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História social da criança e da família

Por:   •  30/9/2016  •  Resenha  •  3.106 Palavras (13 Páginas)  •  907 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS

CURSO DE PSICOLOGIA

RESENHA

Disciplina:Psicologia do Desenvolvimento.

Professora:Helenita Ferrari.

Acadêmica: Maiara Zanella

Passo Fundo,Junho de 2012

Introdução

                                 O livro Historia Social da Criança e da Família, publicado em 1978 pela LTC,  Philippe Ariés, nos permite ter contato com a historia da criança, demonstrando o quanto insignificante ela era, não possuindo espaço nem dentro de sua própria família, muito menos na sociedade daquela época que historicamente era a Idade Média, a intenção da infância acontece nos séculos XVII e XVIII, assim demonstrando um novo papel para a criança que é definido como um período frágil. As escolas começam a ganhar espaço, designando o lugar da criança. Com a educação as crianças passam a ser separadas dos adultos tendo vestimentas diferentes, passam a ter a ‘’sua infância’’ e não mais a dos adultos como antes. A criança deixou de ser misturada aos adultos e apreender a vida diretamente através do contato com eles, passou a ser escolarizada. As famílias passaram a ter sentimentos valorizando a criança tornando-se impossível de perdê-la ou substituí-la sem dor.

RESENHA

Historia Social da Criança e da Família

Maiara Zanella[1]

                                                A família tornou-se o lugar de afeição necessária entre os cônjuges, entre pais e os filhos algo que não era como antes, essa afeição exprimiu, sobretudo através da importância que passou a atribuir a educação. Os pais passam a interessar-se pelos estudos dos filhos e os acompanhavam com uma solicitude atual. A família começou a dar mais importância a Criança, que saiu de seu antigo anonimato tornando-se impossível de perdê-la ou substituí-la sem dor, ela não pode ser reproduzida muitas vezes tornando-se necessário limitar seu número para melhor cuidá-la. As conseqüências foram à polarização da vida social em torna da família e profissão e ao desaparecimento da antiga sociabilidade. Porém para isso acontecer é necessárias inúmeras reformas tanto no caráter familiar quando social. Ambos representados em linhas gerais no decorrer do texto.        
         A precisão que temos em relação a nossa idade e aos acontecimentos espantariam um homem do século XVI ou XVII, época na qual a identidade civil não tinha peso e a importância existentes hoje. ʻʻPorém, o nome não já não era suficiente para a caracterização individual, então foi necessário anexar um sobrenome para servir como referencia de lugar ou tradição de família’’ (p.30).Outro costume comum foi gravar nas mobílias, talheres,copos e demais objetos inicias de seus donos. As idades da vida foram acompanhadas com temas populares como signos do zodíaco e as quatro estações que correspondiam as etapas biológicas bem delimitadas e servirem de referência para indicar atividades, tipos físicos, funções e modos de vestir dos indivíduos. Primeiro vinha a idade dos brinquedos, depois da escola, do amor ou  dos esportes, da guerra e da cavalaria, finalmente as sedentárias dos homens da lei, da ciência ou do estudo. Até o século XVII a infância era confundida com a adolescência a figura do velho era desprezada pelo recolhimento, devoção e caduquice.                                                      Abordando os aspectos da imagem a criança na mente da sociedade dos séculos X a XIX, ʻʻa infância era apenas uma fase sem importância, que não fazia sentido fixar na lembrança’’(p.38).

                                     As crianças estão misturadas com os adultos, tudo o que era feito naquela época reunia criança e adulto. ‘’A criança era tão insignificante tal mal entrava na vida, que não se temia que após a morte ela voltasse para importunar os vivos’’(p.57). O sentimento de indiferença com relação à infância absolutamente natural nas condições da época principalmente relacionadas a morte demonstrava bastante esse descaso, crianças mortas muito cedo e enterradas em qualquer lugar.                                                  

                                       No século XI mostra a deformação que o artista impunha aos corpos das crianças o fato de eles serem vistas como adultos. Porem a imagem do anjo adolescente aproximou-se da concepção de criança do sentimento moderno. As crianças pintadas com suas características morfológicas eram representadas nas funerárias dos professores, e não dos pais ou delas próprias. Nessa época os Puttos eram muito comuns, representados por crianças nuas. A descoberta da infância começou no século XIII e sua evolução é acompanhada na historia da arte, porém nos sinais de seu desenvolvimento tornaram-se significativos a partir do fim do século XVI durante o XVII.
         Na Idade Média as crianças eram vestidas como adultos, mais tarde no século XVII começaram a ter roupas próprias distinguindo dos adultos. Usavam-se vestidos tanto para meninas quanto para meninos, porém diferenciados, os abotoados na frente indicavam referencia religiosa das crianças. Diziam que as tiras dos vestidos das crianças serviam para ajudar a andar. ʻʻNa Itália havia o colante, diferente da França e da Alemanha, pois a moda não foi bem aceita e continuaram a usar os trajes longos’’ (p.76). Quando os meninos passaram a freqüentar as escolas no final do século XVI, uniformes baseados em uniformes de marinheiros foram adquiridos, assim graças ás calças compridas do povo e dos marinheiros, os meninos se libertaram tanto dos vestidos compridos, como das calças justas’’ (p.81)

                                            ‘’Quanto as brincadeiras relata-se a precocidade da musica e da dança na educação dos meninos’’ (p.83). A idade dos sete anos marcava uma etapa importante, era a idade geralmente fixada pela leitura moralista e pedagógica do século XVII para a criança entrar na escola ou começar a trabalhar. A  igreja, condenava as praticas de jogos de azar e outros jogos procurando preservar e tentando reparar a moralidade das crianças que antes não existia.Além do jogo, a dança também sofreu criticas da igreja.Porem com o tempo a brincadeira libertou-se do simbolismo religioso e perdeu seu caráter comunitário, tornando-se profana e individual. Ariés descreve algumas passagens de um relato sobre a educação de Luiz XIII, no século XVII,fala sobre as surras que o menino levava suas danças e cantorias com os adultos. Além da igreja outros grupos de leigos rigorosos e dominados pela lei se empenhavam para conter a massa selvagem para civilizá-la.     Mas há influencia de alguns humanistas do renascimento admitindo-se a importância dos jogos, assim os jogos foram separados em modalidades, como jogos de azar, por classes sociais com isso havia jogos para os nobres e os plebeus e também separados por idade como crianças,jovens e adultos.

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