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Educação E Aprendizado

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Por:   •  10/10/2014  •  2.079 Palavras (9 Páginas)  •  664 Visualizações

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A EDUCAÇÃO INFANTIL

Conceitos relacionados a Educação Infantil

De acordo com Bujes (1998), educar, está diretamente relacionado a favorecer as condições de aprendizagens que buscam o desenvolvimento infantil a partir de brincadeiras espontâneas e situações pedagógicas orientadas pelos professores.

Cuidar significa atender as necessidades biológicas do corpo, envolvendo, ao mesmo tempo, o aspecto das relações humanas e afetivas, incentivando a criança a identificar suas necessidades e que as atenda de forma apropriada, afim de que conquistem autonomia e independência (BUJES, 1998).

Bujes (1998, p. 13) menciona ainda que:

Ao considerarmos que a educação infantil envolve simultaneamente cuidar e educar, vamos perceber que esta forma de concebê-la, vai ter conseqüências profundas na organização das experiências que ocorrem nas creches e pré-escolas, dado a elas características que vão marcar sua identidade como instituições que são diferentes da família mas também da escola (aquela voltada para as crianças maiores de sete anos).

Breve Histórico da Educação Infantil no Brasil

A Educação Infantil sofreu grandes transformações ao longo dos tempos e, sobretudo, nos últimos anos. O processo de aquisição de uma nova identidade para as instituições que trabalham com crianças foi longo e difícil. Durante esse processo surge uma nova concepção de criança, totalmente diferente da visão tradicional. Se por séculos a criança era vista como um ser sem importância, quase invisível, hoje ela é considerada em todas as suas especificidades, com identidade pessoal e histórica.

Até por volta de 1920, às instituições tinham um caráter filantrópico. Na década de 1930, o Estado começou a buscar incentivo de órgãos provados para que colaborassem com a proteção da infância. Em 1940, surgiu o Departamento Nacional da Criança, administrado pelo Ministério da Saúde, a fim de organizar as atividades dirigidas à infância, maternidade e adolescência. Na década de 1950, surge uma forte tendência médico-higiênica do Departamento Nacional da Criança. Na década de 1960, o Departamento Nacional da Criança transfere algumas de suas responsabilidades para outros setores, permanecendo o caráter médico-assistencialista. Na década de 1970, a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases, n. 5692, de 1971, faz, pela primeira vez, referência a Educação Infantil. Propõe-se o atendimento educacional aos filhos menores de sete anos de mulheres empregadas em empresas particulares. (KRAMER, 1995).

O atendimento institucional à criança pequena no Brasil e no mundo, apresenta ao longo de sua história concepções bastante divergentes sobre sua finalidade social. Grande parte destas instituições nasceu com o objetivo de atender exclusivamente às crianças de baixa renda. O uso de creches e de programas pré-escolares como estratégia para combater a pobreza e resolver problemas ligados à sobrevivência das crianças foi durante muitos anos, justificativa para a existência de atendimentos de baixo custo, com aplicações orçamentárias insuficientes, escassez de recursos materiais; precariedade de instalações; formação insuficiente de seus profissionais e alta proporção de crianças por adulto. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, 1998, p. 17).

Desta forma, percebemos uma concepção educacional profundamente marcada pelo assistencialismo, desconhecendo as características do desenvolvi¬mento infantil, considerando somente a função de “cuidar” das crianças.

A elaboração de propostas educacionais veicula necessariamente concepções de criança, educar, cuidar e aprendizagem, cujos fundamentos devem ser conside-rados de maneira explícita. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, 1998, p.19).

Verifica-se então, a importância da educação infantil, enquanto proposta globalizadora, que abrange a todos os aspectos relacionados às questões voltadas ao desenvolvimento infantil e não somente às necessidades básicas de sobrevivên-cia. Os primeiros anos de vida são extraordinariamente importantes e mesmo fundamentais para um bom desenvolvimento geral do indivíduo. Tanto no aspecto físico, como no mental, no social e no emocional. A criança sofre modificações muito grandes neste curto espaço de tempo. (DROUET, 1990, p.92).

[...] A natureza das escolas infantis corresponde à de instituições educativas, e como tais, a uma necessidade social de educação, mas isto por sua vez implica o reconhecimento do valor pessoal, além de social e da educação. Se não fosse assim a escolarização infantil poderia reduzir-se a um instrumento precoce de condicionamento ou de adestramento social. (PAPARELLA apud CUBERES, 1997, p.161).

Assim, a Educação Infantil de uma perspectiva assistencialista inicial, transforma-se em uma proposta pedagógica aliada ao cuidar, procurando atender a criança de forma integral, onde suas especificidades, tanto psicológica, como emocional, cognitiva ou física, devem ser respeitadas.

Nesta dimensão ressalta-se a importância e o compromisso da educação infantil atendendo às características do espaço em que se situa, abrangendo as necessidades dos educandos, mas sobretudo, preocupando-se com o desenvolvi¬mento da criticidade, da autonomia, além de garantir o acesso aos conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade.

A partir da Constituição de 1988, há a inclusão das pré-escolas na Educação Básica. A nova Lei das Diretrizes e Bases da Educação, n. 9394/96, assim caracteriza a Educação Básica e insere a Educação Infantil nessa etapa da escolarização.

O agir do professor da Educação Infantil

No que tange ao universo da educação infantil o cuidar/educar constitui-se como ações indissociáveis. Na prática a vivência desse binômio em turmas de Educação Infantil compreende proporcionar à criança situações orientadas que a levem a aprender por meio da ação, da observação e da interação social com o meio, tornando possível a construção de sua existência social, afetiva, cognitiva e motora, como assinala Camargo (2005).

Contudo, embora na teoria o processo de desenvolvimento da criança compreenda “educação e cuidado” como processos inseparáveis, contrariamente, a esse entendimento, as representações sobre a prática pedagógica, produzidas por professores têm revelado uma cisão entre esses dois processos. Donde somos levados a inferir que a dicotomia educação/cuidado acaba por assumir uma amplitude ameaçadora e danosa

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