Humanismo
Artigo: Humanismo. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: Gilmara33 • 28/8/2013 • Artigo • 1.900 Palavras (8 Páginas) • 743 Visualizações
Humanismo
A psicologia humanista é um ramo da psicologia em geral, e da psicoterapia em particular, considerada como a terceira via, ao lado da psicanálise e da terapia comportamental. A psicologia humanista surgiu como uma reação ao determinismo dominante nas outras práticas psicoterapêuticas, ensinando que o ser humano possui em si uma força de autorrealização, que conduz o indivíduo ao desenvolvimento de uma personalidade criativa e saudável. Essa força inerente a todo ser humano é muitas vezes, no entanto, impedida por fatores externos de se desenvolver plenamente. A psicologia humanista busca, assim, uma humanização da psique, considerando o homem como um processo em construção, detentor de liberdade e poder de escolha. Conforme a história DeCarvalho (1990), surgiu, com esse título, no final da década de 50 e início nos anos 60. Foi, sobretudo graças ao trabalho de dois homens, Abraham Maslow e Anthony Sutich, que o Movimento Humanista pode ser articulado, organizado e institucionalmente fundado como a Terceira Força da Psicologia, como uma reação às idéias psicológicas pré-existentes - o behaviorismo e a psicanálise - embora não quisesse revisá-las ou adaptá-las, mas dar uma nova contribuição à psicologia. As críticas ao comportamentalismo giravam em torno de sua abordagem estreita, artificial e estéril da natureza humana, que reduzia o homem às máquinas e animais propensos ao condicionamento. A divergência à psicanálise se mostrava no questionamento à ênfase no inconsciente, nas questões biológicas e eventos passados, no estudo de pessoas neuróticas e psicóticas e no compartilhamento do indivíduo. O movimento humanista teve forte influência das filosofias existenciais e da fenomenologia. As convicções e as certezas começam a ruir no século XX, quando a razão começa a entrar em crise devido à existência da corrida armamentista e a pouca contribuição dos avanços tecnológicos na diminuição da desigualdade social no mundo. O existencialismo tem o homem como ponto de partida nos processos de reflexão e a fenomenologia, a consciência do ser sobre algo, a investigação da experiência consciente: o fenômeno. Com Heidegger, filósofo fenomenológico, há um retorno à teoria do conhecimento e das questões ontológicas. O ser e a existência do todo passa, a ser a questão central. O existencialismo fenomenológico, enquanto método apreendido pelo movimento humanista se pauta em três questões:
- Redução Fenomenológica
Recurso para se chegar ao fenômeno em sua essência, considerando a sua totalidade e visando, deste modo, a incorporação de uma atitude crítica perante o cotidiano. A concordância entre a intuição, que ocorre na imediatez da vivência, e a significação se faz essencial para a aproximação da realidade observada. A busca pela essência do sintoma permite a recapitulação da realidade total, pois somente ela consente o conhecimento dos fatos.
- Intencionalidade
Atribuição de sentido do fenômeno, onde a consciência e o objeto, o sujeito e o mundo estão unificados. Quando esta fusão ocorre, a totalidade é apreendida e a decisão torna-se um processo consciente e libertador. O sujeito pensante e o objeto pensado tornam-se uno. A intencionalidade só surge após a compreensão da realidade, obtida, por sua vez, pela redução fenomenológica.
- Subjetividade e Intersubjetividade
O encontro entre a própria subjetividade e a do outro é chamado de intersubjetividade. É ela que, através da pluralidade de constituições de vários sujeitos, dá sentido ao mundo. O acoplamento entre a intra-subjetividade e a intersubjetividade é a única forma de efetivação de uma comunicação verdadeira, que faculta a chegada à essência.
É importante frisar que a fenomenologia não visa à explicação do objeto; as coisas, sim, que quando apreendidas, se tornam um momento fenomenológico. A função de sua abordagem é permitir a elaboração de conceitos que expressem adequadamente o fenômeno que se pretende estudar. São estes conceitos que auxiliam a pessoa a como proceder no dia-a-dia, uma vez que a história só é construída à medida que as coisas recebem significados. Logo, embora a realidade exista per si, sofre ressignificação no encontro com a realidade íntima de cada um, o que a torna fluída. O processo terapêutico deve, portanto, conectar a experiência interior ao mundo da objetividade. A grande contribuição desta nova escola pode ser vista na ênfase da experiência consciente, na crença na integralidade entre natureza e a conduta do ser humano, no livre-arbítrio, espontaneidade e poder de criação do indivíduo, e no estudo de tudo que tenha relevância para a condição humana. Somente mediante a perspectiva da totalidade, que a consciência é entendida. Esta, por sua vez, deve ser submetida à temporalidade, impedindo-a de ficar estática e desmistificando a existência de uma realidade pura. Seu valor reside na relação que estabelece entre as realidades. Experiências do tempo presente como uma totalidade que sinaliza a integração eu-mundo é fundamental para a libertação das exigências compulsivas do passado e futuro.
A aplicação prática dos conceitos da fenomenologia existencial revelará a direção na formulação de uma nova percepção e na solução de problemas por meio de uma mudança consistente. A lógica da mudança passa por passos - partes, totalidade, consciência, intencionalidade e ação - que devem ser trabalhados na terapia. O otimismo acerca da liberdade e do potencial humano é bastante revelador das crenças do movimento. Para atingi-los, a terapia faz uso da mais alta gama de instrumentos, desde a validação da introspecção e da intuição como fonte preciosa de informação, até a análise da literatura. A teoria humanista tem como principais teóricos Abraham Maslow (1908-1970) e Carl Rogers (1902-1987), os maiores responsáveis pela projeção dos seus postulados no mundo. O primeiro, americano, foi considerado o pai espiritual do movimento humanista. Maslow abandona o comportamentalismo, abraçado no início de sua carreira, por passar a acreditar na tendência inata que cada pessoa traz em si para se tornar auto-realizadora. Este seria o nível mais alto da existência humana, onde a realização do potencial de cada indivíduo seria conquistada. A existência de níveis a serem satisfeitos foi proposta por ele através da hierarquia das necessidades. De acordo com Maslow, estas necessidades seriam inatas e deveriam obedecer a uma ordem de saciação, que se encontra representada na pirâmide das necessidades. A grande novidade trazida por Maslow, para a
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