Desempregado em uma segunda

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR – CESG

FACULDADE GUANAMBI

ALUNOS:

EVERTON SILVA COSTA

LUCAS PAULO CARDOSO

DESEMPREGADO EM UMA SEGUNDA-FEIRA DE SOL

Trabalho apresentado como requisito avaliativo à disciplina Psicologia e Trabalho, prof. Lívia Farias.

GUANAMBI-BA

2015

DESEMPREGADO EM UMA SEGUNDA FEIRA DE SOL

Segunda Feira ao Sol – Los Lunes al Sol, Fernando León de Aranoa, 2002 – é um drama de 113 minutos em que é tratado o tema do desemprego de forma delicada independente das situações difíceis e duras que são apresentadas.

As personagens Santa, José Soarez, Lino e Amador, ex-operários do estaleiro naval Aurora vivem um desemprego não temporário, mas uma crise estrutural, em que houve anulações de algumas ocupações, de alguns serviços. Este problema atinge também os demais países do mundo pós Guerra-Fria (1989-). O roteiro descreve a dificuldade da realocação dos personagens no mercado de trabalho, o Estado não consegue promover o bem-estar de uma parte da população. Tudo isso gera inequação social.

 Os ex-operários se reúnem no bar de Rico. Para eles a vida transformou-se em um eterno domingo, e, enquanto os empregados veem o descanso semanal como recompensa da semana trabalhada, para os demitidos do estaleiro a inatividade só contribui a aumentar a depressão. A maioria nem tem mais forças para procurar trabalho, apenas um deles se submete as entrevistas, entretanto, sempre perde a chance de emprego para os mais jovens. Os episódios do roteiro começam com as cenas de greve e conflitos trabalhistas. Tais conflitos se ampliam pela possibilidade de fechamento da indústria.

Várias metáforas rodeiam pela história a começar pelo próprio título. A segunda ao sol, irmãos siameses, o temporizador que apaga a lâmpada, a história da cigarra e da formiga, o nome do barco que eles pegam no ferryboat Lady Espana. Todas com suas implicações e significados a partir de ideias como a luta das classes, mais valia, capitalismo emergente, etc., um delicado tratado ideológico que expõe a divisão do trabalho e das classes.

Estes trabalhadores uma vez descartados de seu trabalho são confrontados pelas realidades caóticas daquela sociedade capitalista, em que abandonados, sem terem outras capacitações profissionais, não possuem a competitividade, e, lançados como ao mar sem salva-vidas diante da difícil tarefa de sobreviver mediante seus serviços que já não servem mais. Eles ali são apenas o que são, e fazem apenas o que sabem fazer, sendo assim, não tendo como fazer o que sabem fazer, não tendo a sua mercadoria (mão de obra) mais valor àquela sociedade, não é apenas a mão de obra que se perde, mas, o próprio sujeito. Este se vê no que faz, e quando não se faz, então não se vê a si mesmo. O trabalho vai além do fornecimento de necessidades básicas ao sujeito, ele é a ação transformadora sobre a natureza e sobre si. Desta forma o trabalho é condição preponderante para a realização humana.

O ofício tem um importantíssimo papel na vida do ser humano. Durante a construção histórico social os sujeitos desempenharam atribuições onde o sujeito na existência humana constituiu uma identidade. O que cada sujeito faz é tão importante ainda hoje pois é assim que ele imprime a sua marca (ex: quem aquela pessoa? É o médico..., é a professora etc).

Assim, não trabalhar trará uma variável de consequências negativas porque sem trabalho o homem é proibido, é impedido de se realizar como homem e cidadão, afetando sua dignidade. A dignidade pelo trabalho está atrelada ao prazer no que se faz, o contrário não é capaz de promover dignidade, mas ao contrário, adoecimento. Então é necessário dar condições dos sujeitos se descobrirem em mais de uma tarefa visando que uma delas funcione como promotora de satisfação em meio às demandas e dificuldades reais no dia a dia.