Fenõmeno

E assim ela se deu conta de que somos ser-para-morte, a partir deste momento, passou a viver a temporalidade extática, aquela que não nos permite viver de forma programada, nos possibilita ter escolhas, e plena ciência de que o passado e o presente afetam o futuro, e este êxtase do futuro é mais importante. A partir deste momento ela começa a levar uma vida própria e assim podendo resignificar sua vida, com novas experiências.

O Dasein como o único ser consciente de sua finitude, de que é um ser mortal (ser-para-morte), desenvolve dois sentimentos inerentes: A culpa e a angústia.

A culpa é pelo fato de ser responsável pelos fracassos resultados das escolhas, das decisões tomadas durante a vida. E a angústia, é a crise existencial, as inquietações que geram as reflexões de mudança. A angústia é o grito da esperança. E foi que aconteceu com Ann, mesmo diante de uma realidade que iria abreviar sua vida, ela buscou equilíbrio para executar e realizar seus desejos, mas com o cuidado de não prejudicar sua família e conforta-los o máximo que pudesse, mesmo depois de sua morte.

Através do poder-ser ela percebeu a liberdade que possuía para ser ela mesma, se apropriando daquilo que lhe daria identidade. Como o desejo de mudar o cabelo e as unhas. Mas ao mesmo tempo tendo a liberdade de deixar de desejar. Se abrindo para um novo relacionamento que fugia de seus planos ou propósitos. Lançando-se talvez mais como uma aventura dentro de sua privacidade, provando de outros sentimentos e sensações. Extraindo da vida novas experiências.

Dá novo sentido aos seus sentimentos, abrindo mão de suas indiferenças, se interessa em compreender a sua mãe e visitar seu pai na prisão, e com isso vai eliminando algumas pendências e resolvendo conflitos na vida.