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Esquema Sobre Gêneros Textuais Acadêmicos

Por:   •  6/12/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.548 Palavras (7 Páginas)  •  125 Visualizações

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UNOESC - Universidade do Oeste de Santa Catarina

Campus Aproximado de Pinhalzinho

Áreas das Ciências Biológicas e da Saúde

Curso de Psicologia

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Acadêmico jackson

Professora: Taíza Gabriela Crestani Zanatta

Componente Curricular: Teorias da Personalidade

Período: 2º fase        

Filme: Um método perigoso

Diante da atividade proposta, acreditamos ser interessante destacar algumas das cenas dos filmes corroborando com alguns textos e artigos científicos para embasar e complementar o estudo sobre a Teoria da Personalidade, com base a Teoria Psicanalítica de Carl Jung. Assim, passamos a relatar.

Em 17 de agosto de 1904, a personagem Sabina  Spielrein é levada em uma carruagem, gritando  e se debatendo, para a Clínica Psiquiátrica Burg, na Suíça, encaminhada pela família para tratamento com Carl Jung.

A primeira impressão que tivemos ao assistir ao filme, pela primeira vez, foi a de que a “loucura ou histeria” manifestadas por gritos e perda de controle emocional da personagem Sabina era algo consciente, no sentido de que seria uma maneira de obter a atenção do próprio pai, de perceber o amor dele, de se sentir amada, provavelmente.

Sabrina, por ter nascido do sexo feminino, deve ter se sentido rejeitada pela mãe e pelo pai. Então, ela poderia ter introjetado que por ter nascido na condição do gênero feminino, para ser amada por seu pai, apanhar e ser humilhada seria normal ou, até mesmo, questão de “merecimento”.

Atrelado a isso, outro viés que se percebe, num primeiro momento é a de que por ser mulher ela deveria “satisfazer” ou “compensar” o desgosto do pai por ter uma filha (sexo feminino). Essa satisfação surge no disfarce por surras e lhe prestar agradecimento, como beijar a mão dele. Ou seja, submissão ao pai.

O pai dela, pelo que se percebe no filme, desde os 4 anos de idade da menina, passou a submetê-la às suas humilhações físicas e emocionais. De certa maneira, as humilhações e as surras tinham conotação da libido, uma fantasia por parte do pai de Sabrina, que provavelmente por conotações religiosas, da proibição de incesto, morais  e/ou ilegais, não a estuprava. Mas poderia estar satisfazendo sua libido utilizando-se da força e do sofrimento dela, da sensação de poder físico e moral sobre ela. Aqui poderíamos dizer que teria uma formação reativa do pai, ao impedir os pensamentos inaceitáveis da  própria libido, mas que se tornam “aceitáveis” quando passam a ter conotação de “correção, educação e até merecimento”. Ou seja, no papel de pai e autoridade ele poderia/deveria corrigir os maus comportamentos dos filhos e isto não teria nada de imoral ou ilegal.

Se percebe, ainda, que Sabina relata ter levado surras do pai, desde os quatro anos de idade. De certa maneira, existe uma questão de que na vida da personagem Sabina, as surras e as humilhações se repetem ao longo de sua vida. Essa repetição vai ocorrer quando ela tem desejos sadomasoquistas em suas relações sexuais com Jung. Acreditamos que a repetição é também uma forma de resistência, já que o paciente transfere para o campo da ação o que ele não consegue lembrar. A compulsão enquanto uma resistência advêm de um trauma que não foi simbolizado.

Em Sabina, podemos perceber essa referência, no caso da relação que ela tinha com o pai. Por ser muito pequena na época, uma simbolização de forma correta não pôde ser feita, havendo, apenas um aumento traumático de tensão.

Seguindo a linha, é o que escreve  COELHO (2013 ) em casos semelhantes:

 (...) Nos dois casos a fantasia de espancamento deriva de uma ligação incestuosa com o pai” (FREUD, 1919). Nos dois casos, tão distintos como os gêneros que constitui - o menino e sua sexualidade vinculada à feminilidade, logo à passividade (como quis a tinta aqui ‘misógina’ de Freud); a menina e sua sexualidade viril, vinculada à atividade -; para estas sexualidades tão diferentes, mas expressas, igualmente, em fantasmas de punição, o psicanalista quererá encontrar o mesmo fundo: o pai como primeiro o objeto de amor. O pai tornado na fantasia o carrasco: travestido de indivíduo adulto ou de professor, para elas, e com vestes de mulher, chicotes e peles, para eles.

Relata a autora que  “(...) casos analisados por Freud em Bate-se em uma criança, descrevendo os processos de constituição da fantasia masoquista nas cinco meninas por ele analisadas, e em seu único caso masculino. Nelas quanto neles, bater significa amar. A origem desta mistura? O ciúme (COELHO, 2013).

E completa (COELHO, 2013) explicando que:

(...) A menina ama o pai; o pai não pode amar outras pessoas, mãe e irmãos, como ela. Ela odeia estes outros, viveria esta pulsão sádica caso o recalque, força de origem social, não a impedisse. Solução encontrada pelo psiquismo: a agressividade que força vias para escoar-se encontra o eu. Sou batida, ela formularia. Alguém bate em mim, a menina formularia, caso não intervisse um novo recalque: recalque não apenas do sadismo que ela dirigiria ao mundo exterior, agora retornado contra si, mas do objeto sobre o qual incidira esta agressividade retornada: aquele em quem se bate eu desconheço; é uma criança qualquer (...).

Acreditamos que assim, a histeria ou a própria “loucura” de Sabina advenha dessa descrição feita pela autora. Sabina, com o auxílio de Jung, vai se tornando consciente de algumas situações. Algumas, se repetem ao longo da vida. Outras, ela vai redirecionando suas forças para estudar e ser psicanalista.

Passadas estas primeiras impressões, o filme prossegue e percebe-se que Jung cita a questão da coincidência ou sincronicidade, quando relata à sua esposa ter redigido um artigo em que constava  o mesmo nome da sua nova paciente. Para Jung, a sincronicidade é caracterizada como uma coincidência no tempo de dois ou mais eventos causalmente desvinculados, que tem o mesmo significado ou significado semelhante (RICELLI, 2014).

Tema que foi abordado no filme, o teste de associação de palavras feito por Jung, com a utilização do psicogalvanômetro, em que o silêncio, a demora nas respostas dos pacientes ou reações físicas eram motivo de curiosidade e demandavam maiores questionamentos ao paciente.

No filme, ficam bem evidentes as questões de sonhos e símbolos.  Jung fica atento e questiona Sabrina sobre cada detalhe dos seus sonhos.   Os símbolos são produzidos pelo inconsciente, e os sonhos são sua via régia. Segundo Jung, os sonhos são orientados para uma meta, contendo um sentido e uma finalidade. Mediante os sonhos, o inconsciente compensa a consciência, visando o restabelecimento de um equilíbrio psíquico eventualmente perdido (HAUBERT, VIEIRA, 2014)

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