ESTRUTURALISMO

ESTRUTURALISMO

No século XX eram comuns as experiências com humanos, como: engolir um tubo de borracha que iria até o estomago, e em seguida despejar por esse tubo água quente e depois água gelada para observar as reações (estudavam a sensibilidade dos órgãos internos), tudo pela ciência. Edward Bradford Titchener, professor e psicólogo, era tão admirado que diversos dos seus alunos concordavam com seus experimentos, mesmo que muitas vezes absurdos.

Edward Bradford Titchener (1867-1927) nasceu na Inglaterra, e foi estudar com Wundt em Leipzig, na Alemanha. Apresentou sua própria abordagem sobre o sistema de psicologia, à qual denominou estruturalismo, e mais tarde alegou ser a “única psicologia cientifica digna do nome”.  Alegava ainda que se tratava do mesmo sistema estabelecido por Wundt, mas o alterou completamente ao leva-lo da Alemanha para os Estados Unidos. Para Wundt a mente tem o poder de sintetizar/organizar voluntariamente os elementos mentais; já Titchener priorizava os elementos ou conteúdos mentais que compõem a estrutura da consciência, desvalorizando sua junção/ligação. A tarefa fundamental da Psicologia segundo Titchener é descobrir a natureza das experiências conscientes elementares, ou seja, analisar a consciência nas suas partes constituintes para assim determinar sua estrutura.

Em 1892 obteve seu doutorado, e foi lecionar psicologia e comandar um laboratório em Cornell University, nos Estados Unidos. Conduziu pesquisas, escreveu diversos artigos acadêmicos, orientou mais de 50 doutorandos em psicologia, traduziu os livros de Wundt do alemão para o inglês.

Um grupo de psicólogos em 1904, autodenominados “os experimentalistas de Titchener” se reuniam para comparar as observações obtidas nas pesquisas, Titchener geralmente conduzia as reuniões, e uma das regras era a proibição de participação das mulheres. Um ex-aluno, Karl Dallenbach cita uma afirmação de seu mestre que “um homem não pode ter esperança de tornar-se um psicólogo enquanto não apender a fumar charutos”, Titchener desejava “ouvir relatos com liberdade para interromper, debater e criticar, em um ambiente encoberto pela fumaça dos charutos e sem a presença das mulheres (...) elas são delicadas demais para fumar” (Boring, 1967, p.315). Algumas alunas tentavam frequentar as reuniões, mas eram convidadas a se retirar. Embora ele continuasse a excluir as mulheres das reuniões dos experimentalistas, encorajava e apoiava seu progresso na psicologia, concebeu mais de um terço dos 56 doutorados foi para as mulheres e apoiava a contratação de professoras.

Dois anos após a morte de Edward Bradford Titchener , em 1929, os experimentalistas renasceram como Sociedade de Psicólogos Experimentais, a nova sociedade tinha reuniões anuais para discutir pesquisas e aceitavam as mulheres.

 De acordo com Titchener, o objeto da Psicologia é (à semelhança de Wundt) a experiência consciente. Ele afirmou que todas as ciências compartilham deste mesmo objeto, ocupando-se cada qual de um aspecto diferente. O objeto de estudo é assim a experiência enquanto dependente das pessoas que passam por ela. Exemplo: a luz e o som são estudados por físicos e psicólogos. Os físicos veem esses fenômenos da perspectiva dos processos físicos envolvidos. Esses fenômenos não necessitam que as pessoas passem pela experiência, são independentes da experiência das pessoas. Já os psicólogos, ao contrário dos físicos, estudam os fenômenos, as sensações, no modo como são vivenciados pelo indivíduo, dependendo assim das experiências das pessoas.

Nos seus estudos fez uma alerta a respeito de se cometer o que chamou de erro de estímulo, que gera confusão entre o processo mental e o objeto observado, “ex: o observador que vê uma maçã e a descreve apenas como a fruta maçã em vez de descrever elementos como a cor, o brilho e a forma que está observado, comete o erro de estímulo.” O objeto não deve ser descrito na linguagem cotidiana, mas em termos do conteúdo consciente da experiência, quando ele (observador) concentra-se no objeto de estimulo e não no conteúdo consciente, não faz distinção entre o conhecimento adquirido no passado em relação ao objeto (por exemplo, que o nome do objeto é maçã) e a própria experiência imediata e direta. Todo observador sabe que a maçã é vermelha, redonda e tem certo brilho. Ao descrever outras características que não sejam a cor, formato e o brilho, em vez de observar o objeto, o observador o está interpretando, trata-se então da experiência mediata, e não da imediata.

Erro de estímulo: confusão entre o processo mental que está sendo estudado e o estimulo ou objeto que está sendo observado.

Titchener define a consciência como a soma das experiências existentes em determinado tempo.  Para ele, a mente é a soma das nossas experiências acumuladas ao longo da vida/tempo.  Mente e consciência são semelhantes.  Entretanto, a consciência envolve processos mentais que ocorrem no momento, e a mente envolve o acumulo total destes processos.

A psicologia experimental, para Titchener, era uma ciência pura, ele não se preocupava com a aplicação do conhecimento psicológico, e afirmava que os psicólogos deviam manter-se distantes da pratica de seus trabalhos. O único proposito legítimo da psicologia é descobrir os fatos estruturais da mente.

O método utilizado por Titchener era o de introspecção (ou auto-observação). Para ele, o observador quanto mais experiente mais se aproximaria da observação perfeita, que significa uma observação onde este “esquecia de prestar atenção subjetiva ao estado de observação”. Opunha-se à abordagem de Wundt, cujo foco era as medições quantitativas e objetivas. Titchener estava interessado em analisar a experiência consciente a partir das partes componentes, e não a síntese dos elementos, ele possui uma visão atomista (reduzir o complexo em seu elemento mais simples) e mecanicista; ele enxergava os observadores humanos como instrumentos mecânicos de registro, que reagiam e respondiam aos estímulos, os indivíduos seriam maquinas neutras e imparciais. A proposta de Titchener consistia na abordagem experimental para a observação introspectiva da psicologia, ele obedecia rigorosamente às normas da experimentação cientifica, afirmando que