ESTUDO DIRIGIDO “A BASE DIALÓGICA”
Por: bcacique • 7/10/2019 • Abstract • 1.584 Palavras (7 Páginas) • 407 Visualizações
ESTUDO DIRIGIDO
“A BASE DIALÓGICA”
1) O que caracteriza o dialógico e qual é a diferença do diálogo?
O dialógico é o contexto relacional onde a particularidade de cada ser envolvido no relacionamento é valorizada e respeitada, um relacionamento humano mútuo, é a resposta do próprio ser à alteridade do outro, quando me doo para o outro e respondo a sua necessidade sem que o outro tenha me solicitado essa atitude. O dialógico é encontrado na relação “entre” os indivíduos, algo que não é palpável, mas sim sentido, compartilhado na relação. Diferentemente do dialógico, o diálogo é qualquer contato entre os indivíduos, é a primeira realidade na terapia, um contato com dimensão mais técnica. Primeiro ocorre o diálogo, e através dele a relação terapêutica caminha para o dialógico, para a relação “entre” os indivíduos.
2) Defina o que é Psicoterapia Dialógica.
A psicoterapia dialógica é um modo de ser, uma abordagem, atitude ou postura em relação à existência humana em geral, e ao mesmo tempo ao processo de psicoterapia em particular. Na psicoterapia dialógica nunca poderá ocorrer uma afirmação final e total, pois é sempre um processo em andamento, exigindo respostas únicas para situações únicas. É onde acredita-se que a base da existência humana é relacional ou dialógica por natureza, sem deixar de valorizar e acreditar na singularidade de cada indivíduo na relação.
3) Explique a seguinte frase de Hycner (1995): “Uma das tensões mais fundamentais da existência humana é a tensão entre nossa natureza relacional e nossa singularidade.”
Esta frase nos diz que uma das tensões mais fundamentais do homem é o conflito interno que ocorre quando esse homem deve se ocupar e se preocupar com suas necessidades individuais ao mesmo tempo em que tenta equilibrá-las com as ocupações e preocupações com as necessidades geradas pelo processo relacional com o outro. Ou seja, quando é preciso equilibrar a sua necessidade com as necessidades do outro dentro da relação. O equilíbrio entre esses dois pontos é o ideal para uma vida saudável de todos os indivíduos envolvidos na relação.
4) Explique como se dá as duas atitudes primárias que o ser humano pode assumir em relação aos outros.
As duas atitudes primárias do ser humano são: - EU-TU: Refere-se a uma atitude de conexão, de encontro, de valorizar mais a relação com o outro, é estar plenamente presente quanto possível com o outro com pouca finalidade direcionada a si mesma. E esperara-se essa atitude partindo do outro também. - EU-ISSO: Refere-se a uma atitude de separação, separar-se do foco da relação e voltar-se para um propósito, focaliza-se em um objetivo e torna as outras pessoas secundárias neste momento. Ambas são essenciais para um viver saudável que não se classificam em bom ou ruim, pois todo ser humano precisa passar pela atitude EU-ISSO para atingir objetivos, precisa voltar-se para si mesmo.
5) Diferencie o dialógico do momento EU-TU.
O momento EU-TU é apenas um momento ou uma dimensão de uma orientação dialógica rítmica total, que abrange a alternância dos momentos EU-TU e EU-ISSO que ocorre com todos os seres humanos ao longo da vida. No dialógico EU-TU as palavras, as atitudes devem fluir naturalmente no relacionamento, de modo a ser encontrado e não alcançado pela procura. Ele surge através do relacionamento genuíno entre as partes, e não pode ser forçado.
6) Explique o que caracteriza a dialética intrapsíquica.
A dialógica intrapsíquica diz respeito a um tipo de diálogo interno, que ocorre dentro do indivíduo, se referindo a integração entre duas polaridades do próprio ser, ao invés do diálogo entre duas pessoas. A dialética refere-se à atitude EU-ISSO e pode ser observado quando, por exemplo, existe uma tensão na pessoa entre fazer e não fazer algo.
7) A psicologia de base dialógica busca entender a pessoa em sua totalidade, considerando este, o contexto para compreendê-la. De que maneira isto acontece?
O terapeuta busca entender a pessoa em sua totalidade a partir da tentativa de compreender não apenas pela sua queixa ou patologia, mas pelo contexto como um todo, não focando apenas em um determinado aspecto ou suas dimensões: intrapsíquica, interpessoal ou transparente. O terapeuta deverá, para tanto, não priorizar nenhuma questão evidenciada no ato do atendimento, mas manter seu foco no cliente em todas as suas dimensões.
8) Explique e exemplifique:
a) Steward: na abordagem dialógica o terapeuta torna-se o “steward” do dialógico, que seria a tentativa de colocar sua individualidade a serviço do cliente. Nesse contexto é aberta a possibilidade de complementariedade dentro da situação potencialmente dialógica, pois a individualidade por si só mostra-se insuficiente por ser apenas um pólo dentro da alternância rítmica total entre a separação enquanto indivíduo e a relação na perspectiva de inter-humano. Essa relação é estabelecida ao passo que a individualidade fica subordinada a demanda do cliente, que deve ser identificada e a partir daí o terapeuta deverá suspender seus sentidos, experiências e treinamentos a fim de desenvolver uma certa complementariedade em uma polaridade oposta.
Exemplo: O terapeuta poderá, com um cliente extrovertido, focar mais na seriedade, e vice versa. Criando uma tentativa de estabelecer um certo equilíbrio na relação, mostrando sutilmente a necessidade de uma postura mais séria, submetendo assim sua individualidade à serviço do diálogo, mesmo que o perfil do terapeuta também seja extrovertido.
b) Vereda estreita: É o caminho conduzido pelo cliente, no qual o terapeuta coloca-se a disposição pois a condução da relação dialógica fica a cargo da própria pessoa, fazendo com que essa relação seja genuína. O terapeuta transita por uma “vereda estreita” que passa pela objetividade e subjetividade, entendendo que a certeza se encontra naquilo que não foi revelado e não no conhecimento expresso, o que impede que o terapeuta antecipe o diálogo e permite o encontro com o desconhecido a cada nova sessão.
Exemplo: A escuta de um problema
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