FICHAMENTO ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
Por: Eli Oliveira • 21/2/2020 • Resenha • 1.571 Palavras (7 Páginas) • 282 Visualizações
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA I[pic 1][pic 2][pic 3][pic 4] | |
Disciplina: Teorias e Técnicas Psicoterápicas I - Base Psicanalítica | |
Prof.ª Msc. Giovana Tomé Furquim | 7º Período – Noturno – 2020 |
Aluno: Elisson Felipe de Oliveira |
FICHAMENTO
ZIMERMAN, D.E.Como Agem as Terapias Analíticas? In. Manual de técnica psicanalítica: uma revisão. Porto Alegre: Artmed, 2008.p 43-54.
ALGUNS QUESTIONAMENTOS
Quais fatores determinam a meta de qualquer terapia analítica?
A obtenção de verdadeiras mudanças no psiquismo, logo, na conduta do paciente. Até pouco tempo atrás, a resposta era mais simples, e fundamentava-se nos efeitos das interpretações do analista, dirigidas ao inconsciente do paciente, levando à obtenção de insights, os quais, passando por um processo continuado de elaborações, conduziriam à cura analítica. (p.43)
Na atualidade, porém, sabemos que muitos outros fatores possam intervir no processo de aquisição de mudanças psíquicas, as coisas não são mais tão simples. (p.43)
BREVE HISTÓRICO
Na época de Freud, o tratamento psicanalítico era de breve duração, consistindo basicamente na remoção de sintomas inerentes a determinadas patologias clínicas. A técnica empregada para acessar o inconsciente do paciente fundamentava-se no emprego da “regra da livre associação de idéias”, especialmente, na “interpretação dos sonhos”, considerada “a via régia do inconsciente”. (p.43)
Suas recomendações técnicas podem ser sintetizadas nos seguintes quatro lemas, específicos de cada uma de suas quatro grandes teorias concernentes ao psiquismo: (p.43)
1. “Teoria do Trauma”, partindo de sua concepção de que “as histéricas sofrem de reminiscências que estão recalcadas”, o lema analítico era: “aquilo que estiver esquecido, lembrado deve ficar”.
2. “Teoria Topográfica”, o Consciente, o Pré-Consciente e o Inconsciente –, cujo lema passou a ser: “o que estiver no inconsciente, no consciente deve ficar”.
3. “Teoria Estrutural”, com o lema analítico: “onde estiver o Id (e o superego), o Ego deve estar”. (p.44)
4. Concepção do “narcisismo”, de maneira que o lema pode ser este: “onde estiver Narciso (díade), Édipo (triângulo) deve ficar”. (p.44)
Nesse sentido, para Freud, o principal – talvez o único – instrumento técnico consistia no uso da interpretação, principalmente dos simbolismos contidos nos sonhos e dos conflitos que se reproduziam na “neurose de transferência”. (p.44)
A psicanálise deu um salto de qualidade com Wilhelm Reich (1933), que além do objetivo de remoção de sintomas, preconizou condutas técnicas, pelas quais o analista poderia modificar a “couraça caracterológica” dos pacientes. (p.44)
Com Klein, a psicanálise adquiriu novas concepções metapsicológicas, como, as da existência de mecanismos defensivos do ego; uma valoração das inatas e permanentes relações objetais; a atribuição de uma especial importância à existência das arcaicas fantasias inconscientes; e, igualmente, o fenômeno psíquico que M. Klein denominou Posições (as “esquizoparanóides” eas “depressivas”).Tais descobertas permitiram um aprofundado conhecimento do desenvolvimento emocional primitivo. Essas chaves abriram portas ao tratamento de para pacientes psicóticos,crianças e os seriamente regredidos, em geral. (p.44)
A escola kleiniana preconizou um emprego sistemático da interpretação no “aqui-agora-comigo, como lá e então” na transferência com o analista, com uma tendência de relacionar a interpretação em termos de objetos parciais e primitivos.(p.44)
O enfoque kleiniano incidia de forma enfática no tripé da “agressão” real ou fantasiada, seguida de inevitáveis “culpas” persecutórias ou depressivas, com a necessidade de o paciente atingir a posição depressiva, que o permitiria adquirir um sentimento de “gratidão” e vir a fazer “reparações verdadeiras”. (p.44)
Podemos perceber que até há pouco tempo a crença vigente era a de que a terapia psicanalítica agia por interpretações do analista, centradas na neurose de transferência do paciente, com uma gradativa valoração da contratransferência, de modo que predominava no setting analítico a ligação de duas pessoas: ado analisando, deitado no divã, cuja função eratrazer o seu “material”; e a do analista, comodamente sentado em sua poltrona, cujo papelera da pessoa sadia, que deveria saber interpretar. (p.44)
Aos poucos, alguns autores (principalmente Baranger e Bion) foram propondo a relevância da noção de “campo analítico”, ou seja, a de uma recíproca e permanente interação entre paciente e analista.(p.45)
Bion, relativas ao seu paradigma técnico, que podemos denominar “vincular-dialético”: “vincular” porque em toda relação humana sempre estão presentes, os vínculos de amor, ódio e conhecimento, enquanto o termo “dialético” alude ao ato de que, continuadamente, os integrantes do par analítico estão em uma permanente interação dialética, ou seja, à tese do paciente, o analista propõe uma antítese; a síntese do tripé dialético é representada pela aquisição do insight.(p.45)
Cabe enfatizar, como uma decorrência do que está sendo dito, que a psicanálise moderna está fundamentalmente baseada no exercício da dúvida permanente, atitude essa que se opõe àquela de que tanto o paciente como o analista abriguem-se em um saber congelado.Assim, o constante perguntar-se é considerado um forte aliado do processo analítico.(p.45)
BENEFÍCIO TERAPÊUTICO E RESULTADO ANALÍTICO
Quais objetivos o analista e o paciente pretendem; qual é a “teoria de cura” de cada um deles. Alguns detalhes de manejo técnico modificam-se no caso de a pretensão ficar restrita à obtenção de “benefícios terapêuticos”, perfeitamente válidos e importantes, considerando que eles promovem a resolução de crises agudas, esbatimento de sintomas, uma melhor adaptação familiar e social, porém os resultados podem ser instáveis, sujeito a possíveis recidivas.(p.45)
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