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O Olhar na Gestalt Terapia

Por:   •  17/1/2017  •  Trabalho acadêmico  •  955 Palavras (4 Páginas)  •  724 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Em sua obra O Ciclo do Contato, Ponciano (2007) define contato como sendo um encontro pleno, de mudança, de vida.

Contato possui um significado especial para o gestalt-terapeuta, uma vez que a Gestalt está centrada no conceito de contato e na natureza das relações de contato da pessoa consigo e com o mundo exterior. O contato é, portanto, a matéria-prima da relação psicoterapêutica e define a qualidade de todo o processo.

Tudo na natureza é contato e sem ele, tudo perde o sentido.

Para Perls, Hefferline e Goodman (apud CARDELLA 2002), contatar é todo tipo de relação viva que se dê na fronteira, na interação entre o organismo e o ambiente.

Para Polster e Polster (2001) o contato é incompatível com a não mudança; o indivíduo não precisa tentar mudar por meio do contato, a mudança simplesmente acontece.

O universo do contato é o da totalidade, por isso é que a psicoterapia, como função do contato, ocorre somente quando se faz a totalidade.

Temos então que, totalidade, consciência e contato formam o tripé da mudança. Trata-se de uma força mobilizadora, síntese harmoniosa das diferenças, fruto da relação de diferença eu-mundo e eu-no-mundo.

O contato pleno acontece quando as funções sensitivas, motoras e cognitivas se unem, num dinâmico movimento dentro-fora-dentro, para, por meio de uma consciência emocionada, proporcionar no sujeito bem-estar, uma escolha, uma opção real por si mesmo (Ponciano, 1997).

Pouco tempo, entretanto, temos despendido para realmente, contatar.

Contatamos com o que nos é interessante em determinado momento, o que podemos chamar de contato evidencial. A partir do contato evidencial, tornamos a vida prática: olhamos para quê ou por quê. Embora possamos estar bem equipados para o contato evidencial, estamos cegos ao contato por si mesmo, isto é, em ver por ver, já que em nossa sociedade não há espaço para este contato sem um propósito específico. Não há tempo para isso. Porém, a falta de contato por si mesmo pode interferir no contato evidencial.

- Olhar: Essa função evidencial é crucial para nossa existência. Um homem que é cego é deficiente não só porque não conhecerá a vivacidade das experiências visuais, mas também porque torna bastante difícil fazer muitas coisas sem a ajuda ou feedback visual.

Todas as funções precisam existir por si mesmas, além de servir a propósitos meramente práticos. Assim, aqueles que sentem prazer em ver têm maior probabilidade de ser mais alertas e sensíveis também quando se trata de ver evidencialmente (Polster e Polster, 2001, p. 144).

Polster e Polster assinalam, por outro lado, que nem sempre ver é fonte de prazer puro. InvariaMuitas vezes os sentimentos que acompanham o ver, por exemplo, podem ser insuportáveis, caso a pessoa não possa assimilar aquilo que ela está vendo. É exatamente neste momento que podem aparecer as disfunções de contato: olho, mas não vejo; escuto, mas não ouço; falo e não percebo, entre outros.

Uma das formas de cegueira de contato é o que Polster e Polster chamaram de ‘visão de túnel’, onde conseguimos ver somente aquilo que está diretamente à sua frente. Aqui podemos lembrar a relação figura-fundo: olhar ao redor (fundo) é fundamental para a compreensão daquilo que está à frente (figura).

Uma canção de beber

VINHO entra pela boca

E o amor entra pelos olhos;

Isto é tudo que devemos saber ao certo

Antes de ficarmos velhos e morrermos.

Levantei o

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