Ensaio Academico Sobre as Variedades Linguisticas Do Brasil
Por: liviaemiliano • 12/3/2023 • Trabalho acadêmico • 908 Palavras (4 Páginas) • 78 Visualizações
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Ensaio Acadêmico sobre as variedades linguísticas no Brasil
Professora: Wladia Fernandes da Rocha
Aluna: Livia Cruz Emiliano
Sobral
2022
Muito se tem discutido sobre as relações entre estigmatização linguística e a mobilidade social. Segundo Mollica (2004, p.13), o preconceito linguístico tem sido um ponto bastante discutido na área, uma vez que ainda a predominância da “práticas pedagógicas assentadas em diretrizes do topo certo/errado”, que ainda tomam como referencia a norma culta da língua. Apesar da língua se modificar de acordo com o tempo, ainda é comum que as pessoas acreditem que ela é imutável, homogênea e que paira sobre os falantes. A linguagem moderna prioriza mais a língua falada do que a escrita, já que todas as sociedades conhecidas possuem a capacidade da comunicação falada mas nem todas possuem a da escrita
Se pararmos para analisar nossa sociedade, podemos observar que a língua escrita pertence à uma pequena parcela da sociedade, já que a população brasileira é constituída por uma grande parcela de analfabetos ou semi-analfabetos. Além da língua falada ser a mais usual, ela é aprendida sem muito esforço, visto que até crianças conseguem se comunicar sem saber as normas da língua padrão, por exemplo. É natural do ser humano, pois estamos em constante contato com outras pessoas.
No entanto, o processo de aprendizado da língua escrita não é natural, é preciso que a pessoa tenha acesso à educação básica, o que é uma luta cada vez mais constante no Brasil, pois o número de analfabetos – apesar de estar reduzindo nos últimos anos- ainda passa dos 11 milhões. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são pessoas de quinze anos para cima que não são capazes de ler e escrever ao menos um bilhete simples.
Quando estamos aprendendo a ler os professores pedem para começarmos a praticar, através de livros, jornais ou qualquer outra forma que possa estimular esse conhecimento. Pelo fato de uma parcela da população brasileira não ter acesso à esse ensino, eles acabam utilizando mais a língua falada do que a escrita. Segundo o pesquisador Gastaldo (apud MORAES,2005), a falta de leitura dificulta o desenvolvimento da expressão escrita, fazendo com que os alunos tenham um vocabulário restrito.
Além disso, o Brasil é um dos maiores países do mundo, tendo uma grande variedade de culturas e também de variedade linguística. O português falado no Brasil tem resultado, também, das diferenças sociais na língua através da história e cultura – por exemplo, o Nordeste se caracteriza pela abertura das vogais pretônicas “e” e “o”, como “mergulho” com uma entonação mais forte na vogal “e”. Assim, conforme a região, encontramos "nós fomos ir embora" em vez de "nós fomos embora" e a banana pode ser "anã", "nanica" ou "d'água". Outra forma de observar a variedade linguística no Brasil é ao compararmos a linguagem de quem mora no campo e quem mora na cidade. As pessoas do meio rural normalmente “atropelam” as letras, como por exemplo “nóis vai” ou invés de “nós vamos”.
Outra forma de observarmos variações linguísticas é através dos grupos etários, os jovens, por exemplo, costumam usar mais gírias e se adequam mais rápidos aos estrangeirismos e neologismos do que os mais velhos, que tendem a ser mais conservadores.
A forma falada do português pode se manifestar de muitas formas diferentes e é importante que estejamos abertos para aprende-las. Muitas vezes algumas variações são estigmatizadas ou ridicularizadas não porque são feias ou incorretas, mas porque a sociedade brasileira é extremamente preconceituosa e associa seu uso a situações e ou grupos sociais de forma discriminatória.
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