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Desenvolvimento da linguagem na primeira infância

Por:   •  12/5/2015  •  Resenha  •  855 Palavras (4 Páginas)  •  1.584 Visualizações

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FACULDADES ALFA

CURSO DE PSICOLOGIA

PSICOLOGIA DO CICLO VITAL

PROFESSORA ANA TEREZA VASQUES

23 MAR. 2015

MARILIA ALVES DE SOUZA

O INÍCIO DA COMUNICAÇÃO, DA REPRESENTAÇÃO E DA LINGUAGEM

PALACIOS, Jesús. Desenvolvimento psicológico e educação, v.1/organizado por César Coll, Alvaro Marchesi, Jesús Palacios e colaboradores – 2°ed. – Porto alegre: artmed, 2004.3v. – p. 92 a 104.

O texto de Ignasi Vila, discorre sobre a origem da comunicação e da representação. Ressalta, como algumas teorias colaboraram para que houvesse a mudança no pensamento “watsoniano” de que o bebê seria um “livro em branco” a ser preenchido com estímulo do meio; a teoria de Chomsky sobre a aquisição da linguagem humana por ferramentas específicas de natureza inata; e principalmente a de Jean Piaget que abordou o aparecimento da linguagem a partir dos seus pré-requisitos cognitivos.

Muitos autores, além de Piaget, desenvolveram estudos buscando descobrir estes pré-requisitos para a linguagem. Alguns, baseados nas ideias de Vygotsky, entendendo a existência de um desenvolvimento comunicativo anterior ao aparecimento da linguagem, antes mesmo de haver o desenvolvimento cognitivo; concebendo a linguagem e a cognição como interdependentes.

De acordo com pesquisas verificou-se não haver ainda habilidades específicas de comunicação no bebê aos três meses de vida, mas sim uma “intersubjetividade primária”: como Trevarthen denominou este período de relação inicial do bebê com seu cuidador, onde se inicia a consciência e a intencionalidade implícita. Bateson observa a interação do adulto com as vocalizações inatas do bebê e a chama de “protoconversação” e já Fogel destaca os olhares mantidos e mútuos entre eles. E assim as interações do adulto com o bebê são vistos como imprescindíveis neste processo em busca da interação social.

Em relação à intencionalidade, alguns autores como: Piaget, Bates, Harding e Golinkoff; apoiam o pensamento construtivista e entendem que a intenção comunicativa aparece ao longo do estágio sensório-motor, quando o bebê passa a utilizar diversos meios, inclusive o adulto, para conseguir um fim desejado; iniciando assim, a intenção comunicativa. Trevarthen denomina esta fase como “intersubjetividade secundária”, onde a comunicação já gira em torno de objetos e situações externas à relação adulto-bebê.

Diversos autores colocaram em dúvida estes estudos sobre a intencionalidade como: Sarriá e Rivére que formulam “a diferenciação dos domínios sociocomunicativo e físico” neste mesmo período; Gómez que distingue os “atos de manipulação intencional” dos “atos de comunicação intencional”; Baron-Cohen em suas pesquisas com crianças autistas; Camaioni que considera que as ações proto-imperativas (“quero X”) modificam o ambiente e as ações proto-interativas(“olha X”) influem internamente no adulto. Para ela, a intenção comunicativa requer a habilidade protodeclarativa (ver o outro como uma pessoa capaz de atender de forma seletiva e que possui estados psicológico independentes).

Tomaselho, no entanto, acredita que o desenvolver da comunicação se dá na aquisição da habilidade sociocognitiva dos bebês que passam a ver os outros como seres intencionais, o que pode ser percebido tanto nas ações imperativas, como nas ações declarativas.

A obra que melhor representa a unidade entre a comunicação e a representação é a de Jerome S. Bruner que utilizou o termo de formato para descrever as características da interação social adulto-bebê, com o objetivo de compreender estas situações (por exemplo: a brincadeira de esconde-esconde, a leitura de livros) no processo de aquisição da linguagem; e estabelecendo também um “fundo de conhecimento” comum que habilita a criança a se adaptar e a se comportar em um contexto cultural. Bruner acredita que o bebê se constrói como pessoa graças ao fato de os adultos o tratarem como tal desde o início de sua vida.

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