ou, seria mais exato dizer, não lhe dá mais tesão fazer do jeito que fazia antes e que deu certo no passado, mas que hoje não faz mais sentido para ele.

A mesma questão tem aparecido em conversas com outros amigos.

Por alguma razão – e não exatamente a faixa etária, porque a primeira amiga tem 30 e poucos e o segundo mais de 50 –, estou cercada de pessoas que vivem um momento de vazio.

Eu incluída.

...

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