INTERVENTERVEÇÃO - IDOSAS QUE JÁ VIVENCIARAM O CANCÊR DE MAMA
Por: teteco36 • 31/8/2021 • Trabalho acadêmico • 2.100 Palavras (9 Páginas) • 112 Visualizações
Partindo da definição proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais. Nessa faixa etária, algumas patologias apresentam-se de maior risco, dentre elas, o câncer de mama, que é proporcionalmente mais comum na terceira idade, principalmente entre a população feminina, com altos índices de mortalidade em todo o mundo. No Brasil, à exceção do câncer de pele não melanoma, corresponde a cerca de 28% dos casos novos a cada ano. É uma patologia relativamente rara antes dos 35 anos e sua incidência cresce progressivamente a partir dos 50 anos (INCA, 2015). O presente estudo teve por objetivo compreender a importância da atuação prática do profissional de psicologia frente as idosas que vivenciaram processos terapêuticos do câncer de mama, buscando compreender suas reações frente ao diagnóstico e tratamento e suas reflexões sobre o câncer, tendo em vista que o sofrimento relacionado a essa patologia é carregado de significados e objeções atribuídos à doença ao longo da história. A metodologia adotada foi de intervenção pontual, com caráter exploratório, para tal, foram convidas três mulheres para o encontro, entretanto, somente duas puderam comparecer. A roda de conversa foi realizada via Google Meet. Após o encontro, foi realizado uma pesquisa bibliográfica e análise dos casos, sendo possível concluir que o apoio psicológico adequado é parte determinante para a reestruturação da qualidade de vida dessa paciente e de seus familiares.
Palavras - chave: câncer; idosas; intervenção; sessenta; psicologia; pesquisa.
1 INTRODUÇÃO
A Organização Mundial da Saúde (OMS), define que idoso é todo indivíduo com 60 anos ou mais. O Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas nessa faixa etária, número que representa 13% da população do país, e esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, segundo a Projeção da População, divulgada em 2018 pelo IBGE.
Como afirmam Visentin e Lenardt (2010) apesar de constituir processo natural, o envelhecimento não ocorre de forma homogênea, tendo em vista que cada idoso é um ser único que ao longo de sua vida foi influenciado por eventos de natureza fisiológica, psicológica, sociológica, cultural e econômica, que podem atuar sobre a qualidade de vida na velhice. Por silogismo, cada ser guarda em si ao longo de sua vida experiências e memórias, de cunho positivo e negativo, que refletem seu comportamento e sua visão de mundo ao longo dos anos.
A longevidade ainda tende a ser acompanhada por doenças crônicas e/ou degenerativas, advindas da fragilidade do corpo e da rede social (DEBERT, 1999). Por outro lado, os discursos sobre o “envelhecimento ativo” e a “capacidade funcional”, nos quais a saúde é medida não mais pela presença de enfermidades, mas pela capacidade da pessoa continuar a exercer suas funções vitais, surgem como candidatos a novos paradigmas para tentar reverter a antiga associação entre velhice e doença.
Entretanto, não se pode negar que, as experiências relacionadas a longevidade e doenças costumam marcar negativamente o processo de envelhecimento do indivíduo, principalmente quando se trata da patologia câncer, e embora exista grandes avanços científicos tanto curativo quanto preventivo, essa doença carrega consigo a ideia de sofrimento e morte (CYRILLO e PAZZOTO, 2000). Este fato, por si só, desencadeia reações emocionais peculiares que devem ser levadas em consideração. Nesse contexto, a abordagem psicossocial do idoso que já passou ou passa pelo processo de tratamento de câncer, aparece como alternativa para minimizar os efeitos mentais negativos na vida desse indivíduo, além de ser importante fonte de apoio para a manutenção do convívio social e da aderência aos tratamentos.
Também, é importante frisar que a complexidade e a particularidade que envolve a vida cotidiana e os processos de enfrentamento e de escolhas frente às doenças, em geral, não fazem parte da formação dos profissionais da saúde, o que aumenta a lacuna entre o profissional e o paciente, tornando a experiência, muitas vezes, mais dolorosa.
Sendo assim, torna-se indiscutível a necessidade da atuação do profissional de
psicologia frente aos idosos que vivenciaram ou vivenciam os processos terapêuticos do câncer, promovendo a humanização, escuta e empatia a esses e possibilitando auxílio na superação dos traumas gerados por essa situação.
Nesse contexto, considerando a relevância da questão apresentada, o presente estudo se justifica socialmente pela necessidade de pensar o processo terapêutico, seu contexto e sua prática, no contexto de pacientes idosos que vivenciam ou vivenciaram procedimentos terapêuticos de câncer de mama, com intuito de compreender e reafirmar a importância do acompanhamento com o profissional da psicologia durante e depois do tratamento oncológico, visando prover saúde em seu contexto amplo de bem-estar biopsicossocial.
Também, esse estudo justifica-se academicamente pela necessidade de contribuir com as pesquisas relacionadas a esse âmbito, tendo em vista que embora a questão do câncer em idosos seja um tema discutido, pouco se sabe sobre a atuação da equipe de psicologia juntamente aos demais profissionais durante o tratamento. Assim, torna-se relevante discorrer acerca do tema proposto, de modo a construir uma pesquisa que possibilite um amplo alcance de informações. Vale lembrar que a pesquisa bibliográfica, além de permitir a utilização de dados dispersos em inúmeras publicações, auxilia também na construção, ou na melhor definição do quadro conceitual que envolve o objeto de estudo proposto (GIL, 1994).
Por fim, o presente estudo justifica-se pessoalmente pela afinidade com a temática apresentada e pelo desejo de compreender melhor como o processo diagnóstico e terapêutico do câncer de mama afetam os processos psíquicos das pacientes, mesmo após o término do tratamento, considerando que muitas das mulheres com câncer relatam sintomas de depressão, estresse moderado e problemas de ajustamento. Para muitas, estes problemas são de longa duração, muitas continuam a detectar um nível elevado de sofrimento psicológico em quase dois anos de pós-diagnóstico (SILVA; ALBUQUERGUE; LEITE. 2010).
REFERENCIAL TEÓRICO
O câncer de mama é a neoplasia maligna mais comumente entre a população feminina, com altos índices de mortalidade em todo o mundo. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima, para 2020, 66.280 novos casos de câncer de mama e, em 2017, foram 16.927 mortes em decorrência da doença.
O risco de câncer de mama é proporcionalmente
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