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Falando sobre o recalcamento da imagem corporal

Por:   •  14/11/2022  •  Trabalho acadêmico  •  386 Palavras (2 Páginas)  •  90 Visualizações

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Falando sobre o recalcamento da imagem corporal

 O recém-nascido não distingue os limites de seu próprio corpo; então as sensações internas e externas se confundem.

Progressivamente, ele vai definindo a imagem do seu corpo, o seu interior, o que é parte dele e o que pertence ao mundo externo, construindo sua imagem corporal.

E nesta construção progressiva, seu EU vai sendo formado no desenvolvimento em que implica dois opostos: ele próprio e o outro.

Quando vivenciada a experiência do espelho, acontece uma castração, porque a imagem que tínhamos de nós não é insuficiente para explicar aos outros e até a nós mesmos o que somos.

Ou seja, a visão que a criança tem de sua imagem refletida no espelho rompe com a ideia que fazia de si mesma, trazendo um conflito entre a realidade da imagem visual percebida e a realidade da imagem corporal já formada. A partir desse momento, ocorre o recalcamento de sua imagem, que passa a ser definitivamente imagem inconsciente do corpo.

A partir daí, satisfatoriamente a criança aos poucos adere a sua representação a imagem visual, fazendo com que a prova do espelho seja primordial para que ela crie essa autonomia, rejeitando a imagem que garantia a continuidade de seu ser, e que agora é incompatível com essa representação visual de si.

A imagem do corpo não é rejeitada nem perdida, mas radicalmente recalcada, ficando definitivamente inconsciente.

Sendo essas imagens inconscientes não visíveis e sem contorno, o texto traz que quando Françoise Dolto trabalhava com as crianças utilizando o desenho ou a modelagem, não via diretamente nisso imagens do corpo, mas representações codificadas nela, ou seja, assim como imagens corporais são criadas na relação com alguém, essas representações se tinham através da relação com ela, isto é, na transferência.

Ela dizia que essas imagens havendo se tornado inconscientes, nos escapa, porém, quando está em perigo por algum motivo desconhecido, ela se revela através do corpo, através de metáforas.

Por exemplo, uma metáfora de linguagem pode substituir uma corporificada, em vez de as costas enrijecerem dizemos que “estamos sobrecarregados”, ou ao contrário quando uma metáfora linguística pode libertar o corpo de sua invalidação, quando Dolto diz a criança “Você pode pegá-la com sua boca de mão?” devolvendo à mão a função dela, uma função que ela havia perdido, ao perder seu vínculo com a zona erógena oral.

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