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Fichamento sobre o artigo: O jogo do nome nas subjetividades travestis

Por:   •  12/5/2018  •  Artigo  •  876 Palavras (4 Páginas)  •  350 Visualizações

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FICHAMENTO

Fichamento sobre o artigo: O jogo do nome nas subjetividades travestis (Caio César Souza Camargo Próchno; Rita Martins Godoy Rocha)

        O artigo é iniciado com um trecho do poema de Carlos Drummond de Andrade, que discute um pouco sobre a importância do nome para o indivíduo. Em seguida os autores discutem sobre importância do nome para o individuo e para a sociedade como um todo. Nome é aquilo que nos da identidade, é como o mundo se comunica conosco, o nome é nossa marca e além da importância subjetiva há também a questão social, pois a partir do nosso nome podemos ser identificados e cadastrados perante o sistema social. E é um direito nosso como cidadão.

        O nome já é pensado muitas vezes antes do bebê nascer, e a diferenciação e a imposição de identidade já começam desde então, se o sexo for masculino os pais então escolhem nome de menino, em caso de sexo feminino então os pais escolhem um nome de menina. Ou seja, antes mesmo de nascer a criança já está definida, tudo por uma escolha dos pais que levaram em consideração o órgão sexual da criança. Mas não podemos dizer que os pais são culpados, afinal, infelizmente já é algo imposto pela sociedade.

        Porém, assim como temos o direito de ter um nome, também temos o direito de ser quem quisermos, o direito de usufruir de nossa subjetividade, de sermos diferentes, de sermos um eterno processo de metamorfose.

        Os autores também discutem um pouco sobre a diferença entre sexo e gênero. Sendo o sexo, representado por feminino ou masculino, levando como base as diferenças físicas, e já o gênero sobre o entendimento que uma pessoa, uma sociedade, cultura e etc., tem sobre o corpo.

        Para a construção do artigo, os autores acharam interessante usar como referência as travestis e essa questão do jogo de nomes. De uma maneira geral, as travestis, não fazem e nem querem cirurgia para mudança de sexo, elas preferem continuar com a genitália feminina e adotar uma personalidade feminina, ou seja, um mar aberto de opções e ambiguidade.

        E nesse caso, o que chama a atenção dos autores para a construção do artigo é a questão do nome, ou seja, como permanecer um “nome visto como masculino, em um corpo montado feminino” e em uma personalidade feminina?

        É muito comum as travestis adotarem um nome social feminino, porém muitas vezes são impostas a apresentarem seu nome civil, por exemplo, no momento de uma abertura de conta em um banco. Esse momento é desconfortável, segundo relatos colhidos, isso porque elas são obrigadas a entrarem em contato com o “outro eu” aquele que está escondido, que muitas vezes não é lembrado e que parece não caber mais naquele corpo.

        Infelizmente conseguir mudar o nome para um nome feminino é complicado, e no caso das travestis esse processo é muito pior, quase impossível, visto que não é acompanhado de um processo de cirurgia de transgenitalização, que é o que ocorre com transexuais.

        Ou seja, é como se o fato de não fazer a cirurgia de mudança de sexo, representasse que o fato de escolher ser travesti é escolher permanecer na dúvida, que a qualquer momento a travesti mude de ideia e decida ser heterossexual. O que é triste, porque mais uma vez a justiça, a sociedade quer saber mais de você do que você mesmo e não respeita suas escolhas, subjetividades e etc.

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