FREDERICK S. PERLS E A GESTALT-TERAPIA
Por: andry9553 • 20/10/2016 • Trabalho acadêmico • 1.448 Palavras (6 Páginas) • 1.374 Visualizações
FREDERICK S. PERLS E A GESTALT-TERAPIA
FREDERICK S. PERLS E A GESTALT-TERAPIA
Palavras-chaves: Psicanalise-Psicoterapia-Gestalt-terapia.
Síntese:
Frederick S. Perls nasceu em Berlim, Alemanha, no ano de 1893. Era filho de pais judeus e vivia num ambiente familiar pouco estruturado, no qual sua mãe era agredida por seu pai. A relação com sua mãe também não era boa, pois a mesma o agredia fisicamente. Perls se achava a ovelha negra da família. Perdeu 2 anos de escola em reprovações pelas quais foi expulso da mesma. Anos depois se formou como médico e logo depois se especializou em psiquiatria. Serviu como médico na Primeira Guerra Mundial no exército alemão. Em 1927 mudou-se para Viena e começou seu treinamento em psicanalise foi analisado por Wilhelm Reich. Voltou para Alemanha em 1936para apresentar um trabalho no Congresso Psicanalítico e encontrar-se com Freud, o que acabou sendo uma grande decepção para Perls, durou aproximadamente quatro minutos e não ofereceu nenhuma oportunidade para explorar as ideias de Freud. Em 1952, fundou o Instituto Nova-iorquino de Gestalt-terapia. Passou a ser conhecido como expoente de uma filosofia e um método de psicoterapia nova. Faleceu em 1970 na ilha de Vancouver, o local da primeira comunidade gestáltica terapêutica.
Uma boa parte do trabalho de Perls foi dedicado ao desenvolvimento do que considerava uma extensão do trabalho de Freud, Perls julgava sua ideias como uma revisão do trabalho de Freud, como uma revisão da psicanálise de acordo com a interpretação de muitos da segunda geração psicanalítica. Perls sentia que o trabalho de Freud era limitado pela falta de ênfase, na qual individuo e meio são partes de um dos elementos de expressão do organismo, na qual o indivíduo e meio são partes de um único campo em constante interação. Perls, após muitos anos, rompeu com o movimento psicanalítico por discordar de vários aspectos pregados por Freud. Se contrapôs, por exemplo, no sentido de que, para ele, Freud desconsiderava a visão holística do homem. Ainda, Perls acreditava que o material óbvio era o elemento crucial para a compreensão e trabalho do conflito intrapsíquico mais que o material profundamente reprimido. Dava ênfase também ao exame da pessoa no presente mais do que a investigações sobre o seu passado. Ou seja, o como a pessoa se comporta no momento é mais importante que o porque ela se comporta assim. Os instintos e libido de Freud foram substituídos por miríades de necessidades que surgem quando o equilíbrio do organismo é perturbado, sendo então o propósito da Gestalt a análise do todo, da soma das interações e interdependências das partes, uma vez que a análise das partes nunca pode proporcionar uma compreensão do todo. Em 1940, a teoria Gestalt já tinha sido aplicada em muitas aeras da Psicologia, foi por uma grande parte ignorada no exame da estrutura da personalidade e do crescimento pessoal.
Perls descreveu a Gestalt-terapia como uma terapia existencial, baseada na filosofia existencial e utilizando princípios considerados existencialistas e fenomenológicos. Embora a Gestalt-terapia não se tenha desenvolvido diretamente a partir de antecedentes fenomenológicos e existenciais particulares, vários aspectos do trabalho de Perls equiparam-se àqueles desenvolvidos em muitas escolas do existencialismo e fenomenologia. A influência destas escolas foi difusa, porém substancial. A mente ou consciência é entendida como intenção e não pode ser compreendida à parte do que é pensado ou pretendido. Os sentidos dos atos psíquicos ou intenções devem ser alcançados em seus próprios termos, fenomenologicamente, e em termos de sua própria intenção particular. Assim, a crítica existencialista da noção freudiana de instintos é a mesma de Perls, e a libido constitui um ato psíquico, nem mais básico nem mais universal que qualquer outro. Todo ato psíquico é intenção, e toda intenção deve ser compreendida em seus próprios termos, e não em termos de um ato psíquico mais básico. O método fenomenológico de compreender através da descrição é básico no pensamento de Perls. Todas as ações implicam escolha, todos os critérios, de escolha são eles próprios selecionados e explanações causais não são suficientes para justificar as escolhas ou ações de alguém. Além disso, a confiança fenomenológica na intuição para o conhecimento das essências assemelha-se à confiança de Perls naquilo que ele chama de inteligência ou sabedoria natural do organismo.
Principais Conceitos.
A Gestalt-Terapia pode ser considerada uma terapia da relação, no sentido em que olha para o homem a partir da interação do organismo e seu meio (campo organismo-meio). Essa relação organismo-meio é vista como um processo contínuo de surgimento de figuras motivacionais, mobilizando o organismo como um todo. Estas figuras motivacionais são as necessidades dominantes naquele momento a fim de serem satisfeitas para voltarem ao equilíbrio. Acreditamos na sabedoria inata ao organismo, através da qual ele busca a homeostase, a sua auto-regulação. Como a todo o momento nossa vida é uma alternância entre equilíbrio e desequilíbrio, o processo homeostático está acontecendo conjuntamente. Se isto não acontecer, o equilíbrio se perde, e o indivíduo se torna doente. Deste modo, nossa vida é um constante abrir e fechar gestalt, sendo que o modo como elejo minha necessidade, como delimito-a e como busco seu fechamento são decisivos para minha saúde, e é através do contato com o meu modo de interagir com o meio que vai me possibilitar fluir pelo processo de formação e destruição de Gestalt . Estar presente na sua figura dominante do momento é estar sendo autêntico consigo mesmo. E é essa autenticidade consigo que pode possibilitar uma vida mais saudável na relação com o meio.
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