Fichamentos Percurso Suicida: observação e análise
Por: biiancaleal • 21/5/2019 • Trabalho acadêmico • 629 Palavras (3 Páginas) • 179 Visualizações
MARQUETTI, Fernanda C. MILEK, Glenda. Percurso Suicida: observação e análise
de alterações no cotidiano do indivíduo com tentativas de suicídio. In: Rev. Ter.
Ocup. USP. v.25, n. 1, jan./abr., 2014. p.18-26. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/rto/article/download/64664/87286.>, Acesso em: 12 mar.
2018.
Este artigo objetivou conhecer as transformações do dia a dia do individuo um
mês antes dele tentar suicídio. Para que este estudo de Marquetti e Milek (2014)
fosse possível, utilizaram o método exploratório-descritivo para entrevistar 8
indivíduos que tentaram suicídio dos 38 casos registrados no município de
Santos/SP, no período de janeiro de 2008 a junho de 2009.
Os dados coletados através de entrevista semiestruturada foram analisados
de forma qualitativa, permitindo uma maior compreensão do fenômeno proposto. A
partir dessa análise, os autores construíram um mapa de risco de suicídio,
elencando as variáveis das alterações no cotidiano desses indivíduos,
demonstrando que muitas vezes é possível perceber essas alterações de
comportamento e oferecer ajuda aos pedidos velados de socorro dos que passam
pela ideação suicida.
Marquetti e Milek (2014) constroem esse mapa de risco de suicídio baseados
não na impulsividade do individuo em sofrimento psíquico intenso, que toma de
súbito uma decisão de findar a vida, mas sim, focam o estudo na questão do
planejamento do ato. Segundo os autores, esse estudo contribuirá para que essa
questão do suicídio deixe de ser um tabu na sociedade, algo que se evita falar e
discutir soluções para diminuir os índices, mas sim, se torne corriqueiro saber dos
comportamentos diferentes dos indivíduos que planejam o suicídio e que, de certa
forma, suas atitudes discrepantes dos dias anteriores passem a ser vistas, deixando
de ser invisíveis aos olhos dos familiares.
A identificação da variação nas atividades cotidianas do suicida pode ser
usada como instrumento preventivo para o ato, permitindo, dessa forma, que
profissionais de saúde e pessoas próximas ao indivíduo ofereçam, antecipadamente,
a assistência necessária para as situações de vulnerabilidade, desenvolvendo
estratégias mais eficazes para a prevenção do suicídio.
Os autores utilizaram, entre outros referenciais teóricos, um estudo que
revelou que a maioria dos que tentaram suicídio escreveram bilhetes, deram pistas à
família, mas estes não reconheceram os sinais de alerta. Outro estudo analisou os
bilhetes deixados por suicidas, demonstrando a importância da comunicação que
tentaram ter antes da concretização do ato. A invisibilidade dos indivíduos em
sofrimento psíquico intenso e a dificuldade em se perceber certos sinais
preocupantes é algo a ser discutido em nossa sociedade, mobilizando familiares,
equipes de saúde e a população em geral,
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